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Os componentes do crescimento demográfico paulista

Artigo

*Por Bernadette Cunha Waldvogel

O Estado de São Paulo apresenta uma tendência visível de declínio do componente vegetativo no crescimento populacional desde os anos 1980. Este componente, também conhecido como crescimento populacional natural, refere-se ao aumento ou diminuição da população de uma área devido à diferença entre o número de nascimentos e o número de óbitos em um determinado período de tempo, geralmente um ano. Esse componente não leva em consideração a migração, ou seja, as pessoas que entram ou saem da área.
Se o número de nascimentos for maior do que o número de óbitos, haverá um crescimento populacional positivo, e se o número de óbitos for maior do que o número de nascimentos, haverá um crescimento populacional negativo. O componente vegetativo é uma parte fundamental para entender o crescimento demográfico de uma região e é frequentemente usado em estudos demográficos e projeções de população.
Para calcular o componente vegetativo, a fórmula básica é: Crescimento Vegetativo = Nascimentos – Óbitos. O resultado desse cálculo representa o saldo natural da população, que é uma das principais variáveis no estudo da dinâmica populacional de uma área.
O crescimento populacional também pode ser afetado pela migração, ou seja, o movimento de pessoas entrando ou saindo da região, o que é chamado de componente migratório. Juntamente com o componente vegetativo, o componente migratório contribui para o crescimento total da população de um estado ou região.
A análise integrada das estatísticas do Registro Civil (Seade) com as populações censitárias (IBGE) permite identificar a participação dos saldos vegetativo e migratório na dinâmica demográfica. A estimativa do saldo migratório mostra forte redução na primeira década do século XXI e torna-se negativa entre 2010 e 2022, indicando saídas de migrantes superiores às entradas. As estatísticas vitais revelam que, nesse período, 39 municípios paulistas já registravam crescimento vegetativo negativo, enquanto as estimativas dos saldos migratórios municipais indicam que 295 municípios apresentaram valores positivos e 350 municípios valores negativos.
O decréscimo do saldo vegetativo deverá permanecer no futuro, atenuando sua contribuição para o crescimento populacional. Isso ocorre pela redução dos nascimentos, em decorrência da queda do número médio de filhos por mulher, e pelo aumento dos óbitos associado ao envelhecimento da população. Dessa forma, a diferença entre nascimentos e óbitos tende a declinar paulatinamente até se tornar negativa. Os anos 2020 e 2021 foram atípicos devido à pandemia, mas já há indícios de retorno à tendência anterior.

Por Bernadette Cunha Waldvogel, da Gerência Demográfica da Fundação Seade

Redação

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