Início Araraquara Semana Luís Antonio tem início em formato digital no sábado (5)

Semana Luís Antonio tem início em formato digital no sábado (5)

A Semana Luís Antonio Martinez Corrêa, mesmo com a pandemia da Covid 19, está confirmada. A programação realizada pela Secretaria Municipal da Cultura e Fundart chega em formato digital no período de 5 a 12 de setembro, podendo ser conferida pelo canal da Prefeitura de Araraquara no Youtube ou pelos links disponibilizados nas suas redes sociais.

Com curadoria de Flávia Marquetti, a 32ª edição traz como tema “O palco em casa: tempo e afeto”, condensando a cena para o momento da atualidade onde o isolamento social é a regra sensata, com as pessoas tendo mais tempo de permanência em casa e com a família.

“A pandemia tem sido essa ruptura abrupta, imprevisível e dolorosa para toda a humanidade e contra ela, além do distanciamento e cuidados, a arte é o grande antídoto, se não para o mal propriamente dito, para as dores causadas à alma. O teatro nos permite reformular o tempo e preenche-lo com afeto, dando outro sentido à expressão da vida”, defende a curadora.

A programação digital será composta por lives com bate-papos e debates, apresentações cênicas, leituras e cenas curtas, podcasts, fotonovelas e filme. Artistas convidados e também de Araraquara estão no programa. “Dos baús da memória, a 32ª SLAMC trouxe antigos formatos de volta: as fotonovelas, as leituras dramáticas da era do rádio; mas também podcasts e os cafés de investigação em novo formato, ajustando-se à era midiática. Fórmulas antigas em novos meios, o tempo, sempre cíclico do teatro, traz lembranças de descobertas”, aponta Flávia, que será responsável pela mediação nos “Cafés de Investigação”.

As fotonovelas são uma novidade nessa edição. Durante toda a 32ª Semana Luís Antonio, serão disponibilizadas duas fotonovelas no Facebook da Prefeitura de Araraquara: “A dor de Geni”, com Maria da Maré, e “Luís Antonio: florescer em ¼ de colagem”, com o grupo Quarteto em Do(r) Menor.

Programação

A abertura da Semana Luís Antonio no sábado (5), traz uma fala da secretária municipal da Cultura, Teresa Telarolli e também da curadora do evento, Flávia Marquetti. Na sequência, será apresentada a leitura da carta “Saúde!”, por Ricardo Portari, seguida pela leitura dramática “Araraquara: sujeito e memória”, com os atores Rodolfo Groppo e Irail Rezende, homenageando grandes artistas do teatro brasileiro que, em 1986, participaram da encenação de “Amor por Anexins”, dirigida por Luís Antonio Martinez Corrêa.

No domingo (6), o podcast “Luís e tantos outros Aracoaras” dá início à programação. Com idealização, texto, voz e direção de Eduardo Pires, captação e edição de Lívia Cabrera e produção da Kasel, “Luís e tantos outros Aracoaras” é uma experiência binaural a partir de um podcast-performance que explora os corpos evitados de Araraquara.

A classificação é para 14 anos. Também no domingo, às 20h30, será apresentada a Cena Curta “Rádio ReViva”, com criação, produção e atuação de Marcela Barbosa, do GUTE – Grupo Urutau de Teatro Experimental. Com uma programação especial – com direito a músicas, lembranças e animações – a Rádio ReViva prestará uma homenagem a Edna Portari e Luís Antônio, sem esquecer do amor e carinho de amigos pelo teatro araraquarense, pela arte e por Araraquara.

Segunda-feira, feriado de 7 de setembro, começa com o Café de Investigação que apresenta o ator, diretor e produtor Weber Fonseca discorrendo sobre “O Palco LGBTQIA+”, às 17 horas. Vale destacar que Weber é autor do livro “LGBTFOBIA – casos de violência por discriminação de gêneros, identidades e orientações sexuais na grande São Paulo”, pela editora Lamparina Luminosa, além de manter diversos projetos artísticos e culturais em segmentos variados, como vídeo, artes plásticas e teatro, entre outros. O Coletivo Cigarraiada é a atração das 20 horas da segunda-feira, com a leitura dramática de “Ubu Rei”, sob a produção executiva de Allydi. “Ubu Rei” é um clássico do Teatro Moderno, escrito no final do século XIX por Alfred Jarry e adaptada por Luiz Antônio Martinez Corrêa,  em 1983. O enredo apresenta a história de um homem que não satisfeito com sua riqueza decide matar o rei e tomar o poder.

