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Na madrugada, os bombeiros salvaram um gato

De repente,  o gato Gery (não confundir com Jerry, o camundongo da Disney)  esbelto, ágil, branco, olhos claros, desapareceu da casa de meus primos Zezé e Marilda na Rua José Waldemar Barbieri. Zezé já foi jornalista aqui em Araraquara, hoje é publicitário da DBD. Ele e a mulher  saíram à procura. Rodaram, rodaram, rodaram. Nada. Gery foi adotado recentemente, depois que a cachorra dona Chica morreu. Teve um mal súbito. Saibam que cães também têm. A procura se estendeu, a casa deles é próxima ao SESC, e também vizinha da chácara de Pio Lourenço Correia, onde o romance Macunaíma, de Mário de Andrade foi escrito.

Nada. Caminharam, caminharam, chamaram e nada. Olharam em cada arbusto e árvore da praça que existe ali. Nada. Zezé me contou: “Gery, estava desaparecido há mais de 48 horas, desde segunda-feira. Já o tínhamos dado por perdido ou atropelado porque Marilda tinha circulado por toda a região, perguntando, revirando os parques e zero.

Claro que apelei para a fé.”

Para quem não conhece nossa família, esta  fé é em Santo Antônio, de quem tia Terezinha, mãe deste primo era devota extremada. Tudo que desejamos achar ao longo de décadas, pedimos, ela responsou, ele respondeu.

Zezé continuou: “Ontem por volta das cinco e pouco da manhã ouvimos um miado distante.  Corremos pro quintal e nenhuma pista de Gery. Nos vestimos voando e fomos procurar no parque ao lado. Veio mais um miado Veio de cima da árvore mais alta de todas, uns 15 metros. de altura. Lá estava ele. Como tirá-lo. Lembramos que os bombeiros muitas vezes fazem este trabalho. Mas, de manhãzinha? Mesmo assim, ligamos.

Depois de umas duas horas e envolvendo duas guarnições de bombeiros, Gery foi resgatado — são, salvo e assustado, descendo degrau por degrau da escada gigantesca, dentro da farda do bombeiro. Foi emocionante e lindo ver os bombeiros felizes por terem nos devolvido o gatinho. Nós, aliviados. O gato comeu feito um louco e a vida ficou mais bonita.”

Em tudo que escrevi na vida, e já foram milhões de palavras, nunca contei que a maior emoção de minha infância nesta cidade, foi no dia em que chegou o enorme caminhão  vermelho , reluzente, do Corpo de Bombeiros, o primeiro da cidade. Coisa que tínhamos visto somente no cinema. Mas fica para a próxima, o espaço é curto. Fica também para um livro, afinal já tenho quatro netos.

Redação

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