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Raios, trovões e corrupção

José A C Silva

Na última sexta-feira (16), por aproximadamente 1 hora, choveu pesado em Araraquara, os raios e trovões perduraram até o acalmar da chuva. Quem está na cidade ouve mais os estrondos, aprendemos nos primeiros anos de escola – época do grupo – que primeiro vem o raio e depois o trovão. Eu estava em uma área rural e o local estava completamente sem luz, os raios eram tão intensos que iluminavam os seis alqueires, dando para ver os detalhes da vegetação. Em meio aos estampidos, me veio à mente a corrupção no Brasil. Quantas denúncias de ladroagem envolvendo vários setores da nossa nação – anteriormente se escutava que todo mundo era ladrão e nada era provado. Com a Operação Lava Jato a escuridão começou a ser iluminada, estabelecendo o correto que é primeiro a carga elétrica e depois vem o ribombo. Os raios começaram a cair sobre poderosos que roubaram o país por décadas, caso: Paulo Maluf, Eduardo Cunha, Cabral, Lula e uma infinidade de empreiteiros. O presidente recém-eleito, Jair Messias Bolsonaro mal se recuperou da facada e já começaram os relâmpagos sobre o seu partido, família e seus ministros.

O barraco petista de Lula e da Dilma já caiu, agora querem derrubar o de Bolsonaro e de seus filhos. É mais do que lógico que a oposição e os próprios eleitores de Bolsonaro esperam que de fato tenha o findar da corrupção no Brasil. Durante a campanha, principalmente os filhos de Jair prometeram acabar com a esquerda, como se a extrema direita fosse impecável. Nas prévias eleitorais já apareceram denúncias contra o candidato à presidência que liderava as pesquisas – estendendo desde uma funcionária que cuidava de uma propriedade no litoral fluminense e era também empregada no seu gabinete -, a declaração de bens incompatível com o seu salário.

O mesmo fato ocorreu com o Flávio Bolsonaro com uma personal trainner e também no caso de suposto enriquecimento ilícito do seu ex-assessor, envolvendo vários depósitos bancários no mesmo dia. O Ministério Público Federal (MPF) acusa o economista Paulo Guedes, guru do presidente, de se associar a executivos para praticar fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais; em seis anos, ele captou R$ 1 bilhão em operações suspeitas; um procedimento investigativo criminal ainda apura se o economista cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária; Guedes também é investigado por possível emissão de títulos sem lastros para negociar recursos de sete fundos. Já Onyx Lorenzoni, o principal articulador do Governo, aparece em planilha de repasses via caixa 2 da JBS no valor de R$ 100 mil não declarados à Justiça Eleitoral, diante dos fatos só lhe coube pedir perdão. A revelação do esquema de candidaturas laranjas do PSL provocou uma crise no governo, envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandava a sigla durante a campanha. Bolsonaro endossou críticas públicas a Bebianno feitas por um de seus filhos, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro – chamando Bebiano de mentiroso. Pelo jeito ainda vão cair muitos raios em Brasília.

Redação

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