A coordenadora de Políticas Étnico-Raciais da Prefeitura de Araraquara, Alessandra de Cássia Laurindo, e a coordenadora de Políticas para Mulheres, Grasiela Lima, estiveram nesta quinta-feira (7) na sede da Associação Religiosa de Matrizes africanas, a convite da Yalorixa Claudia Oya Fumpe, para conhecerem o início de um projeto que tem como finalidade o estímulo à aprendizagem para confecção de corte e costura para peças do vestuário afro.
O projeto tem o propósito de promover o trabalho comunitário, em especial para mulheres, independente da sua crença religiosa, que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho, pois o fundamental é prepará-las para incentivar a geração de renda. Para que o projeto aconteça, serão necessários a doação de alguns itens, uma vez que, quanto maior o número de máquinas de costuras, maior a oferta de vagas, pois além de criar as roupas afros, a proposta do projeto será usá-las como ferramentas de aprendizagem para ensinar mulheres de diversas faixas etárias, uma profissão a qual poderão se dedicar integralmente.
Alessandra Laurindo avaliou a proposta do projeto de forma muito positiva. “Considerando essa fase de recuperação econômica após o momento mais crítico da pandemia que atingiu majoritariamente as mulheres negras, sem dúvidas elas poderão aproveitar essas vagas para buscar uma estabilidade financeira. É importante salientar que o vestuário afro é um resgate da autoestima e também uma forma de valorizar a história e a cultura, saindo da moda padronizada que encontramos nos comércios, em especial ao tamanho que comporte todas as medidas”, enfatizou.
Grasiela Lima também destacou a importância da iniciativa. “Eu entendo que projetos relacionados à formação profissional de mulheres, principalmente neste momento de crise econômica agravada pela pandemia, cujos impactos sociais, financeiros e relacionados à saúde mental incidiram sobretudo sobre as mulheres, projetos como esse são fundamentais para sua autonomia e emancipação. Além disso, a inserção no mercado de trabalho pode se dar por meio de cooperativa, o que contribui para o empoderamento feminino na perspectiva de uma aprendizagem e de um trabalho cooperativo. Também é muito importante a proposta de se trabalhar com as roupas do estilo afro, pois trata-se de valorizar os elementos da cultura afro-brasileira e também contribuir para maior visibilidade da estética da arte, que se traduz neste vestuário étnico e que também pode traduzir-se em um ato político. Isso também é um elemento fundamental desse projeto como um todo”, explicou.
Participaram ainda da reunião: Taís Reis, Adriana Vieira e Letícia Góes Modolo, da Associação Religiosa de Matrizes Africanas. As doações de máquinas, mesas, bancadas, linhas e tecidos afros podem ser feitas pelos telefones do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge” (3322-8316 e 99626-9466) e do Centro de Referência da Mulher “Heleieth Saffioti” (3333-6582).