Da redação
A Polícia Federal realizou a ‘Operação Spoofing’ nessa terça-feira (23), para prender suspeitos de envolvimento na invasão de celulares de Sergio Moro e de procuradores da Operação Lava Jato. Equipes da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), de Brasília (DF), cumpriram 4 mandados de prisão temporária e 7 de busca e apreensão em Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto.
Há quatro inquéritos abertos para investigar a invasão do celular do ministro da Justiça Sergio Moro. A operação que foi autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, tem também como alvo pessoas que teriam colaborado com os hackers.
Em uma ação sigilosa, os policiais fizeram buscas em duas casas localizadas na Vila Xavier e no Selmi Dei, em Araraquara, onde moram pessoas suspeitas de envolvimento em invasões de celulares de autoridades ligadas à Operação Lava Jato. Um dos suspeitos não foi encontrado pela polícia e é considerado foragido. Na casa do suspeito, localizada no Jardim Roberto Selmi Dei, foi apreendido material para ser analisado. Ele foi preso antes em São Paulo.
Entre os alvos dos criminosos, estiveram integrantes das forças-tarefas da Operação Lava-Jato de ao menos três estados (Rio, Paraná e Distrito Federal), delegados federais de São Paulo, magistrados do Rio e de Curitiba.
A partir de agora, a PF tentará descobrir se os presos têm alguma relação com o vazamento de conversas do procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba. O inquérito está sendo conduzido pela Diretoria de Inteligência. A Procuradoria-Geral da República também abriu um procedimento para acompanhar o trabalho da polícia. A apuração desse tipo de crime é tida como complexa, e o prazo para conclusão das investigações será longo, prevê a cúpula da PF.
De acordo com a PF, o nome “Spoofing” faz referência a “um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é”.
Invasão
No mês passado, o celular do ministro da Justiça Sergio Moro foi invadido por hackers, que chegaram a usar o aparelho por seis horas. O juiz teve de cancelar a linha telefônica.
No dia 4 de junho, Moro alegou ter recebido uma ligação telefônica por volta das 18h, do próprio número. Apesar de estranhar a chamada, ele atendeu a ligação.
A tática já é conhecida pelas autoridades e permite que hackers acessem o aparelho. O autor do ataque ao celular de Moro conseguiu usar o sistema até 1h da manhã e mandar mensagens pelo aplicativo Telegram.
Já previa
No último dia 15, a jornalista Monica Bergamo divulgou em seu Twitter, que a Polícia Federal poderia anunciar em breve a prisão do suposto responsável pelo vazamento das mensagens de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e outros procuradores. “O objetivo seria atingir reportagens divulgadas pelo site The Intercept, com depoimento induzido”, disse a jornalista.
O jornalista Glenn Greenwald também comentou o assunto e disse que a tática fracassaria. “Essa tática equivocada – que a PF durante o afastamento do ministro Sérgio Moro, está considerando realizar essa semana – fracassará. Nenhuma pessoa minimamente racional pode continuar a ver a tática cínica de Moro e Deltan com qualquer credibilidade”, disse Greenwald em sua publicação.
Nota da PF
A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (23/07), a Operação Spoofing com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.
Foram cumpridas onze ordens judiciais, sendo sete Mandados de Busca e Apreensão e quatro Mandados de Prisão Temporária, nas cidades de São Paulo/SP, Araraquara/SP e Ribeirão Preto/SP.
As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados.
As informações se restringem às divulgadas na presente nota.
Spoofing é um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.
Comunicação Social da PF