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Mesmo correndo risco de não chegar ao final do mandato, Bolsonaro segue na frente na disputa para 2022

Um levantamento sobre intenção de voto nas eleições presidenciais de 2022 feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta sexta-feira (24), aponta que o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), é o favorito para subir a rampa do Palácio do Planalto novamente. Apesar disso, nomes como Sergio Moro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ameaçam o chefe do Executivo, conforme mostram os cenários apresentados.

No primeiro cenário, sem Lula, mas com Moro, Bolsonaro venceria o primeiro turno com 29%, seguido pelo ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, que receberia 17,1% dos votos. “Substituto” de Lula neste cenário, Fernando Haddad (PT) ficaria em terceiro, com 13,4%. Ciro Gomes (PDT), Luciano Huck (sem partido), João Doria (PSDB) e João Amoedo (Novo), Guilherme Boulos (Psol) e Wilson Witzel (PSC) aparecem em seguida no ranking.

No segundo cenário, com Lula no lugar de Haddad, Bolsonaro segue vencedor em um primeiro turno, com 27,5%. O ex-presidente da República ocupa o segundo lugar, com 21,9%, seguido por Moro, Ciro, Doria, Amoedo, Marina Silva (Rede), Witzel e Boulos.

Nos dois cenários, também chama a atenção a quantidade de indecisos. No primeiro, 4,9% não sabem e 10% escolhem nenhuma das opções. Já no segundo, 4,6% não sabem e 9,5% não escolhem nenhum dos ofertados.

Já no segundo turno, de forma induzida, Bolsonaro vence todos os candidatos. Contra Lula, o atual presidente vence com 45,6% contra 36,4%. Já diante de Moro, Bolsonaro seria eleito com 44,7% contra 35%.

A pesquisa foi realizada entre o último sábado e a última terça-feira, dias 18 e 21 de junho deste ano, por meio de entrevistas telefônicas com eleitores em 26 estados e Distrito Federal e em 188 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Ano ruim

Apesar da reeleição em todos os cenários, Bolsonaro não tem agradado em seu primeiro ano de gestão como presidente. Ainda segundo os dados da pesquisa divulgada nesta sexta, 38% avaliam a gestão como ruim ou péssima, enquanto 34,3% acham boa ou ótima. Outros 25,8% avaliam como regular, e 2% não sabem responder.

Já a administração de Bolsonaro é desaprovada pela maioria, com 48,1%. Entretanto, ela é aprovada por 47,1% dos ouvidos. Outros 4,8% não sabem responder.

Cassação da chapa Bolsonaro/Mourão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não arquivar duas ações que pedem a cassação da chapa do presidente Jair Bolsonaro e de seu vice, Hamilton Mourão. No último dia 30 de junho, em um placar apertado — foram 4 votos a 3 — os ministros decidiram atender a um pedido dos autores das ações — as coligações dos então candidatos Guilherme Boulos (Psol) e Marina Silva (Rede) — e reabrir a fase de produção de provas para tentar comprovar o suposto abuso de poder na campanha presidencial de 2018.

Votaram nesse sentido os ministros Edson Fachin, Tarcisio Vieira Neto, Carlos Velloso Filho e o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Foram contra os ministros Og Fernandes, Luis Felipe Salomão e Alexandre de Moraes.

Com a decisão, a corte eleitoral vai continuar investigando se a chapa Bolsonaro-Mourão tirou vantagem de uma invasão “hacker” ao grupo no Facebook responsável por lançar o movimento #EleNão, que reuniu 2,7 milhões de opositoras da chapa e ganhou as ruas do país durante a campanha eleitoral.

Após o ataque cibernético, o grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” virou “Mulheres COM Bolsonaro #17”. Beneficiado pela mudança, o então candidato publicou em suas redes sociais um “print” da comunidade virtual, acompanhado de um texto de agradecimento.

Nos bastidores do TSE, o entendimento é o de que esses processos são juridicamente frágeis e não têm chance de prosperar. Contudo, mesmo com tendência ao arquivamento no futuro, os ministros entenderam que era melhor dar mais tempo para que os autores da ação possam comprovar a interferência do ataque hacker no pleito presidencial.

O que as defesas de Boulos e Marina pedem é que seja levada em conta a investigação que tramita na Polícia Civil de Vitória da Conquista (BA) sobre a autoria das invasões ao grupo virtual.

Dias antes, Moraes havia pedido vista (mais tempo para analisar o caso). Após devolver o processo para a pauta, ele se manifestou contra a continuação da investigação.

Considerado algoz do Palácio do Planalto, por ser o relator no Supremo Tribunal Federal (STF) de ações que miram aliados de Bolsonaro, Moraes defendeu que a invasão hacker em 2018 não comprometeu a legitimidade do pleito e não teve a gravidade necessária de atos que podem levar à cassação de mandatos.

Já Barroso, que se pronunciou na sequência, disse considerar o “fato gravíssimo” e, por isso, se manifestou pela continuidade da investigação eleitoral. Além disso, o presidente já tem contra si mais de 50 pedidos de impeachment.

Redação

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