Por Geraldo Martelli
Faleceu na noite da última quinta-feira (19) o filósofo, teólogo, pedagogo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger aos 93 anos.
Sua vida foi totalmente voltada à humanidade, após ter participado como militar servindo o exército alemão e conseguido fugir do campo de concentração de Chareloi na Bélgica.
Após 16 anos em missão católica da ordem de Marianehill, deixou o celibato e tornou-se Psicoterapeuta Famíliar e de forma empírica começou a estudar todas as terapias da época, inclusive a própria Constelação Famíliar, que conheceu com a Psiquiatra alemã Dra. Thea Louise Schonfelder. Ele define a Constelação Famíliar Sistêmica condensada a seu modo e consegue neste formato próprio colaborar com milhões de pessoas. Bert Hellinger deixa o grande legado de uma enorme empresa. São muitos livros e indicamos 2 imprescindíveis “ Ordens do Amor” e “Ordens da Ajuda”.
Morte
Bert Hellinger falando sobre a morte.
“A morte sempre vem oportuna, seja porque não há lugar para nós neste mundo, seja porque *nosso tempo se esgotou e cumprimos o que havia sido nossa missão*, seja porque é chegada a hora de dar lugar para outros. Assim, somos recolhidos pela morte de volta à origem da qual a vida emerge e para a qual submerge.
A origem, em si, permanece conosco durante toda uma vida. Nela está fundamentado tudo o que nos será possível na vida e o que nos acontece e nela permanece guardado; o que acontece e depois desvanece. Portanto, quem submerge à origem nada pode perder e quem vive mais tempo, no final nada ganhou em relação aos que morreram cedo. Portanto, aquele que ainda em vida está enraizado na origem, está uno com o início e com o fim e, igualmente, com aqueles que existiram, com aqueles que existirão e com aqueles que existem. O passado e o futuro se concentram em sua vida, da mesma maneira como a origem descansa concentrada e permanece.
A origem, como início e fim, obriga aqueles que consideram sua vida atual como única e suprema a lembrar-se de seus limites, conduzindo-os a esses limites através do destino ou da doença e, assim, levando-os à reflexão sobre a origem e o imanente. Então, nossa visão alcança também a morte sem que esta nos assuste, pois não olhamos para ela e sim, para a origem a qual serve. Viver e morrer se torna indiferente, pois em ambos estamos igualmente em harmonia com o que permanece.
A vida em presença da morte é, pois, vida em presença de despedida. No entanto, esta despedida não é uma perda, é sim uma antecipação da plenitude vindoura e torna possível um futuro. Poderíamos, também, dizer que nos leva de volta ao início, assim como a morte. Aqui tudo isso é igual. Conseguimos realizar esta despedida quando festejamos o todo, vida e morte, ir e vir, desaparecer e permanecer, como uma canção de louvor.”