O aumento dos casos do diabetes está associado a diversos fatores como a rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, estilo de vida sedentário, excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional, entre outros.
De acordo com um estudo da IDF (International Diabetes Federation/Federação Internacional de Diabetes), o Brasil é o quarto país no mundo em número de pessoas com diabetes. De acordo com o Ministério da Saúde, 7% da população (cerca de 12,5 milhões de pessoas) faz o tratamento da doença. No período entre 2006 e 2016, o órgão registrou um crescimento de 61,8% no volume de casos de diabetes no Brasil.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que glicemia elevada é o terceiro fator, em importância, da causa de mortalidade prematura, superada apenas por pressão arterial aumentada e uso de tabaco.
Segundo a endocrinologista Hellen Felício, coordenadora da medicina preventiva do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, existem dois tipos de diabetes, que podem ocorrer em razão de questões genéticas, alimentação inadequada e obesidade.
“O diabetes tipo 1 pode ser causado por um problema autoimune, ou seja, quando o sistema imunológico ‘ataca’ o próprio corpo. Isso pode acontecer quando a pessoa já tem uma alteração genética e, por exemplo, é exposta a uma infecção viral ou estresse emocional. Já o diabetes tipo 2 tem várias causas como vida sedentária, herança genética e, principalmente, a alimentação ruim com consequente excesso de peso. Estima-se que 60% a 90% dos diabéticos tipo 2 sejam obesos. A doença costuma surgir após os 40 anos, mas eventualmente pode ocorrer mais cedo”, explica Hellen.
A médica alerta ainda que existem alguns fatores considerados como de risco para o desenvolvimento do diabetes, que merecem uma atenção especial. “Todos devem ficar atentos, mas são considerados fatores de risco, os pacientes com diagnóstico de pressão alta, colesterol ou triglicéride alto, obesidade e excesso de peso, principalmente, se a gordura estiver concentrada na cintura, histórico familiar e mulheres que apresentaram sinais de diabetes gestacional”, orienta.
A endocrinologista do Grupo São Francisco comenta que o tratamento deve incluir uma dieta balanceada e prática de exercícios, além de medicamentos para o controle da doença.
“A depender do tipo e do estágio da doença, há várias opções de tratamento com remédios (comprimidos ou injeções, incluindo a insulina). O diabetes não tem cura definitiva, mas é possível controlar a doença fazendo o tratamento correto”, comenta Hellen.
Atenção aos sintomas!
A médica Nádia Santos Miranda Duarte, especialista em Medicina de Família do Programa de Atenção Primária Avançada da Medicina Preventiva do Grupo São Francisco, alerta sobre a necessidade de observar alguns sintomas que ajudam no diagnóstico precoce da doença.
“Todas as pessoas devem ficar atentas aos sinais e sintomas como urinar muito, inclusive durante a madrugada, sede excessiva, aumento do apetite, perda de peso mesmo comendo normalmente, cansaço, visão embaçada e infecções frequentes. Quando esses casos são recorrentes é importante procurar um médico para fazer um diagnóstico clínico”, orienta.
Nádia também ressalta que mudanças no estilo de vida, o controle do peso e da alimentação associados à prática regular de exercício físico também são importantes para a prevenção do desenvolvimento da doença. “Pesquisas mostram que a mudança de estilo de vida retarda em 58% o aparecimento de diabetes em 3 anos”, conclui.