O mês de julho é marcado pela campanha do Julho Amarelo, que tem como objetivo conscientizar a população sobre as hepatites virais e promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas doenças. As hepatites virais são um grave problema de saúde pública em todo o mundo, afetando milhões de pessoas e causando um grande número de óbitos anualmente.
A coordenadora do Programa Municipal de IST/Aids de Araraquara, Saliane Ribeiro, explica que o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), órgão que integra a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Araraquara, está aberto durante todo o ano para testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatite B e C, mas as ações serão intensificadas em julho. “Em especial no mês de julho, temos, por conta de ser um sazonal das hepatites virais, nós temos uma ação um pouco mais implementada e trabalhamos a divulgação das hepatites. Nós fazemos isso durante todo o ano, mas nesse mês nós intensificamos as ações, principalmente em relação às hepatites B e C e também no incentivo da população a procurar as unidades de saúde para vacinação. Lembrando que a hepatite B tem vacina e a hepatite C não, mas quando diagnosticado em tempo hábil, nós conseguimos tratar e curar”, comentou.
Vale destacar que, a partir da próxima semana, o Centro de Testagem e Aconselhamento atenderá em nova sede, situada na Rua Padre Duarte, 2.414, Centro. Por conta da mudança, o atendimento não será realizado durante esta semana na sede atual, que fica na Rua Expedicionários do Brasil, 1435, Centro. Nesse período, as pessoas podem procurar os postos de saúde da cidade, que tem 35 postos no município e todos estão aptos a realizar os testes rápidos.
O horário de atendimento do Centro de Testagem e Aconselhamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, sendo que para testagem o atendimento é das 7h30 às 16h30. O contato com o órgão pode ser feito pelos telefones (16) 3337-2391 e (16) 3333-6700 ou pelo e-mail: dst.aids@araraquara.sp.gov.br.
Hepatites virais
As hepatites virais representam um sério desafio para a saúde pública no Brasil e no mundo. São infecções que afetam o fígado, causando distúrbios leves, moderados ou graves. Essa condição pode ser causada por vírus, certos medicamentos, consumo de álcool e outras drogas, bem como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
Na maioria das vezes, essas infecções são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas visíveis. No entanto, quando ocorrem, os sintomas podem incluir fadiga, febre, mal-estar, tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. O vírus da hepatite D também está presente, embora com menor frequência, principalmente na região Norte do país. Já o vírus da hepatite E é menos comum no Brasil, sendo mais prevalente na África e na Ásia.
As infecções causadas pelos vírus da hepatite B ou C muitas vezes se tornam crônicas. No entanto, devido à falta de sintomas em muitos casos, muitas pessoas desconhecem que estão infectadas. Isso pode levar a uma evolução silenciosa da doença por décadas sem um diagnóstico adequado. A progressão da infecção compromete o fígado, podendo levar à fibrose avançada, cirrose, câncer hepático e eventualmente à necessidade de transplante de fígado.
O impacto dessas infecções resulta em aproximadamente 1,4 milhão de mortes por ano em todo o mundo, decorrentes de infecção aguda, câncer hepático ou cirrose relacionada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, é comparável à do HIV e da tuberculose.
Atualmente, existem testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) para detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis para toda a população. É recomendado que todas as pessoas sejam testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite, e populações mais vulneráveis devem ser testadas periodicamente.