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“Páginas de Concreto”: projeto da Cultura propõe grafites para homenagear personalidades e embelezar a cidade

Ignácio de Loyola Brandão, Zé Celso Martinez Corrêa, Liniker, Bia e Luciana são as primeiras personalidades homenageadas no projeto

Os grafites são cada vez mais constantes na decoração urbana, transformando e democratizando a cidade em uma galeria a céu aberto. A fim de trazer identidade cultural – já que os grafites muitas vezes contam sobre a história e a cultura local – a Secretaria Municipal da Cultura e a Fundart lançam o projeto “Páginas de Concreto – Memórias Araraquarenses” para homenagear personalidades artísticas e esportivas de Araraquara com murais urbanos produzidos pelo artista Aracê, com produção de Taís Capparelli.

A primeira arte do “Páginas de Concreto” está sendo produzida na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, que este ano completa 80 anos de fundação. Aracê vem executando durante esta semana a obra que retrata o escritor araraquarense Ignácio de Loyola Brandão – membro da Academia Brasileira de Letras e considerado um dos autores contemporâneos mais relevantes da literatura brasileira.

O grafite da biblioteca irá coincidir com o lançamento do circuito turístico “Caminhos de Loyola” a ser realizado na biblioteca Mário de Andrade neste domingo (24) às 10 horas, inclusive com a presença do homenageado Loyola.

Ultimamente, a tendência da arte de rua como elemento decorativo vem ganhando força: o grafite – ou murais urbanos – tem sido cada vez mais utilizado para transformar espaços sem graça em locais vibrantes e cheios de cor, revitalizando áreas abandonadas ou degradadas e trazendo vida e cor para esses espaços. Soma-se a isto o fato da arte de rua também ter um papel importante na identidade cultural das comunidades.

Assim formas, cores e ideias fazem o grafite transformar locais e torná-los até pontos turísticos da cidade, atraindo visitantes interessados em apreciar a arte urbana.

Apesar da valorização desta arte atualmente, vale destacar que, por muito tempo, o grafite ficou estigmatizado como uma forma de vandalismo. Porém, nos últimos tempos, o grafite vem sendo reconhecido como uma forma legítima de expressão artística. E, mais que uma forma de decoração, a arte de rua também tem um papel importante na identidade cultural das comunidades: os grafites/murais urbanos muitas vezes contam sobre a história e a cultura local, o que pode ajudar a preservar a memória de uma comunidade e a fortalecer o senso de pertencimento dos moradores.

Pertencimento – De acordo com a proposta do projeto apresentado por Aracê, a necessidade de pertencimento é definida como uma motivação que os seres humanos têm para procurar e manter laços sociais profundos. “É de extrema importância resgatar as histórias da cidade de Araraquara e homenagear em vida, os araraquarenses que se destacaram no cenário nacional e fizeram história no nosso país. Com o intuito de despertar assim o senso de coletividade e pertencimento dos moradores de Araraquara”.

Aracê conta que Páginas de Concreto tem a intenção de montar um “livro” ao espalhar quatro murais (“páginas”) em muros públicos pela cidade de Araraquara com o retrato em grafite das personalidades araraquarenses que são destaques da cidade. “Além da homenagem para os araraquarenses, os quatro murais serão parte de um circuito de arte que poderá ser visitado pela população para que possam conhecer melhor as pessoas que por aqui passaram e fizeram/fazem a diferença, e inspirar através da arte os nossos cidadãos”, aposta.

Ele conta que cada mural terá um QR Code para uma página on-line com o mapa das próximas “páginas”, assim como a descrição do projeto e mais detalhes das histórias de cada araraquarense homenageado. “O ‘livro’ Páginas de Concreto – Memórias Araraquarenses começará com quatro páginas, mas sempre terá a possibilidade de continuidade no futuro”, finaliza.

Mais homenagens – Além de Ignácio de Loyola Brandão, “Páginas de Concreto” também prestará homenagem aos artistas araraquarenses Zé Celso Martinez Corrêa e Liniker e às jogadoras do futebol feminino da cidade: Bia e Luciana. Estas outras artes do projeto deverão estar prontos até o mês que vem (outubro).

A homenagem a Zé Celso está prevista desde antes de seu falecimento em julho deste ano e seria uma homenagem ainda em vida. O grafite será realizado em frente ao Edifício Vila Sol (na Av. José Bonifácio, altura do n° 704). O dramaturgo, ator, diretor, líder e fundador do Teatro Oficina é araraquarense e reconhecido como um dos principais criadores do teatro brasileiro.

Para a cantora Liniker, o grafite será realizado na esquina da Rua Voluntários da Pátria com a Avenida Prudente de Moraes, no NEJA (Núcleo de Educação de Jovens e Adultos). A araraquarense, nascida em 1995, é cantora, compositora e atriz brasileira, venceu o Grammy Latino 2022 na categoria de ‘Melhor Álbum de Música Popular Brasileira’ pelo disco Índigo Borboleta Anil e tornou-se a primeira artista transgênero do Brasil a ganhar um Grammy Latino, a premiação mais importante da música latina.

Por fim, as atletas Bia e Luciana ganham homenagem no muro da Etec de Araraquara, na Rua São Bento próximo ao ponto de ônibus.

Beatriz Zaneratto, a Bia, nasceu em Araraquara e é uma das cinco maiores artilheiras da história da Seleção Brasileira. Revelada pela Ferroviária, fez sucesso no futebol da Coreia do Norte e da China, e atualmente defende o Palmeiras, time pelo qual conquistou o título da Libertadores da América do ano passado. Bia integra a lista das dez maiores artilheiras da história da Seleção e já disputou três Copas do Mundo (2011, 2015 e 2019), além da Olimpíada de 2016.

Já a belo-horizontina Luciana Maria Dionizio, ou simplesmente Luciana, é considerada pelos torcedores o maior nome da história do futebol feminino da Ferroviária, com protagonismo nos maiores títulos conquistados pelo clube, como os títulos do Paulista de 2013, Copa do Brasil e Brasileirão de 2014, Brasileirão de 2019 e Libertadores de 2020. Símbolo de raça e competência, a goleira é a personificação do espírito das Guerreiras Grenás.

Redação

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