Início Araraquara Presídios recebem projeto de xadrez

Presídios recebem projeto de xadrez

Ação promovida pela Coordenadoria Noroeste, ‘Xeque-Mate’ busca democratizar o acesso à prática e cultura do esporte

Reeducandos custodiados em unidades prisionais da região noroeste participam do projeto “Xeque-Mate”, que oferta oficinas de xadrez com objetivo de democratizar o acesso à prática e cultura do esporte. Intelectual, o jogo se torna uma estratégia lúdica de enfrentamento não só da ociosidade dos espaços de confinamento, mas, também, por ter características de formulação de estratégias, para solução de problemas.

Iniciado no mês passado, o projeto tem previsão de realizar 2.070 atendimentos em 2023, em 28 estabelecimentos penais que firmaram parceria com o Instituto Ação Pela Paz,que atua como colaborador na aquisição de jogos de xadrez, apostilas e medalhas.

Cada edição do projeto poderá ser executada em duas modalidades: curta, com três encontros semanais e duração de quatro semanas; e longa, na qual ocorrerá um encontro semanal, com duração de três meses.

TORNEIO

Para fechamento de cada turma, o projeto propõe a realização de um torneio, que busca, além do entretenimento, trabalhar a superação de adversidades impostas durante as partidas de xadrez. A atividade, inclusive, pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades importantes na retomada do convívio social.

O projeto “Xeque-Mate” foi idealizado pelo diretor do Grupo Regional de Ações de Trabalho e Educação (Grate) da Coordenadoria Noroeste (CRN), Janser Ricardo Gonçalves. Colaboradora da ação, a assistente social Ana Carolina de Lima Cordeiro, que atua na CRN, enumera os benefícios que a atividade pode gerar aos reeducandos.

“Tendo como ponto de partida a ideia da oferta de lazer, esporte e cultura. A iniciativa buscará refletir sobre as questões existentes na vida de cada um dos participantes. Acredita-se que tais ações desempenham uma relevante função social”, destaca.

ENVOLVIMENTO

O projeto se torna possível em razão do envolvimento e colaboração dos servidores que atuam nas unidades, bem como de presos monitores, que auxiliam nas atividades.

Agente de Segurança Penitenciária (ASP) na Penitenciária Feminina de Guariba, Everson Eduardo Ribeiro aprendeu a jogar xadrez para poder administrar o curso às reeducandas.

“Eu não sabia nada do jogo, mas, após dois dias de estudos, consegui aplicar o projeto. Quanto mais eu ensinava, mais aprendia. É bastante gratificante”, relata o funcionário.

Uma das presas inseridas no projeto destaca que passou a enxergar a vida de forma diferente depois que iniciou as atividades do “Xeque-Mate”. “Me ensinou a calcular a melhor maneira para vencer os desafios do dia a dia”, frisou. 

Este também é o pensamento de um dos detentos do Centro de Ressocialização (CR) “Dr. João Eduardo Franco Perlati”, de Jaú. “Descobri que não depende de sorte, mas de raciocínio, lógica, concentração e convívio social. É, portanto, uma importante ferramenta de ressocialização”, conclui.

Redação

Sair da versão mobile