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Não queremos mordaça de esquerda ou direita

José A C Silva

Na última quinta-feira (12), em Araraquara foi realizada uma audiência pública que debateu a “Escola sem Partido”, onde compareceram membros do PT e simpatizantes do movimento LGBT. Durante o debate, vários homossexuais se colocaram contra a mordaça que tenta proibir o ensino sobre a homossexualidade e de política nas escolas – protestaram também contra uma única religião em um estado laico.

O governo federal (época do PT) tentou avançar na implementação da ideologia de gênero nas escolas públicas brasileiras, e criou, através do Ministério da Educação (MEC), o Comitê de Gênero para debater métodos de abordagem do assunto. O que também não foi aceito em Araraquara. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.

Hoje no meio acadêmico a esquerda está enfraquecida, mas o PT tenta alimentá-la. A cada dia a extrema direita cresce no Brasil, gerando uma disputa entre Bolsonaro e o Lula que está preso. Que Deus nos livre do Lula e do Bolsonaro.

Durante as ditaduras de esquerda e direita os gays foram perseguidos, até hoje sofrem preconceitos e encontram dificuldades na prática de esportes. Também em relação a empregos principalmente na área militar onde não são aceitos, muitas vezes são mortos como animais nas ruas do Brasil por homofobia. No dia 23 de dezembro de 1987, Luís Antônio Martinez Corrêa morreu brutalmente assassinado. Seu corpo foi encontrado amarrado de pés e mãos com um golpe na cabeça, estrangulado e mutilado com 107 facadas em seu apartamento em Ipanema. Alguns pertences do diretor (uma secretária eletrônica, um videocassete e 17 mil cruzados) foram roubados.

Devido às tenebrosas caraterísticas do crime e outras ocorrências similares no Brasil da época, se deduz que o assassinato teria sido um crime de intolerância e preconceito com relação a sua homossexualidade.

Aqui no Brasil o Fernando Gabeira e a Marta Suplicy – que atuaram na esquerda brasileira – sempre apoiaram a diversidade sexual.

Outro agravante que pesa sobre eles é a religião.

Religião

O assunto de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo é mencionado no livro Levítico, que define a atividade sexual entre dois homens como abominação, que pode ter como consequência a pena da morte, porém hoje em dia, não há permissão de exercer a pena da morte no judaísmo. O judaísmo ortodoxo reconhece a atração entre dois homens e reconhece a existência da homossexualidade, mas não permite o ato sexual e pede para controlar o desejo.

O lesbianismo não é mencionado na Torá, mas também não é aceito pelo judaísmo ortodoxo, pois o Torá oral o proíbe.

Atualmente esses casos são encaminhados a pessoas especializadas para aconselhamento.

As denominações cristãs têm uma variedade de pontos de vista sobre questões relacionadas a orientação sexual e homossexualidade, que vão desde a condenação definitiva à aceitação completa. De acordo com os valores tradicionais dasreligiões abraâmicas, a maioria das denominações cristãs acolhe as pessoas atraídas pelo mesmo sexo, mas ensinam que as relações e atos sexuais homossexuais são pecaminosos.

Esquerda

Alguns dias antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff foi nítido que a comunidade LGBT apoiou fortemente a luta contra o seu afastamento. Entoavam ”não vai ter golpe” com bandeiras do movimento nas passeatas em defesa do governo, a opinião LGBT quase que unânime esteve a favor do PT.

Segundo o literário Filipe Vieira, nas manobras dos movimentos sociais à luz de teorias políticas são traçados panoramas que pessoas de fora do mundo libertário não conseguem enxergar.

 “O maior erro que o movimento LGBT já cometeu na sua história foi se politizar. O meio político é o verdadeiro destruidor de lares, tem o poder de colocar grandes amigos uns contra os outros por mera discordância, e pior, colocar uma sociedade inteira contra si mesma. Enquanto no mundo capitalista o movimento LGBT começava a conquistar suas primeiras liberdades, no mundo socialista eram vistos como uma praga. Nas palavras do líder soviético Joseph Stalin, o homossexualismo era uma doença burguesa, visão repetida pelos demais líderes socialistas como Che Guevara e Fidel Castro, que fuzilaram homossexuais e são idolatrados até hoje pela esquerda, inclusive pelos LGBTs”, analisa Vieira.

A esquerda revolucionária percebeu não ser mais possível dividir apenas a sociedade entre proletários e burgueses, era preciso criar outras novas classes e colocá-las para se odiar e se tornarem massas de manobra política. Do marxismo se absorve a ideia de dividir a sociedade em classes, colocando-as para conflitarem, e do gramscismo se absorve a tática de ocupar todos os espaços de difusão de conhecimento, assim, toda informação que chegue aos ouvidos dos cidadãos estará contaminada.

Essa batalha que a esquerda travou no Brasil não usa armas de fogo, mas sim esforços para ocupar todos os espaços possíveis, fazendo sua voz atingir o número máximo de pessoas. Dominando-se a difusão do conhecimento, a história pode ser reescrita conforme a vontade do seu escritor.

O movimento revolucionário que atua no Brasil desde seus primórdios tratou de reverter a história a seu favor, limpando os rastros de sangue que deixaram por onde passaram, transformando os piores facínoras que o mundo já conheceu em verdadeiros heróis divinos.

Tudo isso não passa de um processo lento e gradual de transformação do indivíduo em uma massa de modelar pronta para ser amoldada conforme vontade daqueles que promovem este processo. É a redução do indivíduo ao mínimo possível, é a redução do indivíduo a um pensamento, a um comportamento ou a uma mera característica de sua existência. E foi exatamente isso o que aconteceu com o movimento LGBT no Brasil.

Quando homossexuais apontam o dedo para outros para os acusar de “homofóbicos” por mera discordância política, quando utilizam gritos de “homofóbicos, intolerantes, opressores” contra qualquer um que não concorde com suas pautas, quando reagem com gritos de “coxinha, burguês, tucano, neoliberal” às pessoas que se posicionam contra o governo do PT.

A verdade é que a comunidade LGBT no Brasil aceitou o papel de um rebanho facilmente guiável por um senhor que levante a bandeira do arco-íris. Atualmente, Jean Wyllys se diz oposição ao governo petista, mas não perde uma chance de defendê-lo. Em meio à crise política, ele foi incapaz de pressionar o governo por realizações de suas promessas, preferindo apontar o dedo para a oposição para chamá-los de golpistas.

Ditadura militar

O aparato de repressão montado pela ditadura civil-militar de 1964, como se sabe, foi dirigido, explícita e predominantemente, contra os “subversivos” e “comunistas”. Mas os golpistas foram além! Montaram também um aparato de controle moral contra os comportamentos sexuais, tidos como “desviantes”. Assim, homossexuais, travestis, prostitutas e outras pessoas consideradas “perversas”, ou “anormais”, foram alvo de perseguições, detenções arbitrárias, expurgos de cargos públicos, censura e outras formas de violência.

À forte repressão sofrida, a comunidade LGBTs respondeu com a criação e o fortalecimento de movimentos de resistência inspirados nas organizações de luta por direitos de homossexuais, surgidas no contexto internacional. No fim dos anos 1970, diversos grupos começaram a se mobilizar e formar coletivos de enfrentamento à opressão do Estado, e ao preconceito contra a população LGBT, em defesa de seu reconhecimento e de seus direitos. A perseguição aos homossexuais no período da ditadura foi mais um capítulo na história de violência de que são alvos pessoas e organizações LGBTs. Por isso, a sua luta continua necessária e atual no Brasil e no mundo.

         Foto: O Imparcial

Redação

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