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Para muitas mulheres ser mãe apresenta desafios a serem vencidos todos os dias

Muitas são mães solo e mesmo as que têm uma rede de apoio, enfrentam barreiras. E são nesses desafios que entregam o que mais tem de precioso: o amor

Célia Pires/Colaboração

A grande maioria das mães, esquecem as dores, lutam para vencer as inseguranças e, muitas vezes, também precisam de colo.

Costumamos ver as mães como guerreiras, heroínas. E são, romantizando a maternidade ou não.

Questionadas sobre o assunto, algumas mulheres revelam o que para elas é ser mãe.

Cibele: ser mãe é uma dádiva

Para Cibele Alonso ser mãe é uma dádiva, seja biológica ou do coração. ”O  ato de criar, educar uma criança é maravilhoso. Deus me abençoou com quatro tesouros”.

Conta que sua vida foi dedicada à criação dos seus filhos. ”Tenho muito orgulho e gratidão das pessoas que eles se tornaram. Hoje tenho duas filhas que residem no exterior, como faz falta a presença delas…sei que temos os filhos para o mundo, mas a distância dói demais. Ainda bem que hoje temos a internet para podermos nos falar quando sentimos saudades. Que Deus abençoe todas as mamães aqui na terra e no plano espiritual”, ressalta ela.

Sandra: mãe não é padecer no paraíso é ter o paraíso em você!

Uma das maiores motivações de Sandra Tochio é fazer o bem ao próximo através do voluntariado.

Para Sandra ser mãe é ser presente em todos os momentos, saber enxergar além das aparências, cuidar sem sufocar, ensinar através de suas atitudes o que é ser amado sem esperar nada em troca. “Simplesmente amar…ser”, diz ela, enfatizando que mãe não é padecer no paraíso é ter o paraíso em você!

E confessa que quando faz trabalhos voluntários levando alegria para aqueles que não podem mais o convívio diário com os seus, tenta amenizar suas dores através do riso, da dança do carinho. “E assim cada vez mais recebo deles toda gratidão”.

Cidinha Pardini: mãe para mim é um jardim

Questionada sobre que tipo de livro uma mãe poderia ser a biblioterapeuta, Cidinha Pardini, responde que uma mãe pode ser tantas coisas. “Ela pode ser um livro de um jardim, porque uma mãe gera tantas flores, tantas vidas”.

Sobre que tipo de mãe ela é, Cidinha responde que é uma presença forte a vida inteira. “Os livros me tornaram a pessoa que sou hoje, mas a mãe brotou da essência desde o meu nascimento. Eu sempre quero e quis cuidar”.

Sobre sua saudosa mãe Dolores ela mergulha nas páginas do livro do seu coração e diz: “a minha mãe foi esse exemplo da pessoa que sou hoje”.

Cecilia: Uma mãe que transformava tudo em magia

A poetisa Cecilia Martinez Pagliarini, membro da Academia Araraquarense de Letras  é uma figura simplesmente ímpar..

Ela ao longo de sua trajetória passou por diversas adversidades, mas nada nunca tirou dela o espirito guerreiro, a força de recomeçar.

Um dia desses em uma roda de conversa ela confessou que teve uma infância muito pobre, mas não infeliz, pois tinha uma mãe que transformava tudo em magia.

Ela conta que quando criança os pães eram embrulhados em papel. Quando foi para a escola não tinha caderno, mas sua mãe magicamente dava um jeito: ia guardando todos os papéis nos quais os pães eram embrulhados e quando tinha uma certa quantidade ela passava a ferro um a um, depois os alinhava e os costurava na máquina de costura. Depois pacientemente pegava uma régua e ia traçando as linhas. E de repente ali estava um caderno customizado.

Na sala de aula a menina Cecilia não sentia vergonha do caderno diferente e sim um grande orgulho, pois havia sido sua mãe que o tinha confeccionado com todo carinho do mundo.

E assim ela foi crescendo com esse jeito lúdico de ver a vida, sempre espalhando esperança e fé a todos que passaram pela vida dela, fossem seus filhos ou qualquer um dos que um dia assistiram suas palestras em vários locais da cidade e até mesmo no Centro de Ressocialização Masculino. Ninguém sai de perto dela sem um sorriso e um ensinamento.

Embora sempre tenha se doado muito, é uma pessoa grata por tudo que fizeram e fazem por ela, como um abraço sincero de antigos alunos quando casualmente os encontra, mas a gratidão por tudo que sua saudosa mãe fez por ela e pra ela não tem preço. Tanto que compôs um poema especialmente pra ela intitulado “O meu presente de Deus”:

Os versos pra minha mãe

Nem sei como começar,

Foi tão Santa que teria,

Que colocá-la em um altar.

Grande amiga, companheira,

Era a minha confidente,

Com certeza foi pra mim,

De Deus o melhor presente.

Presente que está presente,

No meu amor infinito,

Ela se foi, já faz tempo,

Mas está aqui, eu a sinto.

Fico feliz quando acordo,

E lembro-me dela no sonho,

Transmitindo muita paz,

Com seu semblante risonho.

Com muito amor e humildade,

Presto-lhe hoje homenagem,

Por ser quem sou é porque,

Me espelhei em sua imagem.

Se Deus permitisse a graça,

De por um minuto a ver,

Seria está a pergunta,

Que iria lhe fazer.

Mãe querida, não precisas,

Hoje mais dos braços meus?

A resposta eu sei, seria:

Estou nos braços de Deus!

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