Viabilizou negócios
Com público estimado em 200 mil pessoas nos cinco dias de sua realização, a FACIRA 2019 ficou marcada pela rigorosa separação entre o evento tradicional de lazer, daquele de negócios, onde mais de 70 empresas expuseram seus produtos e serviços lado a lado com empresas portuguesas de Torre Vedras. A presença dos irmãos lusitanos, aliás, tornou a 24ª edição do evento na 1º versão internacional da feira, receita que além de viabilizar o intercâmbio comercial entre as duas cidades, viabilizou que empresas, empresários e empreendedores araraquarenses possam levar seus produtos para a Europa. O caminho para isso está aberto e é inegável que foi a FACIRA quem viabilizou.
Intercâmbio começou em 2014
A parceria entre Araraquara e Torres Vedras começou no ano de 2014, ainda durante a administração Barbieri. O acordo, de início, priorizava as áreas cultural e educacional, mas o foco mudou depois de 2016, a partir de quando o prefeito Edinho Silva e sua equipe visitaram Portugal e perceberam a boa receptividade que havia entre os portugueses com a ideia de se criar parcerias comerciais e tecnológicas entre as duas cidades. Os laços começaram a se estreitar, as conversas avançaram e surgiu o convite por parte da prefeitura de Araraquara para que Torres Vedras participasse da FACIRA 2019. Nascia a 1ª versão internacional da feira.
O caminho de volta
O que chama a atenção no acordo firmado entre Araraquara e Torres Vedras é o fato de a parceria ter mergulhado de cabeça na área comercial, o que nas relações internacionais normalmente acontece entre dois Países, e não entre cidades. A novidade se mostrou bastante promissora, já que positivamente impressionados com que viram por aqui, os portugueses se apressaram a convidar empresas araraquarenses a participarem no ano que vem de uma das mais tradicionais feiras realizadas além mar. Ou seja: o caminho da Europa se abriu para empresas locais, o que pode gerar empregos e divisas.
Mais de 10 empresas de Araraquara em Portugal
As relações firmadas entre os portugueses e empresários locais durante a FACIRA entusiasmaram os visitantes e a parceria tende a crescer ainda mais. Falando sobre o assunto com a TV O Imparcial, o vice-presidente da ACIA Araraquara, Luiz Petroni, revelou que já são 10 as empresas da cidade conversando com Torres Vedras para viabilizar suas presenças na Feira de São Pedro, que se realizará em 2020 em terras lusitanas.
Uma luta de quase 30 anos
As críticas à organização da FACIRA, todas motivadas por interesses políticos e pessoais, não levam em conta a saga e a luta dos empresários araraquarenses que criaram o evento em 1990, sofreram e lutaram muito através dos tempos na busca de organizar grandes festas ao mesmo tempo em que ajudavam as entidades assistenciais da cidade. A intenção do grupo merece todos os elogios, de fato tirou a FACIRA do papel, mas uma verdade não pode ser esquecida e nem desprezada: a FACIRA sempre foi deficitária, e a conta de seu prejuízo sempre ficou no colo da ACIA que, embora muitos não saibam, até hoje, literalmente, paga por isso…
Cresceu demais
O problema da FACIRA, e desde o início isso ficou muito claro, foi a falta de uma identidade. Nascida tendo como objetivo principal ajudar as entidades assistenciais da cidade, a FACIRA conheceu rápido crescimento, passando a ser também em tempo recorde, uma das maiores feiras de lazer e de beneficência de todo o estado. E com isso, os problemas só aumentaram. Organizada com um tamanho nunca imaginado por seus idealizadores, a feira passou a ter inúmeros e variados eventos, como grandes shows, corridas de motos e até festas de peão, o que elevou seus custos a alturas estratosféricas.
Criação do espaço de negócios
Com o crescimento do evento, a ACIA, dona da marca e idealizadora da FACIRA, criou um novo espaço em sua organização, um pavilhão de negócios, passando a comercializar espaços para estandes. A ideia era aproveitar o grande público que a feira sempre atraiu e viabilizar um espaço de negócios na FACIRA. É claro, que havia outra motivação na abertura desse novo setor na feira: a venda dos estandes geraria renda para a ACIA, ajudando sua diretoria a responder pelas altas despesas do evento.
