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Saldo mensal de contratações formais em Araraquara é negativo pelo segundo mês no ano

Houve encerramento de vagas nos setores da construção, indústria e agropecuária; comércio e serviços expandem contratações pelo 2º mês consecutivo

O mercado de trabalho formal araraquarense registrou em maio redução do número de trabalhadores em atividade. De acordo com a análise do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, tendo como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), o município encerrou 10 postos de trabalho formal no período, resultado de 3.121 admissões e 3.131 desligamentos.

A efetivação de novas vagas teve, em maio, uma redução de 5,42% em relação a abril, enquanto o encerramento de contratos vigentes acelerou em 3,06%. Com a movimentação, o estoque de empregos formais no município atingiu 79.060.

O setor terciário, que corresponde às atividades de comércio e serviços, registrou avanço nas contratações, com alta de 0,15% e 0,46% no estoque de trabalhadores ativos, respectivamente. Por outro lado, houve redução no total de trabalhadores ativos na indústria (-0,40%), na agropecuária (-0,96%) e na construção (-2,85%).

O mês de maio também registrou o maior número de pedidos de seguro-desemprego do ano em Araraquara. Foram 989 solicitações, contra 898 no mês anterior – alta de 10,1%. Em maio de 2021, haviam sido feitas 796 requisições.

Apesar do recuo nos resultados do município, os números nacionais vieram acima das expectativas do mercado. Foram 277.018 vagas criadas no Brasil em maio, com saldo positivo nas contratações em todos os cinco setores da economia – o estoque de trabalhadores aumentou 1,57% no setor da agropecuária, 1,46% na construção, 0,61% no setor de serviços, 0,58% na indústria e 0,50% no comércio.

A análise conjunta com outras pesquisas e indicadores conjunturais sobre o mercado de trabalho e a atividade econômica no país, refletem uma melhora nos resultados recentes. Mesmo em um cenário pouco amistoso do ponto de vista da inflação e dos juros, o volume de serviços prestados às famílias vem registrando expansão nos últimos meses e já acumula alta de 9,5% em 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE.

Na mesma direção, as vendas no varejo nacional já acumulam crescimento de 2,3% durante os quatro primeiros meses do ano, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo mesmo instituto. E, ainda que em menor intensidade, a produção industrial nacional, medida pelo IBGE através da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), registra variações no campo positivo desde fevereiro de 2022, apesar do resultado acumulado não superar os números de 2021.

“Os bons resultados dos setores de comércio e serviços tem relação direta com os estímulos fiscais do governo, como os saques do FGTS, a antecipação do 13º salário e a expansão do Auxílio Brasil. E, com a sustentação do consumo, há também a manutenção do emprego nesses setores”, avalia João Delarissa, economista do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Para os próximos meses, porém, a perspectiva de desaceleração da atividade econômica, o arrefecimento dos estímulos fiscais e o efeito defasado do aumento dos juros podem frear a recuperação observada no mercado de trabalho do país. “Isso será sentido sobretudo nos resultados do setor terciário, que tem uma rotatividade média de contratações maior”, pontua Delarissa.

Redação

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