Início Destaque Programa Bolsa Cidadania é tema de debates durante sessão da Câmara

Programa Bolsa Cidadania é tema de debates durante sessão da Câmara

Adriel Manente

Nessa terça-feira (30), ocorreu a 106ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Araraquara. Mais uma vez polêmico, o plenário do legislativo contou com a inscrição do coordenador do movimento Direita São Paulo (DSP) e assessor do deputado estadual Douglas Garcia (PSL) para falar a respeito do programa social do governo municipal denominado “Bolsa Cidadania”. Projeto esse que, se aprovado, consiste em ajudar as famílias em condição de vulnerabilidade social da cidade com uma renda que pode chegar a R$ 663,00. Antes de passar pela apreciação da casa de leis, no entanto, o projeto passará por audiência pública, que será realizada no próximo dia 9 de maio (quinta-feira), a partir das 19 horas e contará com a presença do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT) e da deputada estadual Márcia Lia (PT).

Tribuna Popular

Em seu discurso, o representante do DSP, Rodrigo Ribeiro, explicou sobre o seu ponto de vista a respeito do Bolsa Cidadania. “Reconheço a luta do trabalhador, meu objetivo aqui não é ferir a dignidade de nenhum pobre ou de nenhum trabalhador, mas eu gostaria de fazer observações”, iniciou sua fala. Logo após, Ribeiro falou a respeito das contas públicas. “Hoje a prefeitura já ajuda cerca de 12 mil famílias na cidade, e gasta cerca de R$ 3 milhões em projetos sociais. Com o programa, passaria a ajudar apenas, pouco mais de 7.400 pessoas. Não faz sentido”, afirmou.

“Quem irá pagar essa conta? Não serão os ricos, serão os próprios pobres. Logo esse subsídio não será suficiente e vai onerar os cofres públicos. Não vim falar mal do projeto, vim trazer reflexões”, disse.

Ribeiro ainda citou a Venezuela como exemplo do que apenas as políticas sociais são capazes de fazer. “É isso que o socialismo trás”, relatou, sob efusivos aplausos na claque.

“É só andar pela cidade”
Quando a palavra foi aberta aos comentários dos vereadores, o líder do governo municipal no legislativo, o vereador Édio Lopes (PT) foi o primeiro a comentar. O parlamentar falou acerca do novo programa social, explicou quais os planos do governo. “Dificilmente as pessoas vão receber R$ 660,oo, a maioria vai receber pouco mais de R$ 200,00. É só andar pela cidade que a gente vê a necessidade das pessoas”, conclui em seus 2 minutos de fala, e até se estendendo um pouco de seu tempo regulamentar.

“Ninguém gosta de esmola”

Logo após, tomou a palavra o vereador e delegado Dr. Elton Negrini (PSDB). O vereador tucano teceu palavras duras e se mostrou complacente ao pensamento de Rodrigo. “Comungo sua ideia, não quero Araraquara igual a Venezuela. Não adianta fazer isso, precisamos dar algo mais. Ninguém gosta de esmola”, falou, muito aplaudido no plenário.

Ensinar a pescar

Também comentaram a fala de Rodrigo os vereadores Roger Mendes (Progressistas), Jeferson Yashuda (PSDB), José Carlos Porsani (PSDB) e Elias Chediek (MDB), este último também recebeu os louros da plateia, após afirmar que “dignidade é gerar emprego, ensinar a pescar. Não tem cesta básica, vai dar dinheiro? Um projeto desse não pode ser aprovado”, enfatizou.

Para concluir seu discurso, Rodrigo comentou sobre uma ação do Direita São Paulo. “Fizemos um abaixo assinado contra o projeto, o documento teve 1.700 assinaturas. O principal argumento das pessoas que assinaram foi justamente o que o [vereador] Chediek falou. Dignidade é dar emprego, Função do Estado é não dar ‘pitaco’ na vida das pessoas. Precisamos de solidariedade, e ela não vem do Estado, vem dos indivíduos”, concluiu.

Redação

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