Uma grande quermesse
A abertura de um setor de negócios na FACIRA poderia abrir novos caminhos para o evento, mas a coisa toda não aconteceu como se esperava, já que a área de lazer nunca parou de crescer, transformando a feira em uma grande quermesse onde as pessoas se encontravam para assistir shows, pais levavam seus filhos para brincar, e jovens se deliciavam na área de alimentação, cedida todos os anos para as entidades do FISA. O resultado é que as pessoas ingressavam no pavilhão de negócios apenas para passear, e os expositores, que afinal pagavam pelos espaços, ficavam a ver navios.
Problema de identidade
O caráter assistencial da feira nunca foi o real problema para viabilizar seu sucesso econômico, até porque ela nasceu com essa identidade e a mantém até os dias de hoje. O problema foi tentar transformá-la em um evento de negócios sem criarem condições de atrair para dentro de seus pavilhões empresários e empreendedores interessados em negociar, em buscar oportunidades. Não houve planejamento para atrair esse público, e a feira passou a viver um sério problema de identidade. Afinal, o que se pretendia da FACIRA? Que ela fosse um grande evento de negócios, ou uma grande quermesse beneficente?
O quase fim
E é claro que isso não agradou: as reclamações de empresas que se aventuraram na FACIRA passaram a se avolumar. Elas queriam negociar na feira, e não apenas pagar a conta. E foi justamente por isso, e pelo grande prejuízo que invariavelmente tomava todos os anos, que a diretoria da ACIA decidiu não mais organizar o evento. Foi por isso que a FACIRA ficou alguns anos sem acontecer.
A retomada e um novo caminho
Este ano, porém, parece que finalmente encontraram um caminho para viabilizar financeiramente a FACIRA. A separação do pavilhão de negócios daquele onde aconteceu a feira de lazer mostrou-se bastante positiva. Assim como a decisão de se instalar um palco e uma área de gastronomia no local. Com restaurante lá dentro, grade de shows totalmente separada daquela que se viu na parte externa, o pavilhão atraiu um público bastante diferente, e realmente interessado no que se passava no local. Detalhe: postada na entrada do pavilhão, a segurança não permitia a entrada na área reservada ao evento de negócios de pessoas com bebidas ou outros. Pode-se dizer, portanto que a FACIRA de 2019, maior feira organizada na retomada dela até aqui, deu o caminho para a FACIRA do futuro.
Turismo de negócios
Localizada no centro do estado de São Paulo e servida por algumas das melhores rodovias do País, Araraquara é uma cidade geograficamente privilegiada. Dotada de um Centro Internacional de Eventos, grande rede hoteleira e restaurantes de altíssima qualidade, a cidade tem tudo o que qualquer uma do país desejaria ter para se transformar em um grande centro de turismo de negócios. E se é justamente isso o que a ACIA e a Prefeitura almejam para o futuro e, está claro, que o caminho mais curto é cuidar bem da FACIRA, ajustar seu caminho e seu formato e finalmente usar seu potencial para atrair negócios e visitantes para a cidade, fomentando nosso comércio e nossa economia.
Marca e política
Diferenças políticas a parte, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Araraquara (ACIA), José Janone Júnior, não hesitou um só segundo em levar para sua diretoria a proposta da Prefeitura em ceder a marca FACIRA para o município retomar o evento em 2017. Não se pode esquecer que Janone, e boa parte dos diretores da ACIA são críticos ferrenhos da administração do PT e adversários políticos do prefeito Edinho Silva. Eles, porém, colocaram a cidade acima de tudo, colocaram a marca FACIRA, obra da luta e do empenho de tantas administrações passadas da entidade, acima da luta política partidária, e conversaram como gente grande. Como tem de ser.
Picuinha
O resto, e essa é a única verdade, é picuinha de quem pensa pequeno, de quem coloca interesses pessoais acima dos interesses da cidade, coloca política partidária acima do interesse coletivo. É sede de poder, e choro de inconformados com a linha editorial de um jornal livre de amarras, e não alinhado com seus interesses. Nós nos pautamos pelo interesse da população, não nos que querem nos impor por sua sede de poder. Vergonha!!!
Sempre assim
Os cães ladram e a caravana passa….