Realizado pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Encceja PPL serve para certificar, de uma forma mais ágil, participantes que não puderam ou tiveram dificuldades em finalizar o ensino regular na idade apropriada para cada nível. Inclusive, a aprovação no exame acaba sendo um incentivo para que os reeducandos invistam na educação e busquem uma mudança de vida.
UNIVERSITÁRIO
Exemplo do interno Matheus Borges Alves, 25 anos, que cumpre pena no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) II “Dr. Eduardo de Oliveira Vianna” de Bauru. Ele completou o Ensino Médio por meio da prova do Encceja quando estava preso na Penitenciária II “Luiz Gonzaga Vieira” de Pirajuí. Foi lá, também, que conseguiu uma bolsa de estudos integral do curso de Logística do Centro Universitário de Lins (Unilins), ofertado na modalidade ensino a distância (EaD).
Costureiro, Matheus foi preso por tráfico de drogas quando estava no primeiro ano do Ensino Médio. Entre as suas motivações para voltar a estudar enquanto presidiário, está a de ter uma melhor perspectiva de vida e, desta forma, não reincidir no crime.
“Quero me colocar no mercado de trabalho quando sair em liberdade e não depender de atos ilícitos para sustentar a casa. Quero que seja através do esforço. Por isso, a importância dos estudos em minha vida”, destaca o detento.
Matheus pondera que não é fácil trabalhar o dia todo e ainda ir para a sala de aula à noite, mas ressalta que está sendo muito gratificante. “Entendo que essa oportunidade é para poucos. Então, valorizo e me dedico bastante aos estudos”.
FUTURO
Quando o assunto é educação, o reeducando do CPP II de Bauru não pretende parar tão cedo. Entre os projetos para o futuro, ele almeja cursar outra faculdade. “Quero fazer Zootecnia ou Medicina Veterinária, pois gosto de lidar com animais e o retorno financeiro dessa área é ótimo”, cita.
Matheus busca incentivar outras pessoas a apostarem nos estudos como forma de progredir tanto no aspecto profissional quanto pessoal. “Hoje em dia, para ser pedreiro ou trabalhar no campo, por exemplo, tem que ter estudo e ser capacitado. Estou preso faz quatro anos. Poderia estar parado no tempo, mas optei por mudar, evoluir na vida e a educação está me dando esse alicerce”, finaliza.