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Mulher faz protesto pela volta às aulas 100% presenciais em frente à prefeitura

Os organizadores aprovaram a participação popular no evento - Fotos: O Imparcial

Uma mulher fez um protesto solitário em frente à prefeitura de Araraquara, nesta terça-feira (17), pela volta de 100% da capacidade nas escolas do município. Ela reclama que, em algumas unidades de ensino, a capacidade das salas de aula está bem aquém do que deveria.

As aulas presencias foram liberadas nas escolas públicas e privadas de educação básica em Araraquara, pelo decreto municipal que foi publicado no último dia 15 de julho, porém, o decreto impõe regras para o retorno presencial, como o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas. Se a escola tiver espaço suficiente para esse distanciamento, será permitido o retorno de 100% dos alunos na modalidade presencial.
Caso as dimensões da escola não comportem todos os alunos com o distanciamento necessário, a ocupação máxima será de 60%. O decreto também prevê que é necessário seguir os protocolos sanitários. A frequência dos alunos em aulas e atividades presenciais, tanto nas escolas públicas quanto privadas, é optativa, não sendo obrigatório o retorno.

Regras diferentes

Para ECL, a prefeitura usa um critério de distanciamento defasado (agosto de 2020) de 1,5m pessoa/pessoa, que isso reduz muito a capacidade de retorno às aulas tanto nas públicas quanto nas particulares. “Dependendo do tamanho da sala de aula, mesmo que seja bem ventilada, e tenha toda infraestrutura pra receber os alunos de forma segura, a distância imposta pelo prefeito Edinho Silva (PT) em acordo com as Secretárias de Educação, Clélia Santos e de Saúde, Eliana Honaim, chancelado pelo Comitê de Contigenciamento, e com o “silêncio” da Câmara de Vereadores de Araraquara, dificulta ainda mais o retorno presencial às aulas, pois os pais já constataram, pela experiência das escolas particulares, desde abril/2021, que as Escolas não são ‘chocadeiras de coronavírus’ e os alunos não são ‘arautos do apocalipse sanitário’. Tanto que a demanda pelo retorno presencial aumentou em quase 90% nas particulares: ora se temos mais famílias querendo enviar os alunos à escola, lógico que a distância de 1,5m carteira/carteira reduz drasticamente a capacidade de acolhida das instituições de ensino da cidade, independente se ela tenha plenas condições de implantar protocolos sanitários inteligentes, eficazes para o retorno presencial seguro a todos os alunos, e demais frequentadores/trabalhadores locais. O CDC (EUA), no qual a prefeitura diz basear-se limita a menos de 1,0m (“3 feet”) de distância pessoa/pessoa dentro das salas de aula e quando isso não é possível, estimula o uso de máscara e outras medidas de segurança associadas (3 feet =~ 92cm). Mesmo o uso de máscara não é critério e sim uma forma de evitar o contágio se, e somente se, a distância mínima no ambiente fechado não for possível de ser mantida, além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria também recomenda o retorno seguro às aulas, à distância de 1,0m, bem como o Plano São Paulo prevê o mesmo distanciamento; ainda assim, nosso prefeito mantém esse absurdo de 1,5m de distância, o que chega a reduzir em 50% capacidade de muitas escolas locais (públicas e particulares) acolherem 100% dos alunos de forma presencial”, reclama a mãe de duas alunas.

Ela também ressalta que os mercados e atacadões da cidade recebem pessoas não só daqui, mas de toda região, e é impossível circular por eles a 1,5m de distância, além do que tratam-se de ambientes onde há uma alta rotatividade de pessoas, diferente das escolas que têm células (classes) separadas, com um público fixo e de fácil controle, portanto muito mais seguras. “Pergunto: “por que o prefeito Edinho Silva dificulta o retorno presencial às aulas sob a falácia de estar protegendo vidas? Acaso as Cepas de Araraquara são teleguiadas? Só vão à escola no horário e nos dias em que os alunos deveriam frequentá-las? Crianças precisam ir para a escola tanto quanto seus pais/responsáveis precisam ir trabalhar. Muitas famílias ficaram sem o sustento pela dificuldade de conciliar a rotina escolar em domicílio com o trabalho o dia todo, presencial. Pior que isso, muitas crianças ficaram (e ficam) em casa sofrendo todo tipo de abuso, pois, infelizmente perderam o único meio de escape, a escola, pois ela assumiu um papel de acolhimento e denúncia contra a violência doméstica: quem vai falar por essas crianças? Quem vai socorrê-las? Não ficaram, apenas, sem a única refeição do dia!”, protesta ECL.

A mulher estendeu um varal com várias peças de roupas com frases de efeito no Paço Municipal na tentativa de chamar a atenção das autoridades para sua demanda.

Foto: O Imparcial

Redação

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