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Preço da cesta básica em Araraquara apresenta leve queda de 0,04% em julho

Pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio mostra que apenas um grupo de produtos avaliado apresentou redução de valor

O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou queda de 0,04% em julho, segundo pesquisa mensal do Núcleo de economia do Sincomercio Araraquara. O custo médio da cesta que era de R$ 950,72 em junho passou para R$ 950,35, redução de R$ 0,37 no período, de acordo com o levantamento.

Dois dos três grupos de produtos apresentaram aumento de preço em julho. O grupo de alimentação, que possui maior peso sobre o custo total da cesta, foi o único a registrar queda, com variação percentual de -0,5% no mês. Entre as altas, o grupo de limpeza doméstica foi o que apresentou maior elevação: de 3,9%. Na sequência, os itens de higiene pessoal tiveram aumento mais discreto: de 0,98%.

No mesmo mês, os produtos com maior acréscimo percentual foram: queijo muçarela (17,4%), leite em pó (7,6%), detergente líquido (5,3%), sabão em barra (5,1%) e sabão em pó (3,5%). E as principais quedas percentuais foram: batata (-15,1%), óleo de soja (-7,8%), salsicha avulsa (-6,5%), carne de primeira – contrafilé (-3%) e cebola (-2,4%).

Os aumentos que mais impactaram o bolso do consumidor vieram novamente dos derivados lácteos, queijo muçarela e leite em pó, que apresentaram juntos elevação de R$ 8,36 no custo da cesta analisada, em razão das altas de R$ 8,12/kg e R$ 1,43/lata, respectivamente. Na outra ponta, a carne de primeira – contrafilé foi o produto que mais reduziu em termos reais, provocando economia de R$ 4,65 no custo médio da cesta, em razão da queda de R$ 1,55 o quilo.

“A batata, principal variação percentual mensal negativa, apresentou forte queda decorrente da maior oferta de tubérculos, em função da intensificação da colheita da safra de inverno, conforme era previsto, de acordo com CEPEA-ESALQ/USP. A tendência para as próximas semanas é de que a colheita de inverno se intensifique na maior parte das regiões produtoras”, avalia Icaro Zancheta, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Já a queda com maior impacto sobre o custo da cesta, a carne de primeira – contrafilé, segundo a CONAB, está atrelada a fraca demanda interna. “Com isso, apesar do período de entressafra, que faz com que oferta siga ajustada à demanda, os estoques dos frigoríficos aumentaram, fazendo com que houvesse pressão baixista sobre preços”, explica o pesquisador.

Os derivados lácteos vem sendo destaque em razão das pressões altistas geradas pela valorização do leite. Essa valorização é resultado, também de acordo com a CONAB e CEPEA-ESALQ/USP, da oferta limitada no mercado interno, gerado por três fatores: o período entressafra, os custos de produção elevados e a baixa disponibilidade de leite.

A entressafra corresponde ao período de menor produção de leite, atrelado ao clima seco, típico das estações de outono e inverno, que prejudica as pastagens e consequentemente a produtividade. Os custos de produção com insumos vêm aumentando drasticamente e seguem pressionando as margens dos pecuaristas. E, por fim, com menor disponibilidade de leite no mercado interno, aumenta a disputa entre as indústrias de laticínios, que tem sido forçadas a reajustar os preços negociados com canais de distribuição.

Inflação camuflada

No acumulado de janeiro a julho de 2022, a cesta básica encareceu R$ 114,48 – o que corresponde a 13,83% de aumento. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram encarecimento. Os produtos de limpeza doméstica registraram alta de 21,65% ou R$ 12,25, os itens de alimentação subiram 13,39% – o maior impacto financeiro, R$92,58 – e o grupo de higiene pessoal ficou 12,26% ou R$ 10,65 mais caro.

Já entre os produtos, os que apresentaram maior alta acumulada nos sete primeiros meses do ano foram: queijo muçarela (74,1%), batata inglesa (56,2%), feijão carioca (43,1%) e cebola (42,3%). Apenas açúcar refinado e papel higiênico apresentaram redução de preço nos primeiros meses de 2022, com quedas de 2,64% e 0,74, respectivamente.

A variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 18,92% – encarecimento de R$ 151,17. “A avaliação de pesquisas semelhantes e com abrangência nacional revelam certas correspondências entre o cenário observado em Araraquara e de outras regiões do país”, diz Icaro.

Redação

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