Ariane Padovani
Andar de bicicleta, assim como praticar qualquer outra atividade física, traz benefícios físicos e psicológicos às pessoas. As longas pedaladas, além de ajudar a emagrecer, podem ajudar a melhorar a autoestima e o humor, reduzir a ansiedade e o estresse, além de combater a depressão, já que o exercício aumenta o nível de serotonina e a produção de dopamina no cérebro, hormônios da felicidade e bem-estar.
Ivan Ricardo de Souza, de 37 anos, começou a pedalar há oito meses com um grupo de amigos, motivado pela vontade de conhecer lugares diferentes e, de quebra, praticar uma atividade física. “Como pedalo somente um dia por semana, devido à falta de tempo, compensa muito essas quatro ou cinco 5 horas dedicadas somente para mim, é um momento onde esqueço completamente os problemas e consigo apreciar cada paisagem. Gosto tanto que é a única coisa que me tira da cama em um domingo cedo, único dia que conseguiria dormir até mais tarde”, contou o torneiro mecânico, que já passou por um perrengue na estrada. “Fomos para Ibaté e quebrou a corrente da bike na volta, mas conseguimos dar um jeitinho e deu tudo certo”, relembrou.
Equilíbrio mental
Adriana Maria Ramos Paronetto usa a bicicleta como aliada no combate ao estresse desde 2015. “Pedalar me dá equilíbrio mental, disciplina e motivação para ser mais saudável. Eu consigo extravasar e dar muitas risadas”, relatou Adriana, que elegeu a Trilha de Rincão e a Trilha da Linguiça de Ibaté como os lugares mais legais que já conheceu durante os longos trajetos que percorre com os amigos. “Uma vez estava cansada em uma subida e pedi ajuda para o Cal, ele colocou minha bike na carroça dele e fui embora com ele, foi o máximo”.
Questão de saúde
O empresário Elcio Moura Junior, de 40 anos, passou a pedalar diariamente após chegar a 140 quilos e ser diagnosticado com câncer de tireoide. “Hoje, após oito anos, consigo me manter dentro dos 90 quilos com facilidade sem uso de nenhum tipo de medicação, só com a bike. Além de aumentar minha disposição, pedalar é uma terapia, me sinto revigorado para o dia de trabalho. Além de cuidar da saúde, pedalar com pessoas de qualidade, focadas em cuidar do corpo e da alma e que podem somar na minha vida, serão meus amigos para sempre, então vale muito a pena ficar horas em uma bike”, relatou Elcio, que já percorreu muitos lugares em duas rodas. “Curto muito a região de Minas, a Serra da Canastra, Brotas também recomendo, é perfeito, e, claro, a consagrada Aparecida, todos têm que ir, vale muito a pena”.
O empresário também já precisou enfrentar muitos imprevistos ao longo do caminho. “A bike já quebrou no meio do nada várias vezes, já tive que empurrar a bicicleta quebrada por mais de 20 km, mas faz parte, o importante é cuidar da saúde”, enfatizou.
Sedentarismo
Ana Talita Sigoli Pires, de 33 anos, estava há um ano sem praticar nenhuma atividade física e se sentindo sedentária, mas após oito meses pedalando essa realidade mudou. “Percebi com o pedal que tenho mais disposição, sem contar a satisfação de apreciar lindas paisagens e me conectar com a natureza. Acordar cedo aos domingos para pedalar vale muito a pena, o pedal me revigora. Com o pedal fiz novas amizades e fortaleci as que já possuía, me vejo mais disposta fisicamente, mas o melhor de tudo é ter percebido o quanto fez bem a minha saúde mental. Encontrei no pedal uma paixão”, narrou Talita, que escolheu a matinha, trajeto até Bueno de Andrada, um dos melhores lugar que já esteve. “Foi nesse mesmo lugar que passei por um grande perrengue, perdi o meu tênis em uma poça d’água e sem ele precisei correr de uns cachorros”, lembrou.
Investimento
Denis Fernando Schitini, de 37 anos, passou pela mesma situação de Talita, estava se sentindo sedentário, pois há anos havia parado de ir à academia e não fazia nenhuma outra atividade física. “Comecei a pedalar em dezembro de 2018. Comprei uma bicicleta, kits de segurança, farol e led sinalizador, um investimento de R$ 1.500,00. Meus amigos e alguns parentes estão pedalando e encontrei uma forma mais divertida de fazer outro exercício físico. Hoje minha vida mudou, estou me alimentando e dormindo melhor, me sentindo mais disposto quando acordo, sem contar que já perdi alguns quilos acumulados. A pedalada noturna é a melhor”, falou Denis, que já foi até Guatapará, no pesqueiro do sogro, de bicicleta. “Foi 48 km só de ida”, explicou.
Assim como seus amigos, Denis também tem histórias divertidas para contar de percursos. “Estava voltando de uma cachoeira chamada Pirapora e começou a chover. Estávamos no meio do canavial e as usinas costumam jogar guarapão na terra, então ela grudou na roda da bike e eu não conseguia andar com ela. Foi a pedalada mais desgastante da minha vida, 10 km percorridos em quase 4 horas, parecia que nunca mais iríamos chegar em casa”, recordou.