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Rodovias paulistas receberam mais de 100 mil transportes de cargas de grande porte em 2022

A passagem das cargas especiais exige logística operacional complexa, como a remoção de barreiras, sinalização e pórticos ao levantamento de passarelas de concreto

Transportar cargas especiais pelas rodovias é uma rotina no Estado de São Paulo. Isso se deve à manufatura e produção das indústrias do Estado e da excelente condição da malha rodoviária estadual, que forma corredores logísticos para o escoamento dos produtos até os Portos de Santos e São Sebastião, destinos das exportações para todos os países do mundo. Em 2019, foram emitidas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) 119.823 AETs (Autorização Especial de Trânsito), necessárias para transporte de cargas especiais pelas vias do estado.  Em 2021, o total foi de 147.168 autorizações, 22,8 % a mais, na comparação desses dois períodos. Entre janeiro e setembro deste ano, foram emitidas 100.801 AETs.

A preparação para receber o transporte de cargas de grande porte nas rodovias paulistas envolve vários órgãos e profissionais qualificados como engenheiros, gestores de tráfego, entre outros. Entre as instituições envolvidas estão o DER, responsável pela análise e autorização, a ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo, que regula o Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado, as concessionárias que administram as principais rodovias do estado e a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), que dá o apoio para garantir a segurança dos usuários durante a passagem das cargas. A equipe envolvida na operação pode ultrapassar 100 pessoas, de acordo com a dimensão da carga e complexidade da operação.

Os tipos de cargas que podem ser transportados pela malha paulista seguem a Portaria DER nº131/2021, que disciplina a concessão da AET. Além disso, a Portaria ARTESP nº087/2022 regula as condições para o recolhimento por parte das concessionárias da TOP – Tarifa Operacional, que cobre os custos operacionais e a logística operacional excedente por parte das Concessionárias, sem onerar os cofres públicos. No caso de cargas especiais e excepcionais, com grande dimensão e muito peso, é necessária uma operação específica com escolta credenciada.

Remoção de passarelas e retirada de pórticos

A análise para a autorização leva em conta a geometria da rodovia – curvas, aclives e declives, por exemplo – e o volume de tráfego. Além disso, dependendo do comprimento, peso e largura, avalia-se a necessidade de ações operacionais complexas, tais como içar passarelas, retirar pórticos, barreiras e placas de sinalização. Equipamentos de última geração como guindastes e macacos hidráulicos são utilizados na remoção das passarelas de concreto, que já são construídas para possibilitar essa movimentação. Todas as ações levam em conta o conforto ao usuário da rodovia, como o horário de menor impacto na fluidez e segurança viária ou a elaboração de rotas alternativas para que o usuário não seja prejudicado pela operação. 

“O transporte de cargas pelas rodovias concedidas envolve um grupo de setores e ações, que são analisadas com precisão e de acordo com as normas estipuladas pela Agência para que não causem impactos ao tráfego e garantam a segurança dos motoristas que utilizam as rodovias paulistas” enfatiza Ailton Brandão, superintendente de Operações da ARTESP.

Apesar da passagem dessas cargas – como tambores usados na indústria petrolífera transportados este mês pelo Sistema Anchieta Imigrantes (SAI), que possuíam 64 metros de comprimento e peso bruto de cerca de 440 toneladas – os danos estruturais ao pavimento são mitigados face à distribuição do peso nos eixos do conjunto transportador e da qualidade estrutural do pavimento, que é projetado para suportar grande movimentação de veículos diariamente. Além disso, os contratos com as concessionárias sob gestão da ARTESP, estipulam que a qualidade do pavimento deve ser mantida por meio de manutenções preventivas para garantir uma rodovia segura e de primeira linha ao usuário. 

Redação

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