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Mercado de pets no Brasil é o terceiro do mundo

Enquanto toda a economia sofre com a crise, o setor que representa produtos e serviços para animais de estimação segue passando relativamente ileso. Nos últimos anos o faturamento tem crescido solidamente.

Os números mostram a força do mercado pet no Brasil. Dados do IBGE, ainda de 2013, mostravam que havia 132 milhões de pets no País. Eram 53 milhões de cães, 38 milhões de aves, 22 milhões de gatos, 18 milhões de peixes ornamentais e 2,7 milhões de pequenos répteis e mamíferos.

O País possui a quarta maior população de animais de estimação no mundo, segundo levantamento da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor, e ocupa a terceira maior posição em faturamento, ou 5,14% da fatia mundial.

Alimentação representa mais da metade das receitas, mas o setor de serviços vem ganhando importância – o movimento segue a profissionalização e as atividades estão cada vez mais diferenciadas, segundo o Instituto Pet Brasil. Com cerca de 30 mil lojas, a área ainda é dominada pelas pequenas lojas e pelas vendas em mercadinhos e nos supermercados. Está havendo, no entanto, uma rápida expansão de redes como Cobasi, Petz e Petland.

A pioneira Cobasi, fundada em 1985, tinha em 2018, 62 unidades, estabelecidas principalmente em São Paulo (capital e interior), mas também no Rio de Janeiro, Brasília, Paraná e Rio Grande do Sul. A rede aposta no modelo de megalojas, com um mínimo de mil m2. Sua matriz, na Vila Leopoldina, tem 11 mil m2.

Como shopping animal, foca na venda de produtos – 20 mil itens – e não no fornecimento de serviços, apesar de sublocar espaços para cuidadores e veterinários, por exemplo. Com o tempo, criou também uma área garden para o segmento de casa e jardim, e vende plantas, insumos e equipamentos como mangueiras e cortadores de gramas. Com essa estratégia e um programa de relacionamento, conseguiu conquistar clientes fiéis, segundo a gerente de marketing Daniela Bochi. “Mais de 50% das vendas são para a base de clientes habituais, mesmo sendo uma loja grande”, afirma.

Para trabalhar com pontos de venda em formato menor, a Cobasi inaugurou a rede Pet&Fácil, para lugares de 500 m2 a 600 m2 focados em venda rápida, com 10 mil itens. Já são sete filiais. A empresa não divulga números de faturamento, mas diz que aproveitou o mau momento da economia para crescer. “A crise afetou o setor como afetou todo o varejo, não estamos 100% imunes. Mas somos uma empresa sólida e familiar e aproveitamos a crise para expandir. O consumidor hoje age menos por impulso, ficou mais consciente”, diz Daniela.

Outro modelo é praticado pela Petland, que entrou no mercado em 2014. A marca tem origem norte-americana, fundada em 1967, e defende em uma filosofia de conscientização, com animais nas lojas (mas sem exposição em vitrines), parcerias com ONGs para adoção de pets e a Universidade Petland, de centros de treinamento. Além da venda de acessórios e commodities (ração e medicamento), aposta em serviços, que representam margens melhores.

“Nosso negócio são pessoas, gente”, diz Rodrigo Albuquerque, sócio-presidente da rede. Ela começou com duas lojas próprias, mas hoje todas as 63 unidades, em 12 Estados, funcionam como no modelo de franquia. Para Rodrigo, a rede consegue proporcionar uma vantagem competitiva e boa receita por m2 de loja. “Somos agressivos em preços”, afirma.

Isso se dá, por exemplo, pela negociação mais vantajosa com os fornecedores em função do ganho de escala nas compras. Os franqueados podem ser novos empreendedores ou atuais donos de lojas que convertem seus espaços e conseguem com isso aumentar o faturamento e o ticket médio.

Há um grande potencial de evolução para esse mercado, que ainda é pulverizado. Para Daniela, da Cobasi, há um grande caminho a percorrer. “Nos pet shops menores falta um pouco de profissionalismo. A pessoa precisa separar o amor pelo animal de estimação com o talento para o empreendedorismo de varejo.”

Já para Rodrigo, da Petland, “o mercado do Brasil é gigante, mas amador”. “Comparado com os Estados Unidos, é muito grande, cresce uma média de 6% a 8% ao ano há uma década. Mas está na mão do pequeno empresário. Nos Estados Unidos, são várias redes, duas têm mais de mil lojas. A gente quer ser um dos agentes da consolidação. ”

*Esta reportagem foi atualizada, e originalmente publicada na edição de número 68 da revista LIDE, em 19/03/2018.

Redação

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