Lula atacado novamente
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou na tarde dessa quinta-feira (4) as alegações finais da ação penal envolvendo o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo. Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato pedem a condenação de Lula, seu advogado Roberto Teixeira, o ex-ministro Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht e outras quatro pessoas envolvidas.
A Procuradoria também pede que seja decretado o perdimento do apartamento 121, vizinho ao dúplex onde Lula mora em São Bernardo, e o pagamento de R$ 75 milhões – valor correspondente ao total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht, segundo as investigações.
Entre os pedidos, também está a desconsideração do acordo de delação do ex-executivo da Odebrecht Paulo Ricardo Baqueiro de Melo com o MPF “de modo a que lhe sejam aplicadas todas as sanções legalmente previstas”.
Conta outra Bolsonaro
A três dias das eleições, o candidato a presidente do PSL, Jair Bolsonaro, fez acenos ao Nordeste, região que é reduto eleitoral do PT, e lamentou a prisão do ex-presidente Lula.
“Esse homem [Haddad] agora está a serviço de uma pessoa que tinha tudo para ser um grande presidente, um homem que ia deixar marcado na história, que foi o Lula, mas resolveu enveredar por outro caminho. Eu lamento o Lula estar nessa situação preso, mas ele está colhendo o que plantou”, afirmou em entrevista à Radio Jornal, do Recife (PE), na manhã dessa quinta-feira (4).
Ele disse ainda que Lula quis que o Brasil fosse de um único partido e que o PT instituiu o “maior programa de corrupção do mundo”.
Bolsonaro fez críticas a seu principal adversário, o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e segundo colocado nas pesquisas. Ele disse que Haddad não conseguiu se reeleger prefeito e perdeu no primeiro turno para João Doria (PSDB).
Toffoli e a Constituição
O STF (Supremo Tribunal Federal) homenageou, em solenidade realizada na quinta-feira (4), os 30 anos da Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988. O presidente da corte, ministro Dias Toffoli, citou em seu discurso a proximidade das eleições e disse que não se admitem involuções quanto à democracia, à cidadania e à pluralidade construída até aqui.
“É função primária de uma Constituição cidadã fazer ecoar os gritos do nunca mais. Nunca mais a escravatura, nunca mais a ditadura, nunca mais o fascismo e o nazismo, nunca mais o comunismo, nunca mais o racismo, nunca mais a discriminação”, afirmou, citando o jurista José Gomes Canotilho.
Temos como guia, como farol, este nosso pacto fundante, a aniversariante de 1988. E nós, o Supremo, cada um de nós, somos e seremos os garantes desse pacto”, disse Toffoli.