Não é de hoje que o Coca Ferraz, secretário de Trânsito da cidade de São Carlos, mostra prática oportunista. Quem o conhece sabe bem que, sempre às vésperas das eleições, ele volta a dar as caras em Araraquara para fazer aqui seu palanque eleitoral. Sempre frustrado eleitoralmente.
Mas, dessa vez, o seu discurso oportunista, recheado de demagogia e dados falsos, beira ao crime, em virtude da situação de calamidade pública que nos encontramos. Enquanto o mundo, o país, o estado e a nossa cidade lutam, diariamente, contra um inimigo invisível que está ceifando vidas, ele brinca com números irreais e tenta um lugarzinho ao sol na cena política com objetivo único e exclusivamente eleitoral. Prática repugnante.
Coca, por gentileza, quando for falar sobre mortes no trânsito, dê à população os dados corretos, dentro do contexto real. Fale à população que no seu governo enquanto vice-prefeito e secretário de trânsito em Araraquara, a cidade chegou a registrar 30 óbitos (2016). Só a título de comparação, desde que o prefeito Edinho assumiu a gestão, em 2017, o número de óbitos relacionados ao trânsito caiu 22% em relação aos três últimos anos do governo anterior: foram 76 mortes entre 2014 e 2016 contra 59 de 2017 a 2019. Os dados são do sistema Infosiga, do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).
A taxa de mortalidade infantil chegou a 13,69 a cada mil nascidos em 2013. O senhor conhece os números de 2019? Então, saiba. A taxa de mortalidade infantil, em 2019, foi reduzida a 6,5 a cada mil nascidos, segundo a Fundação Seade. Número este que já tínhamos conseguido chegar no primeiro governo Edinho, em 2007, que rendeu à Araraquara a 1ª cidade no Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) da Unicef.
Sobre dengue, a Prefeitura enfrentou, sim, uma epidemia em 2019, assim como muitos outros municípios do Brasil naquele ano e neste também em virtude da chegada de um novo vírus no país, o tipo 2. Porém, não vimos a cidade se escondendo. Ao contrário. Vimos todos os esforços do prefeito Edinho e dos servidores públicos municipais em garantir o combate à dengue e, especialmente, a assistência à saúde. O Dengário de Araraquara foi referência nacional. Infelizmente, cinco óbitos foram registrados. No entanto, não por falta de acesso à assistência.
Mas, caro secretário de São Carlos, Coca Ferraz. Estamos falando de dados que, ao contrário do que o senhor nos traz, reduziram mortes. Isso é fato. Porém, isso não nos alegra, nem nos orgulha. Sabe por quê? Porque, para nós, toda vida tem valor. Ainda que tenhamos reduzido o número de óbitos, esse número não deve ser comemorado.
Toda vida importa! Inclusive essas duas que perdemos recentemente para o Coronavírus. Nosso esforço hoje, bem diferente do seu e dos seus apoiadores, não é brigar eleitoralmente, não é demarcar posições políticas na cidade. É salvar vidas.
O nosso convite é para que saia do gabinete em São Carlos e venha conhecer e, como muitas empresas e cidadãos, quem sabe, colaborar, com toda a estrutura montada pela Prefeitura de Araraquara para garantir o enfrentamento ao Coronavírus.
Conheça o Polo de Atendimento Estratégico montado na UPA da Vila Xavier com 9 leitos para casos mais urgentes e outros 19 de observação, com apoio da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Também, o Hospital de Solidariedade, na antiga sede da NovaMoto, que estava abandonada, que contará com 50 leitos.
Temos ainda profissionais atendendo diariamente no Disque-Saúde orientando a população. O mesmo serviço de vídeo-chamada foi implementado para pessoas com deficiência auditiva. Além disso, expandimos atendimentos em 6 das nossas unidades básicas de saúde para ampliar o atendimento às pessoas com síndromes gripais, evitando aglomeração. Colocamos equipes exclusivas para atendimento residencial de pessoas idosas, bem como montamos equipes de bloqueio, ajudando o SESA, do governo de São Paulo, no mapeamento dos infectados e seus familiares. Implantamos serviços de ajuda psicológica para servidores e também para a população. A ideia é cuidar do cidadão por inteiro. Criamos medidas, sim, de distanciamento social, com base em orientações de autoridades de saúde, responsáveis e preocupadas com o avanço do vírus no mundo e no Brasil.
Com relação às finanças da Prefeitura, não é segredo para ninguém que municípios enfrentam a maior crise de todos os tempos na arrecadação, mediante à grave situação do desemprego e de crescimento da vulnerabilidade social no Brasil. Araraquara não é diferente. No mais, em Araraquara, soma-se a toda essa dificuldade, as dívidas herdadas pelo governo do qual o senhor fez parte. Podemos citar aqui os restos a pagar que estamos quitando de R$ 87,5 milhões e dívidas consolidadas como os R$ 190 milhões do parcelamento junto à Receita Federal referente aos não recolhimentos de INSS, quase R$ 15 milhões referentes ao não recolhimento do PASEP no período de abril de 2013 a dezembro de 2016, contratos assinados antes de 2017, dentre outros.
E sobre a ação da Guarda Municipal nesta semana, que motivou seu vídeo, saiba que a iniciativa de encaminhamento da senhora à delegacia foi em cumprimento, não do decreto de quarentena da Prefeitura, mas sim, de crimes previstos no Código Penal, tais como desacato, desobediência e lesão corporal, uma vez que uma das agentes foi ferida com uma mordida no braço. Houve ainda o cometimento de infração de medida sanitária preventiva, previsto no artigo 268 do código penal, que trata do descumprimento de determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa.
A disputa política, meu caro, serve para o período eleitoral. Neste momento, o que Araraquara precisa é apenas de gente disposta a somar, a unir forças e arregaçar mangas para trabalhar em prol do bem comum. Vamos trabalhar, meu caro, ou, ao menos, deixar quem quer trabalhar fazer isso.
Partido dos Trabalhadores de Araraquara