Adriel Manente
Um dos jogos virtuais mais famosos da atualidade, o Pro Evolution Soccer, atrai uma legião de fãs a cada nova versão lançada. É uma verdadeira febre no mundo dos games. Em Araraquara, vive Edson Rogério Aguiar Júnior, talvez por esse nome passe até despercebido. Mas “Juninho Aguiar” é – nada mais nada menos – que o atual Campeão Brasileiro de PES, título conquistado no final do ano passado. Desbancando nomes famosos do mundo do futebol virtual, aos 21 anos, Juninho ainda batalha por reconhecimento, que ainda não veio.
Conheça um pouco da história de Juninho Aguiar
Apesar de ser o atual detentor do título de campeão nacional do Pro Evolution Soccer, campeonato realizado pela CBFDV (Confederação Brasileira de Futebol Digital e Virtual) derrubando nomes como HenryKinho (7º melhor do mundo), Felipe Mestre (3º melhor do mundo) e GuiFera (campeão mundial em 2017), o Araraquarense Juninho Aguiar vive uma vida simples, longe dos holofotes.
Trabalhando de entregador de dia e de noite, Juninho nos conta que não consegue manter uma regularidade de treinamento. “Eu trabalho de manhã, aí chego umas 14 horas e jogo até umas 17h30. Daí vou me arrumar para trabalhar e nem jogo mais. Tem dia que não jogo nada de cansaço do serviço. Passo dois a três dias sem ligar o vídeo-game”, revela o jovem que diz ainda que, mesmo sendo campeão brasileiro, não conseguiu nenhum tipo de patrocínio. “Até hoje, só sondagens”, lamenta Juninho.
Juninho conta que já joga há bastante tempo, porém só agora começou a jogar em campeonatos. “O primeiro torneio que disputei foi a seletiva para o Campeonato Brasileiro. Torneio onde me tornei campeão. Ele me deu a vaga para o nacional e também moral para disputar de igual pra igual com qualquer outro”, comemora Juninho.
A seletiva disputada por ele aconteceu em junho do ano passado, em São Paulo. Foram 1600 jogadores e 128 vagas. Uma relação de 64 jogadores para cada vaga. “Mais concorrido que muito vestibular”, brinca.
O Campeonato Brasileiro e a consagração
O Brasileiro foi realizado no Museu do Futebol, no Pacaembú, em São Paulo. Com 128 jogadores, todos campeões de seletivas de todos estados, além de convidados. Até mesmo de outros países, como Argentinos, Peruanos, Sul-Africanos, entre outros. Em disputa, o título, troféu e R$ 30 mil.
Juninho conta que a estreia é sempre mais complicada. “Eu tremia de nervoso, de estar ali. Mas conseguir vencer. A partir daí, foi embora”, revela o sempre bem-humorado Juninho, que diz ainda qual foi seu momento mais marcante. “Ao final do campeonato, os organizadores elegem o melhor jogo. E no melhor jogo eleito Juninho estava envolvido. “ Foi escolhida minha semifinal contra o Izaquiel, de Pernambuco. Era um jogo que eu estava perdendo de 3×0 faltando menos de 15 minutos para o fim e consegui buscar. A galera toda vibrou. Foi muito marcante”, lembra com emoção.
Mas nem tudo é alegria na vida de Juninho. Sem patrocínio, o jovem ainda busca ajuda para poder participar de todos os torneios e ainda nos revela um sonho. “Tem a Copa do Nordeste, que é o 2º torneio em importância da CBFDV, eu tenho a vaga, mas não posso ir. Simplesmente não tenho como pagar minha estadia lá”, ressalta. “Eu estou disputando a seletiva para o Mundial, é um sonho para mim, mas vou buscar”, finaliza um determinado e vencedor no game e na vida, Juninho Aguiar, que nos próximos meses vai ao Peru disputar o “Juega PES”, uma espécie de sul-americano que servirá de aperitivo para esse jovem sonhador rumo ao Mundial.