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Projeto do Instituto de Química da Unesp de Araraquara visa gerar energia limpa utilizando resíduos industriais

Proposta do IQ foi aprovada em chamada do Serrapilheira para jovens cientistas

Um projeto idealizado pela professora do Instituto de Química (IQ) da Unesp, em Araraquara, Juliana Ferreira de Brito, foi aprovado na 6ª chamada pública de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira, destinada ao financiamento de pesquisadores em início de carreira que estejam interessados em estudar e responder grandes perguntas em suas suas áreas de atuação.

Dentre as mais de 249 propostas submetidas, apenas 32 foram aceitas, um índice de 12,9%. A proposta de Juliana foi a única aprovada de toda a Unesp. Intitulado “É possível continuar vivendo em um planeta sem produção de energia limpa e consciência ambiental?”, o projeto da docente irá estudar uma ideia inovadora: a utilização da água residual de indústrias para produzir energia limpa a partir de reações químicas amigáveis ao meio ambiente. 

“Atualmente, esses resíduos são um problema porque eles precisam passar por algum tipo de tratamento antes de serem descartados, algo que gera custo para a indústria. Nossa proposta é conseguir tratar esse resíduo gerando uma energia limpa que possa ser aproveitada ou vendida pela empresa para trazer um valor agregado a esse tratamento. Além disso, podemos fazer o tratamento do resíduo gerando uma água que poderia ser reutilizada no processo industrial – já que a indústria, em geral, utiliza muita água. É uma forma de incentivar esse tipo de tratamento”, explicou a professora.

Com R$ 700.000,00 de orçamento para execução do projeto ao longo de cinco anos, a docente detalha que a ideia é tratar o resíduo industrial por meio de reações químicas que não agridam a natureza, diferente de alguns processos atuais que acabam gerando poluição, como a queima de bagaço-de-cana – um resíduo da indústria de cana-de-açúcar – para gerar energia. 

“O objetivo do meu projeto é combinar o tratamento de águas residuais com a produção de energia, ajudando assim a melhorar o custo de ambas as questões e possibilitando a síntese de energia verde e a gestão adequada de resíduos industriais. Com o investimento dessa agência de fomento, que tem maior flexibilidade em relação a aplicação dos recursos, eu espero que consigamos desenvolver esse projeto de forma mais dinâmica e trazendo para o grupo os recursos humanos necessários. É uma satisfação muito grande conseguir o financiamento de pesquisa do Instituto Serrapilheira e, com certeza, um marco na minha carreira”, celebra. 

Na chamada, foram contempladas pesquisas em ciências naturais, matemática e ciência da computação. Para concorrer, era necessário ter concluído o doutorado entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2020 – com prazo estendido em até dois anos para mulheres com filhos. Além disso, era preciso ter publicado dois ou mais artigos de impacto como autor principal e possuir vínculo permanente com uma instituição de pesquisa brasileira.

As propostas submetidas deveriam buscar responder uma pergunta fundamental, uma hipótese formulada com método para testá-la, justificar por que ela é original e ousada e os resultados precisavam ter o poder de mudar o entendimento fundamental da área escolhida. Além da verba, o Serrapilheira também fornecerá acesso a recursos adicionais destinados especificamente à integração e formação de pessoas de grupos sub-representados nas equipes de pesquisa. O apoio tem previsão de início para o dia 28 de julho.

(Fabrício Santos e Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação do IQ/Unesp)

Redação

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