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Sem mudança na Câmara

Da redação

Sem renovação, podendo continuar a velha política, o candidato Rodrigo Maia (DEM-RJ), como já era esperado, ganhou o comando da Câmara dos Deputados do Brasil até 2021.

Agora, caberá a ele tocar a agenda econômica do governo de Bolsonaro, à qual já se declarou favorável. Atual presidente da Câmara e um dos principais defensores da agenda de reformas, Rodrigo foi reeleito em primeiro turno nessa sexta-feira (1º) e comandará a Casa por mais dois anos. O parlamentar teve 334 votos. O segundo colocado foi Fábio Ramalho (MDB-MG), com 66 votos. O terceiro lugar ficou com o candidato da oposição, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), com 50 apoios. Em seguida vieram JHC (PSB-AL), com 30 votos, Marcel Van Hattem (Novo-RS), com 23 votos, Ricardo Barros (PP-PR), com 4 votos e General Petternelli (PSL-SP), com 2 votos.

A reforma da Previdência, apoiada por Maia, deve ser enviada ao Congresso ainda em fevereiro e terá de ser aprovada na Câmara antes de seguir para o Senado, tarefa que não foi possível no governo de Michel Temer. Além disso, terá que lidar com pressões das bancadas temáticas, como a evangélica, ruralista e da bala, para colocar em votação projetos da agenda de costumes do governo, como o Escola sem Partido. Nesse campo, tem dito nos bastidores que deve segurar propostas. Para conseguir se eleger pela terceira vez consecutiva, fato inédito na Câmara, Maia contou com o apoio de partidos de todos os lados do espectro político. Fazem parte do bloco centrado em torno do atual presidente da Casa partidos do centrão como PP, PR, PRB, Solidariedade e Podemos, bem como o PSL do presidente Jair Bolsonaro e siglas de centro esquerda, como PDT. Com o voto secreto, é impossível determinar quais votos vieram de partidos da base do atual presidente e quais partiram de dissidências como de alas do PT e do PSB que, reservadamente, admitiam votar em Maia. De outro lado, há parte dos partidos do chamado centrão, como o PP, e do próprio PSL, que resistiam à ideia da reeleição e podem ter partido para outro candidato. Maia se elegeu pela primeira vez em 2016 para um mandato-tampão depois da renúncia do então presidente da Casa Eduardo Cunha (MDB-RJ). Com uma improvável aliança entre setores da esquerda e PSDB e DEM — logo após o impeachment de Dilma Rousseff — chegou à cadeira derrotando o candidato de Cunha, Rogério Rosso (PSD-DF). Depois, em 2017, enfrentou resistência de adversários que afirmavam que ele não poderia concorrer, já que a Constituição veda a reeleição na mesma legislatura. Venceu, no entanto, a tese de que isso não era aplicável a mandatos-tampão e o parlamentar levou no primeiro turno, com 293 votos.

Redação

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