Início Araraquara Palestra na Fundação CASA de Araraquara aborda religiões de matriz africana

Palestra na Fundação CASA de Araraquara aborda religiões de matriz africana

Encontro teve o objetivo para desmistificar preconceitos que são provenientes do racismo religioso

Nesta segunda-feira (10), a equipe do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge” realizou uma palestra sobre religiões de matriz africana na Fundação CASA de Araraquara. O objetivo desse encontro foi mostrar aos jovens o que são as umbandas e candomblés para desmistificar preconceitos que são provenientes do racismo religioso.

A coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo, falou sobre o conteúdo abordado no encontro. “Em roda, conversaram sobre o que é ‘macumba’ e como esse termo está carregado de preconceitos que foram gerados por todo um processo de violência contra a população negra, decorrentes da colonização. Ao abordarem sobre as duas religiões (umbanda e candomblé), os jovens ficaram muito interessados e perceberam que muito do que sabiam sobre elas estava perpassado pelo racismo. Ao falarem sobre a umbanda, a equipe do Centro Afro falou sobre as entidades presentes nesse culto e como elas agem na proteção e evolução dos que estão em terra. O que mais impressionou os jovens foram os Exu e Pombagira, alguns dos mais demonizados no imaginário coletivo”, comentou.

Sobre o candomblé, evidenciou-se sobre as características dos cultos e sobre as diferentes ‘nações’, tais como nagô, angola e jeje. Por meio dos itans (histórias dos orixás), falaram sobre Oxossi e o seu elo com a comunidade, Oxun e o seu domínio sobre as águas doces, Oxumarê, que é o caminho percorrido pela chuva, e sobre Esú e sua relação com os caminhos e possibilidades. Para ilustrar sobre as entidades e orixás, utilizou as artes de Breno Loeser, importante artista sergipano.

O Centro de Referência Afro, para além dos atendimentos às vítimas de violências raciais, também desempenha um importante trabalho de conscientização racial, por meio de letramentos, palestras, formações, rodas de conversas, oficinas, dentre outras. “Realizar essas conversas em espaços educativos e socioeducativos é fundamental na luta antirracista. Infelizmente, o que circula no imaginário coletivo é que as religiões de matrizes africanas cultuam um grande mal dentro dos terreiros, e isso tem nome: racismo religioso. Enquanto filho de santo de Leli de Nanà, Diego de Èṣù e afilhado de Dienani de Iyewá, lideranças do Ilé Maroketu Asé Ominare, tenho aprendido que falar sobre a nossa religião nos diversos espaços é um importante passo para promoção da igualdade racial. É preciso dizer que Esú não é o Diabo. Èṣù é Èṣù! Ponto”, destacou Thiago Rodrigues, pesquisador e membro da equipe do Centro de Referência Afro.

Redação

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