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Quebrando as barreiras do preconceito

A programação do Setembro Verde teve novos capítulos na tarde de terça-feira (10) na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Araraquara. A celebração foi instituída e incluída no Calendário Oficial de Eventos do Município por meio de lei de autoria do vereador Roger Mendes (Progressistas), que representou a Casa de Leis no evento.

Para a diretora técnica pedagógica da Apae, Adriana Aparecida Biasiolo, “é importante ter essa consciência de incluir as pessoas com deficiência. E o Setembro Verde está com uma programação extensa”.

O diretor financeiro da entidade, Artur Wormhoudt, relembrou o trabalho realizado na direção da entidade pelo presidente Pedro Paulo Ferrenha, o Nenê, que faleceu em junho.

Mendes enfatizou o “objetivo de avançar e conquistar muito para as pessoas com deficiência. Unidos somos mais fortes. Por meio dessas ações, estamos dando voz a essas pessoas”.

“É uma batalha diária o trabalho da Apae”, disse o vice-prefeito Damiano Neto (Progressistas). “Parabenizo por mais esse evento. Sabemos que não é só esse mês, o trabalho é o ano todo”, completou.

A presidente da Federação das Apaes do Estado de São Paulo (Feapaes), Cristiany de Castro, entende que “quando nos unimos, conseguimos subir mais degraus. Só avançamos quando esquecemos as diferenças. A causa que nos une é nobre. Hoje, são mais de 70 mil pessoas beneficiadas pelo trabalho da Apae. Mas temos um longo caminho a percorrer ainda para que essas pessoas sejam aceitas”.

Roseli de Fátima Santana Silva, que faz parte do Mães Guerreiras, falou do trabalho do grupo. “Sabemos as necessidades dos nossos filhos, então nos juntamos em um grupo em que temos 54 mães lutando e levando essas necessidades ao prefeito e aos vereadores.”

Uma das mães presentes falou das dificuldades na escola, no uso do transporte coletivo e até na entrada no mercado de trabalho. Outra destacou a dedicação exemplar da Apae. “Muito bonito ver esse momento aqui agora.”

Segundo a presidente da Associação, Lígia Mara Costa Celante, houve muitos avanços em Araraquara. “Mas é uma luta diária. Só no Estado de São Paulo, são 305 Apaes.”

Na análise de Elisa dos Santos Rodrigues, assessora especial de Políticas para a Pessoa com Deficiência da Secretaria Municipal de Planejamento e Participação Popular, “a luta da pessoa com deficiência é mostrar que ela existe e resiste, mesmo quando a sociedade quer fazer diferente. Lutamos todos os dias para estarmos aqui, lutamos contra o preconceito. Esse evento é de construção, para nos unirmos pelo melhor”.

Saindo do papel

“Nossa luta é para que a lei saia do papel e realmente funcione”, pontuou a presidente da Feapaes. “De acordo com o Censo de 2010, no Brasil, são 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, mais de 24% da população”, informou. “A maioria são deficientes visuais, 35 milhões. Onde eles estão? Em casa, segregados, isolados. Precisamos trabalhar para que essas pessoas tenham acesso à escola, ao transporte, ao lazer, ao trabalho. A maior barreira que enfrentam é a atitude do outro.”

Falando em legislação e garantia de direitos, Cristiany frisou que a lei garante apoio psicológico ao responsável pela pessoa com deficiência. E encerrou com uma indagação. “Nossa preocupação é: como elas ficarão quando os pais se forem?”

O vereador Elias Chediek (MDB), autor da lei do Setembro Azul, também participou do evento.

Redação

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