Célia Pires – Colaboração
O livro de poesias do araraquarense Tadeu Marcato, “Concreto Armado ou A imanente liberdade dos pardais”, é uma obra independente, mas sai por um selo chamado Poisofia Crônica. É um livro de poemas onde os temas abordados são da polis, da cidade, enfim, urbanos e nasceram em sua maioria, na pandemia e acabaram segundo o autor, fechando uma ambivalência.
Ele pontua que durante a pandemia, através de um privilégio por ser funcionário público, proporcionou que ficasse em casa. Pode por meses estar diariamente bem mais próximos dos meus filhos e observar as questões filosóficas que eles traziam. “Com isso nasceu o livro de 2021 que vai fazer o par dessa ambivalência com o “Concreto armado” que é o “O dia que Dionísio tirou Apolo para dançar”, que nasce também na pandemia e que são histórias prosa/ poética do universo de duas crianças lidando com a pandemia, com o mundo, trazendo questões filosóficas para os pais e dialogando tudo isso,
Pensar a cidade
O título “A imanente liberdade dos pardais”, de acordo com Marcato, já diz muito sobre os temas dos poemas, que é justamente a cidade, essa polis que é armada à grande parte de seus habitantes. “É um livro que também nasceu na pandemia, mas não só, com isso ele (o livro) vai tomar uma coisa mais universal, no sentido de pensar a cidade, as relações dessa cidade estruturada de uma forma mecanizada, o quanto nos falta o tempo ócio, criativo, o quanto nos falta tempo para não fazer nada, o quanto a gente está escravo desse relógio e como esse concreto, essa urbanidade e essa polis trata os seus cidadãos. Então, traz um pouco essa reflexão. “A imanente liberdade dos pardais” nasce de um fecho de um poema, que na verdade, que é “Só os pardais são livres”, poema escrito no auge da pandemia, numa observação direta mesmo dos pardais que aparecem nos momentos no livro trazendo essa questão, essa reflexão para o eu lírico.
Financiamento coletivo
Questionado sobre o que o livro pretende, o poeta diz “pretende ser lançado, pretende existir e para que isso tome forma estão fazendo através de um financiamento coletivo, pois estão próximos da meta que está chegando ao seu final, mas ainda falta um tanto e ele pede que ‘comprem o livro, contribuam para que o poeta independente, para a arte independente. “O não pretender ir para lugar nenhum, talvez seja uma consciência de que o fazer artístico, o fazer poético é por si só auto suficiente. É claro que a gente não sabe os passos e o que nos aguarda na virada de esquina, mas aqui a ideia é entender que caminhar com a arte, com a poesia basta. Como dizia Leminski é um ‘intensilio’, não tem uma utilidade, não pretende levar ninguém a nenhum lugar, na verdade. Pelo contrário, como ainda dizia Leminski, que o autor complete o texto, que é a partir de sua interpretação ele se torna um coautor desse poema, desse livro, Gosto muito dessa ideia e dessa mágica que a poesia tem, que ela se transfigura o tempo todo, ela é mutante, pois vai depender do seu interlocutor, do seu leitor, depender de quem a lê e aquele sujeito que lê é o que vai dar o sentido para aquele texto.
De acordo com Tadeu Marcato não tem data definida para o lançamento, mas sim dois espaços definidos, no Sesi, em outubro e no Sesc, em dezembro. “Esse lançamento servirá para vender novos livros, bem como para entregar os livros de quem comprou via financiamento coletivo e benfeitoria, além de trocar ideias, bater um papo!
Ficha técnica
A obra tem o prefácio Flávia Marquete. A edição, o texto de orelha são do poeta catarinense, Henrique Pitty, que também é responsável pela foto da capa juntamente com de Paulo Lorenzetti. A capa é de Henrique Pitt e Dani Raphael.
O livro é composto por 100 páginas, 20×20, papel pólen 90g16 AM, 25 e sai pela editora Poesofia crônica. “É um livro físico, mas também pode ser adquirido via e-book para quem gosta de ler nos aparelhos eletrônicos”
Vale lembrar de uma arte Extra de autoria de Marcos Marques Júnior, um artista plástico de São Carlos, que está nas opções da recompensa do financiamento coletivo.