Início Araraquara Onda de incêndios criminosos atinge fazendas na região de Araraquara

Onda de incêndios criminosos atinge fazendas na região de Araraquara

Produtores rurais contabilizam prejuízos em suas safras devido aos ataques criminosos

Por José Augusto Chrispim

Produtores rurais da região de Araraquara estão passando por uma situação complicada devido a uma onda de incêndios criminosos que estão se espalhando por propriedades rurais em cidades como Guarapiranga, Trabiju e Boa Esperança do Sul. Nenhum suspeito foi identificado ainda.

Nas últimas semanas foram registrados vários incêndios criminosos em sítios localizados na área rural de municípios vizinhos de Araraquara. “Somente em Guarapiranga, foram quatro sítios atingidos por incêndios criminosos, além da entrada do Assentamento Bela Vista que também foi incendiada, assim como, a fazenda Coqueiro que fica entre Guarapiranga e Araraquara. Já em Trabiju foi colocado fogo na fazendo do produtor Romualdo Vanalli Polez mais de uma vez, e também nas margens da rodovia entre Guarapiranga e Trabiju. Outra preocupação nossa são as reservas ambientais que também podem ser atingidas pelo fogo”, relatou a produtora rural Suze Timpani que ressaltou que tem produtor que está fazendo ronda nas plantações durante a madrugada com medo de ter sua produção destruída pelo fogo. 

Vizinhança Rural

Suze conta que os produtores da região possuem um grupo de WhatsApp chamado “Vizinhança Rural”, por onde eles se comunicam e avisam quando notam algum foco de incêndio em alguma propriedade. “Nós temos um grupo por onde a gente se comunica quando ocorre algum incêndio e acionamos o protocolo de incêndio através da Canasol que aciona as equipes da Brigada de Incêndio que fazem o combate ao fogo. A Polícia Militar Ambiental também é acionada nesses casos”, explica a produtora.

Prevenção e Combate

O engenheiro agrônomo da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara e Região (Canasol), Guilherme Lui de Paula Bueno, falou à reportagem de O Imparcial sobre as medidas que a associação desenvolve de prevenção e combate a incêndios em propriedades rurais da nossa região. “Nós sabemos que entre o meio de junho e o meio de outubro, temos a fase crítica de incêndios rurais e urbanos, pois, temos baixa umidade, altas temperaturas e ventos fortes, então, qualquer início de incêndio pode se alastrar de forma extremamente trágica. Por isso, em todo início dessa fase crítica, nós orientamos os produtores rurais aos quais nós prestamos assistência, para que mantenham seus aceiros sempre limpos, na metragem correta de acordo com a legislação e sem material que possa atrapalhar a eficácia do aceiro que não vai evitar que o fogo se espalhe de um lado para outro da propriedade, principalmente em áreas de canaviais para que as áreas de reservas e os APPs não sejam atingidas pelo fogo. Nós também participamos do Plano de Auxílio Mútuo Emergencial de Araraquara e Região (PAME-AR), do qual participam dezenas de empresas, entre elas, usinas da nossa região, além do Corpo de Bombeiros, por isso, quando ocorre qualquer sinistro, nós acionamos o PAME que vai decidir qual o caminhão ou caminhonete de combate a incêndio que está mais próximo para ser encaminhado para a ação”, explicou o engenheiro. 

Alerta

Guilherme faz um alerta para toda a sociedade civil, lembrando que o produtor rural tenta fazer a sua parte da melhor forma possível, mas, ele lembra que a sociedade civil também precisa fazer a sua parte como, por exemplo, não jogar bitucas de cigarros nas margens de rodovias, não jogar lixo em rodovias. “Em Araraquara nós temos vários postos de descarte de resíduos de construção e galhos de árvores, por exemplo, então procure um local adequado mais próximo de sua casa e faça o descarte no local correto e não em propriedades rurais, por exemplo. Outra coisa que também deve ser evitada são as fogueiras que são feitas próximas a pesqueiros e áreas de cachoeiras, que podem ocasionar incêndios. Mas o governo, as prefeituras e as concessionárias também precisam fazer a sua parte, porém, o que nós vemos são os aceiros muito bem cuidados dos produtores, mas, quando vamos verificar uma estrada municipal ou estadual, pedagiadas ou não, vemos as faixas de domínio tomadas pelo mato que nessa época fica muito seco, ocasionando a maioria dos incêndios rurais, pois, uma pequena fagulha nessas áreas e já se tem grande chance de ocasionar focos de incêndio”, destaca o engenheiro.

PPI

O engenheiro relata ainda que em todo início de safra, a Canasol elabora o Plano de Prevenção a Incêndios (PPI), onde são colocadas todas as medidas de prevenção e combate, e colocados todo os equipamentos à disposição dos produtores. “Nós protocolamos junto à Polícia Ambiental que aprova esse protocolo bem antes da fase vermelha, mais crítica, ou seja, todas as medidas que vamos tomar para a prevenção e combate a incêndios”, finalizou o engenheiro.

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