Ex-atleta do futebol amador feminino, Priscila Cristiane Moisés Pereira de Souza faleceu em 30 de agosto de 2022, com 37 anos de idade, em decorrência de insuficiência respiratória adenocarcinoma. “Homenagear Priscila é uma forma de eternizar sua memória para além dos amigos e familiares, é tornar viva a sua paixão pelo futebol e sua dedicação na organização de tantas meninas e mulheres que sonham com o futebol como possibilidade de convivência, de qualidade de vida e de encontros”, coloca a vereadora Fabi Virgílio (PT).
A parlamentar é autora do projeto de lei, aprovado recentemente em Sessão Ordinária, que institui e inclui no Calendário Oficial de Eventos de Araraquara a Semana Municipal de Visibilidade ao Futebol Amador Feminino “Priscila C. M. P. de Souza”, a ser comemorada anualmente na terceira semana de julho, com o objetivo de promover, difundir, fomentar e prover visibilidade ao futebol feminino amador.
“Priscila era uma amante do futebol feminino amador. Participava da Liga das Meninas e de vários torneios. Participativa, ativa, excelente jogadora, sempre sorridente e muito amorosa, tinha nos pés asas que faziam com que executasse dribles maravilhosos. Tinha os olhos brilhantes e o coração mais generoso que já chegou aos nossos ouvidos. Honrar e enaltecer sua vida é uma forma de homenagear essa mulher que fez tanta diferença na vida do futebol amador feminino”, pontua Fabi.
Para a vereadora, Araraquara é berço revolucionário do futebol feminino. “Não há outra cidade que se equipare com tamanha dedicação e compromisso quando falamos de futebol feminino que não a nossa. As Guerreiras Grenás são o exemplo máximo disso. Mas quando falamos das guerreiras, falamos no âmbito profissional; e quantas meninas e mulheres se organizam dentro do futebol amador? Ainda são poucos os incentivos e as iniciativas que valorizam e fazem valer esse espaço tão importante para aquelas que praticam o futebol amador com tanta paixão”, completa.
“Quando falamos do incentivo ao esporte, falamos de saúde, qualidade de vida e acesso ao lazer. O futebol feminino é ainda desvalorizado, apesar de estarmos ampliando essa agenda tão necessária nas cidades. Exige uma luta diária para a abertura de espaço e de atenção e, para tanto, é premissa estruturante que o poder público, como agente criador de oportunidades e horizontes, se debruce sobre essa pauta e apoie iniciativas que promovam a igualdade de gênero, principalmente dentro do esporte, um espaço majoritariamente ainda masculino, principalmente na modalidade futebol”, entende a parlamentar.
Fabi cita pesquisa apresentada recentemente pelo Ministério do Esporte apontando que “o futebol feminino ainda é predominantemente amador no Brasil”. “E o que fazemos com o futebol amador? Criando a semana, colocaremos no calendário oficial da cidade o chamado para que, ano após ano, dentro da semana que se comemora o Dia do Futebol, a cidade discuta e crie horizontes possíveis para o futebol feminino amador.”
A data poderá ser celebrada com reuniões, palestras, seminários, eventos, torneios e diversas ações esportivas que possam prover visibilidade à modalidade. Importante destacar que os recursos necessários para atender as despesas com a execução da lei serão obtidos por meio de parcerias com empresas da iniciativa privada ou governamental, sem acarretar ônus para o Município.