“Apontamentos sobre o teatro Negro no Brasil” é o tema do Café de Investigação de terça-feira, 8 de agosto, tendo como convidada a Profª. Drª. Evani Tavares Lima, professora adjunta da Área de Artes da Universidade Federal do Sul da Bahia, com Pós-doutorado em Artes Cênicas.

Podcast e Cena Curta também estão na agenda da terça. O podcast “Luz na violência – vozes ecoam” é uma criação autoral de Higor, que junto a Rodolfo Groppo, conduz um debate que traz à luz a necessidade no ecoar de vozes inquietas, apostando que a arte é mais excitante que o crime, mais poderosa que a morte, mais transformadora que a política e mais alimentadora que a economia. A cena curta baseada no poema “O Cavalo de Ruuskanen”, de Bertolt Brecht, será interpretada  às 20h30 pelo ator araraquarense Victor Ferrari, narrando o infeliz trajeto de uma vila de camponeses que ao proteger a vida de um cavalo – que é a força de trabalho daquela comunidade – coloca em risco e em confronto com grupos sociais distintos que são sustentados pela observância de um sistema político totalitário.

Quarta, dia 9 de setembro, tem exibição de vídeos às 17 horas: é o “Tempo e afeto: cenas de antigas SLAMCs”, trazendo à baila recordações de diversas edições da Semana Luís Antonio. A leitura dramática “A segunda morte de Luís Antonio” também será efetuada na quarta-feira, às 20 horas, com classificação para 16 anos. A leitura dramatizada realizada pelo dramaturgo Jair Alves, pela atriz Debora Stter e o músico André Peres, ilustra o que representa a “Segunda Morte de Luis Antonio”. O texto faz uma reflexão sobre a importância e que o significou a obra do teatrólogo e diretor Luís Antonio no panorama do teatro nacional, bem como para a cultura brasileira.

Rodolfo Groppo, ator formado pela Unicamp, e Paulo Bretas, formado em Interpretação Teatral pela Universidade Federal de Ouro Preto, comandam o Café de Investigação da quinta, dia 10, a partir das 17 horas, com o tema “O Palco Contemporâneo”. O podcast “O Amor??? Ahhh o Amorrrr” será apresentado às 20 horas da quinta, com texto de Maiakóvski e interpretação, criação e direção de Giovana Costa, em uma homenagem a Luís Antônio e a comunidade LGBTQIA+.

Fechando a quinta tem a Cena Curta “Quebra-memória”, com roteiro, direção, produção e atuação de Vitorugo, que propõe o encontro entre o artista e fragmentos da vida do diretor teatral araraquarense Luís Antonio Martinez Corrêa, em uma construção de partituras cênicas compostas por suas memórias afetivas.

O penúltimo dia da Semana Luís Antonio, na sexta-feira, dia 11, apresenta Eduardo Moreira, do Grupo Galpão, no Café de Investigação que abordará “O Palco On-Line”. Vale destacar que Eduardo Moreira é ator, diretor e dramaturgo, fundador e diretor artístico do Grupo Galpão, onde participou de todos os 25 espetáculos montados em 38 anos de atividades ininterruptas. Na sexta também haverá, às 20 horas, a leitura dramática “O percevejo em (re)vista: revelações pandêmicas de Maiavókski a Luís Antônio”. O texto original é de Vladimir Maiakóvski, com tradução de Luís Antonio, e chega com atuação e produção de Tania Capel e Denis Pimentta, fazendo uma reflexão crítica sobre a sociedade.

Para fechar a programação, no sábado, dia 12, haverá podcast, Cena Curta e leitura dramática. “Não esqueça: 107!” é o podcast que abre os trabalhos. Com produção e direção da multiartista e educadora Maria da Maré, o podcast apresenta memória, ódio e resistência para uma reflexão sobre Luís Antônio Martinez Corrêa e tantas outras que, como ele, tiveram suas vidas tiradas pela discriminação por orientação sexual e/ou identidade de gênero. O Grupo Cortex, com Domenica Morvillo e Guilherme Papa, apresenta a Cena Curta “Retalhos do Palco”, com uma viagem pela vida de Luís Antônio Martinez Corrêa através da linha histórica do tempo de uma máquina de costura. Por fim, às 20h30, haverá a leitura dramática “Uma frase quer dizer várias coisas”, com Eleonora Ducerisier e Tiago Rosin – os atores recriam as entrevistas de Luís Antonio, costurando suas opiniões com momentos marcantes de sua trajetória e sua colaboração para a construção do teatro brasileiro contemporâneo.

Foto: Divulgação

Redação

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