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Reminiscências de um Fuá

Em 2000 dois grupos se juntaram: Turma do Funil e Banda do Fuá ou Banda do Fuá e Turma do Funil. A ordem dos produtos não alterava a alegria

Da redação


Olho

Coincidênciasde ideias, no ano 2000, juntou a brincadeira da Turma do Funil com as da Banda do Fuá


Salomão Alves,idealizador da Banda do Fuá versão moderna e Jofre Costa, folião de primeira hora, colecionador detodos os abadás desde que a banda se juntou com a Turma do Funil, se uniram para serem a alma do carnaval popular em Araraquara. Eles receberam a reportagem d’O Imparcial para falarem sobre a Banda do Fuá.

Jofre, por exemplo, tem muito carinho pela festa que surgiu em 2000, pois tinha em sua companhia a saudosa e amada esposa Cristina. O evento, assim como ela, deixou profundas lembranças.A tradição das marchinhas, do frevo e do sambaque se uniam em um alegre repertório onde a população podia se divertir marchando, desfilando pelas ruas foi se deteriorando até mesmo nos salões.
Salomão Alves conta que tinha a ideia de fazer essa brincadeira de rua para resgatar esses carnavais no contexto de dois ritmos: a marchinha, alguns frevos, e o samba, logicamente. “Levei a ideia para o Chico Santoro que respondeu que ele e o Dr. Colucci tinham um bloco, a Turma do Funil, uma brincadeira realizada por eles no Clube Náutico. Também tinham o desejo de levar a mesma paraas ruas.
Salomão conheceu a Banda do Fuá e, para ele, o nome emprestado cairia muito bem nesse resgateda brincadeira que ocorria há alguns anosna Vila Xavier. Assim pediu autorização para os criadores da referida Banda para poder usar o nome, mas com um formato diferente, pois a Fuá original era uma pandega em que o pessoal que saia emprestava os instrumentos, como os de sopro e saiam assoprando aleatoriamente, sem saber tocar. Só para fazer barulho mesmo. Osinstrumentoseram emprestados por uma figura histórica chamada Ranca Toco.Saiam do Ponto Chic, davam uma voltinha com um barrilzinho de chope, na primeira edição, em cima de uma carrinho derolimãe depois nas outras edições que se seguiram e que não foram muitas, em uma carroça. Mas um dia tudo acabou.

Primeira edição, emoção

Na primeira edição da Banda do Fuá e Turma do Funil, acabaram até mesmo os abadás. Muitas crianças participaram. Um pit stop era feito na Praça Pedro de Toledo e depois seguia até o Velho Armazém.“Foi uma coisa muito bacana. Com o tempo, opovo adjacente que não comprava abadá foi aumentando, mas foi algo inesquecível o resgate desse tipo de brincadeira”.

Vale ressaltar queSalomão Alves foi oidealizador da Banda do Fuá versão moderna e que os idealizadores e montadores da Banda do Fuáoriginal foram Marinho Belarde, Tadeu Alves, Antonio Carlos Celli (Lua) e os saudosos Mário Gobato (Piazza)eArchimedes Alves.
Depois com a separação da Turma do Funil ,a estrutura da organização passou a contar com Salomão, Teroca, Zinho Hernandes e Binho Jorge (Árabe).
Ficou convencionado que o evento aconteceriasempre em um sábado antes do Carnaval. Com músicaao vivo, repertório recheado demúsicas tradicionais do carnaval como as marchinhas, frevos e o samba.

Liberação

Com a liberação do nome pelo Fuá original, Salomão fez uma brincadeira diferente, onde combinado com a Turma do Funil, teriam a participação de músicos profissionais e de trio elétrico.
Dessa união Funil/Fuá saiu uma brincadeira muito legal, com cooperação e força, e quando não deu mais certo, separou. A Banda do Fuá continuou por mais algum tempo com festa de rua, até que também com problemas para manter a brincadeira parou em 2008.
Foram três anos de fusão. A saída era do Ponto Chic, na Vila, até o Velho Armazém, no Carmo.
Com o tempo começou a haver problemas de patrocínio e a brincadeira não deu mais certo e ocorreu a separação, onde a Turma do Funil continuou fazendo uma brincadeira, saindo da Avenida Portugal em direção ao Velho Armazém. Era 2004. O Fuá ficou de fora. Retornou em 2005. O percurso partia do Ponto Chic com chegadano Restaurante Empório.
A venda dos abadás era uma forma de manter toda a infraestrutura, mas muita gente não ficava no cordão, mas sim participante à margem, o que acabou não se sustentando e inviabilizando a brincadeira, pois a mesma gera custos que precisam ser pagos, como a segurança.
Muitas pessoas cobram até hoje, o retorno da Banda do Fuá. Fica a indagação se um dia a brincadeira poderá retornar. “A vontade existe”, diz Salomão. “É como um frevo pulando no peito, uma marchinha que causa nostalgia, um samba do bom”.

Redação

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