Início Araraquara Livro com história da escravização em Araraquara será lançado nesta sexta (24)

Livro com história da escravização em Araraquara será lançado nesta sexta (24)

SESC recebe solenidade de lançamento da obra desenvolvida por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a OAB Araraquara

Nesta sexta-feira (24), às 18h30, o SESC Araraquara receberá o lançamento oficial do livro “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”, obra que reúne um raro conteúdo composto por documentos, fotos e informações sobre o período da escravização na cidade. A entrada será gratuita para o público, que deve retirar o ingresso na bilheteria do SESC com uma hora de antecedência (limitado a um por pessoa). O evento terá transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da Prefeitura Municipal de Araraquara e será retransmitido no espaço de convivência da unidade. 

O projeto é realizado pela Prefeitura, por meio do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Araraquara – 5ª Subseção, contando com o apoio do Sesc, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (NEAB) da Uniara, da Academia Araraquarense de Letras, do NUPE- Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa em Extensão, da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB e da Frente Parlamentar Antirracista. A obra, que conta com a organização de Alessandra Laurindo, Claudio Claudino, Edmundo Oliveira, Felipe Oliveira e Fernando Passos, traz prefácios de instituições e pessoas comprometidas com o combate ao racismo, como o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda; o professor Dr. da Unesp Araraquara, Dagoberto José Fonseca; além do Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo, Defensoria Pública, Fórum Trabalhista de Araraquara e outras organizações.   

O livro reúne mais de 500 páginas digitalizadas de escrituras de compra e venda de escravizados em Araraquara no final do século 19, entre os anos de 1874 e 1887, que estavam arquivadas em cartório. Em 1890, pouco tempo após a abolição, o então Ministro de Estado, Rui Barbosa, determinou que fossem queimados todos os documentos relacionados à escravização no Brasil, restando poucas cidades que mantiveram os livros dos tabelionatos intactos, contrariando sua ordem. Após inúmeras tentativas e mediante autorização do Juiz-Corregedor Permanente do 1º Tabelião de Araraquara, as cópias digitalizadas dessas escrituras foram liberadas para a 5ª Subseção da OAB/SP e sua Comissão de Combate à Discriminação Racial.  
  
A publicação desse conteúdo foi autorizada pelo Juiz-Corregedor Permanente da Serventia Extrajudicial e expõe a realidade sobre a época da escravatura no Brasil e a realização de estudos sobre o período, além de possibilitar que descendentes de escravizados tenham acesso à verdade sobre as histórias de suas famílias. A inclusão dos prefácios, por sua vez, permite que as entidades e pessoas envolvidas com a temática manifestem, sob sua ótica, a importância do livro na luta contra o racismo.  

O lançamento do livro “A História Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense” integra a programação dos “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, campanha que existe desde 2017 e funciona como uma grande agenda antirracista, onde movimentos sociais, coletivos, figuras públicas e pessoas independentes podem propor diversas atividades que pautem o debate pelo fim da discriminação racial.

Participações confirmadas

O evento contará com a presença do historiador e professor Douglas Belchior, que atua principalmente em questões de direitos humanos e direitos sociais, com ênfase no combate ao racismo e nos movimentos negros. É um dos fundadores do cursinho popular XI de Agosto, situado na Zona Leste da região metropolitana de São Paulo, que mais tarde veio a se articular e formar a rede de cursinhos do movimento social UNEafro Brasil, do qual Douglas é também um dos fundadores e um dos principais integrantes.

Outra presença confirmada é do Grupo Ilú Oba de Min, de São Paulo. Fundado em 2004, tendo como madrinha a cantora Leci Brandão, é composto apenas por mulheres. Foi criado pelas percussionistas Beth Beli, Girlei Luiza Miranda e Adriana Aragão, que procuravam uma forma de aumentar a participação feminina no toque do tambor. Além dos ritmos do candomblé, o bloco toca jongo, maracatu, boi e ciranda. As percussionistas são acompanhadas por cantoras, dançarinas e pernaltas que representam os orixás africanos.

PROGRAMAÇÃO – ‘21 Dias de Ativismo contra o Racismo’

24/03 – 18h30 – Lançamento do livro “A história Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense” (as histórias que Rui Barbosa não queimou): Parceria com Ordem dos Advogados do Brasil – 5ª Subseção, Sesc, Uniara e Academia Araraquarense de Letras. Local: SESC

25/03 – 09h – Oficina com o Grupo Ilú Oba de Min – Evento em parceria com o SESC, Centro de Referência da Mulher, Secretaria de Cultura e Academia Zamba Bem. Local: Palacete das Rosas

27/03 – 08h30 – Letramento Racial para supervisores e professores especialistas de currículo do Estado. Local: Diretoria de Ensino.

Redação

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