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Prefeitura apresenta força tarefa para combater mosquito da dengue

Grandes mutirões aos sábados com cerca de 300 pessoas e 25 caminhões para coleta de inservíveis e a reorganização do acolhimento de pessoas com suspeita de dengue nas Unidades Básicas de Saúde, incluindo ampliação de horário de atendimento e um Polo Estratégico de acolhimento a ser montado na sede da Vigilância Epidemiológica. Essas foram algumas das principais ações traçadas nesta sexta-feira (18), na reunião da Sala de Situação da Dengue, grupo que envolve várias secretarias e órgãos de Saúde na articulação de ações de prevenção e combate à doença.

A reunião, aberta pelo prefeito Edinho, foi coordenada pela secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, e teve a participação de representantes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Departamento Regional de Saúde (DRS) e Serviço Especial de Saúde de Araraquara (SESA), órgãos ligados à secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, além do vice-prefeito Damiano Neto, de secretários e gestores municipais da Prefeitura.

“Agradeço a presença e a colaboração de todos nesse momento difícil que estamos atravessando, principalmente dos nossos parceiros da Saúde do Estado. A situação da dengue é preocupante e nós estamos tratando este problema com a população da maneira mais transparente possível. Até porque, sem o envolvimento de todos na eliminação dos criadouros, vai ser muito difícil vencer essa batalha. Toda a administração municipal está mobilizada, cada um fazendo sua parte, mas é fundamental a participação dos moradores na fiscalização dos seus quintais. Precisamos desta conscientização e desse envolvimento”, e enfatizou o prefeito Edinho na abertura da Sala de Situação, na Prefeitura.

De acordo com dados da Vigilância em Saúde apresentados pela secretária Eliana Honain, Araraquara encerrou o ano de 2018 com 1.131 casos confirmados. Em 2019, até 17 de janeiro, foram confirmados 24 casos de dengue (com início dos sintomas e tratamento em 2019).

Destes 24 confirmados em janeiro, 13 estão na Grande Vila Xavier, ou seja, hoje aquela região é a considerada a mais crítica. Os demais estão espalhados pela cidade.

“Estamos com risco eminente de uma epidemia, principalmente, porque, ao contrário dos anos anteriores, hoje temos o vírus tipo 2 circulando na cidade. Isso significa que, mesmo quem já pegou dengue não está imune. Toda a população de Araraquara está suscetível à dengue este ano, porque o vírus é outro. É o vírus tipo 2”, alertou a secretária de Saúde, reforçando novamente que a prioridade é a eliminação de todos os possíveis criadouros.

Até o final de janeiro, a Gerência de Controle de Vetores vai concluir a Avaliação de Densidade Larvária (ADL) que vem sendo realizada em toda a cidade para medir o grau de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e também da zika e chikungunya.  Esse resultado, juntamente com as notificações feitas nas unidades de saúde públicas e particulares, vai nortear as próximas ações de combate à doença.

LIMPEZA DE TERRENOS E MUTIRÕES

Parte das ações começa a ser intensificada mesmo antes da conclusão da ADL. Conforme ficou decidido pela Sala de Situação, já a partir da próxima semana a Prefeitura vai colocar roçadeiras e tratores nas ruas para limpeza dos terrenos públicos, que são aproximadamente 1.2 mil lotes de um total de 40 mil existentes na cidade. Em relação aos terrenos baldios particulares, que são maioria, os proprietários foram notificados nesta semana por editais publicados pela Prefeitura e agora têm um prazo de 10 dias para efetuar a limpeza. Se não o fizerem depois de vencido este prazo, eles serão multados, as equipes de roçada da Secretaria de Obras vão fazer a limpeza e cobrar pelo serviço. Além das roçadeiras e tratores, outros 3 caminhões também estarão acompanhando a ação e realizando o chamado cata-treco ou recolhimento de entulhos.

Esta força-tarefa de limpeza de terrenos vai começar pela Grande Vila Xavier, por conta dos casos confirmados da doença naquela região.

GRANDE MUTIRÃO

Foi marcada e terá início no dia 2 de fevereiro uma série de mutirões pelos bairros, envolvendo 25 caminhões e 300 pessoas. Todos os sábado, em diferentes regiões, eles passarão recolhendo os materiais inservíveis que podem se tornar criadouros do mosquito. Bastará ao morador colocar o material na calçada para que ele seja recolhido.

É um trabalho que será feito todos os sábados, por tempo indeterminado, em pontos previamente anunciados, com base no resultado da Avaliação de Densidade Larvária (ADL). “Com estes grandes mutirões, vamos remover boa parte dos criadouros, mas os bloqueios e a nebulização vão continuar. Para isso, também vamos aumentar o numero de agentes de controle de endemias e precisamos da ajuda da população. Os moradores precisam deixar os fiscais entrarem nas suas casas. Eles vão auxiliar, mostrar o que pode ser um criadouro e que pode passar despercebido”, salientou Eliana.

Todo esse trabalho da Vigilância em Saúde vem sendo feito desde agosto do ano passado, quando uma ADL detectou muitos criadouros na cidade. Também foi neste período que a Prefeitura criou a Sala de Situação da Dengue,

“Trabalhamos já há muito tempo. De outubro a dezembro, os caminhões da Vigilância retiraram quase 450 toneladas de materiais inservíveis dos quintais, em diferentes bairros, além de 250 toneladas de pneus velhos, incluindo borracharias”, exemplificou a secretária.

ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES

Dentre as ações traçadas pela reunião da Sala de Situação, também ficou acertado que a partir do dia 2 de fevereiro, algumas Unidades Básicas de Saúde vão começar a atender casos suspeitos de dengue em horário estendido.

O cronograma vai acompanhar o trabalho de atenção nos bairros mais críticos, mas terá início pelos postos do Selmi Dei I, Jardim América, Paulistano e Iguatemy.

Nestas quatro unidades, a partir de 2 de fevereiro, o atendimento a casos suspeitos de dengue será estendido, com médico e enfermeiro, de segunda a sexta-feira, das 13 às 19 horas, e aos sábados, das 7 às 13 horas.

O objetivo é descentralizar o atendimento nas 3 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que estão recebendo, em média, 200 pessoas por dia com suspeita de dengue, principalmente as UPAs do Centro e da Vila Xavier.

“Queremos otimizar este atendimento e por isso estamos também reorganizando o horários nos postos para atender os suspeitos de dengue. Nosso objetivo é evitar que os casos se agravem, porque a dengue, apesar de ter uma evolução benigna, é uma doença que pode matar”, alerta Eliana Honain.

POLO ESTRATÉGICO PARA ATENDIMENTO AOS PACIENTES

Além da reorganização da rede básica, a Secretaria Municipal de Saúde está estruturando um Polo Estratégico de acolhimento aos pacientes que precisam ser reidratados. O Polo funcionará na sede da própria Vigilância Epidemiológica, no CEAR (Centro de Eventos de Araraquara e Região).

O local contará com consultórios e sala de hidratação com dois médicos e três profissionais da área de enfermagem das 07h às 17 horas. “O local é importante porque existe uma passagem dali direta e fácil para a UPA Central. Também é válido informar que os casos mais graves, que requererem cuidado maior, continuarão a ser encaminhados para internação na Santa Casa”.

A próxima reunião da Sala de Situação da Dengue já foi marcada para dia 1 de fevereiro, para a avaliação dos trabalhos e elaboração de novas estratégias.

Redação

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