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Pedágio da discórdia

Durante audiência pública na capital paulista, a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) apresentou proposta para implantação de uma praça de pedágio entre São Carlos e Araraquara. As duas cidades têm proximidade de 38 km, “o que muitos consideram cidades coirmãs, tendo muitas pessoas que trafegam diariamente entre um e outro município a trabalho, estudo ou negócios”, argumentam os vereadores da Câmara Municipal de Araraquara.

Os parlamentares lembram que ambas as cidades têm universidades públicas, comportando milhares de alunos que moram em uma e estudam em outra. “Na mesma baila, milhares de trabalhadores que residem nessas duas cidades, trabalham na outra e vice-versa, o que, necessariamente, gerará um prejuízo de renda e desemprego aos trabalhadores, pois o custo desse traslado deixará de compensar a viagem e a atividade desempenhada por essas pessoas”.

“O fluxo de negócios entre as duas cidades é muito grande também, tanto no setor comercial e empresarial, quanto no agronegócio familiar, de subsistência e nas relações interpessoais”, enfatizam os vereadores. “Com a crise da pandemia da Covid-19, muitos desses trabalhadores, alunos, empresários e comerciantes já estão no limite de suas contas e reservas. Se essa proposta for aprovada, levará a região ao caos absoluto em todos os aspectos. No caso de Araraquara, já está em funcionamento um pedágio entre a cidade e o município de Matão, que passa dos R$ 18,00 o que gera um descompasso econômico enorme nessa região e, de fato, essa nova praça será mais uma confirmação do regresso em todos os setores sem precedentes para quem necessita realizar o tráfego pela Rodovia Washington Luís”.

Ainda no documento, os parlamentares destacam que, para se chegar à cidade de São Paulo, quem sai de Araraquara terá mais esse gasto extra em sua viagem, o que irá dificultar ainda mais o turismo, os negócios e a geração de empregos de quem sai do interior rumo à capital. “São Carlos teve uma praça de pedágio instalada recentemente na Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), sentido Ribeirão Preto, que já está desfavorecendo o usuário que utiliza esse sentido de direção. Essa nova praça que está sendo planejada irá ‘ilhar’ ainda mais as cidades nessa região do Estado”, apontam.

A alta da commodity do barril de petróleo em nível mundial e a alta do dólar no mercado interno, disparando os preços dos combustíveis em solo nacional e, por consequência, elevando o custo de vida em geral da população, com muitas pessoas passando fome e em situação de miséria também é pontuada pelos vereadores. “A população em situação de fome ultrapassa 20 milhões de pessoas e o número de desempregados gira em torno 14 milhões. Sem dúvida, mais um pedágio na região concorre para o fomento dessas duas atrocidades instauradas na sociedade brasileira”, pontuam.

Os parlamentares finalizam relatando a insatisfação geral da população dessas três cidades – Araraquara, Ibaté e São Carlos – que, somadas em quantitativo populacional, passa de meio milhão de pessoas.

Nesse sentido, eles pedem que o Governo do Estado, a Artesp e a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) tomem conhecimento da Moção de Repúdio da Câmara Municipal de Araraquara, em razão do projeto de instalação de uma praça de pedágio no km 255, entre os municípios de Ibaté e Araraquara.

Nesta quarta-feira (27), tem audiência pública realizada pela Artesp, às 10h, no Sest Senat e na quinta (28), 18h, tem a audiência pública na Câmara Municipal.

Protesto

Vereadores de Araraquara, São Carlos e Ibaté realizaram um protesto contra a possível implantação do novo pedágio no quilômetro 255 da rodovia Washington Luís (SP-310), na manhã dessa terça-feira (26). O encontro reuniu 14 vereadores de Araraquara, seis de Ibaté e quatro de São Carlos, além da deputada estadual por Araraquara, Márcia Lia (PT).

Redação

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