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Serviço Militar não atrai os jovens

Adriel Manente

No ano em que completa 18 anos, os jovens do sexo masculino passam por uma situação que, atualmente, é temida por muitos deles. O alistamento militar. E, por ser temida, os rapazes acabam não se interessando pelas atividades do chamado “Tiro de Guerra (TG)”. Ao ponto de muitos deles, até ponderarem sobre a possibilidade de não se apresentarem à junta de serviço do Exército. O caso é que se não se alistarem, e consequentemente não conseguir o certificado de reservista ou a dispensa de corporação, os rapazes poderão e terão muita dor de cabeça no futuro, principalmente em relação a emprego.

Porém, segundo o Tenente Velasque, responsável pela 4ª Delegacia de Serviço Militar de Araraquara, nos últimos anos o número de alistados tem se mantido na mesma média. “São, em média, 1.500 alistamentos em Araraquara por ano. Desses, após todas as etapas, apenas 100 efetivamente começam o tiro de guerra. Ou seja, temos quase a totalidade em excesso de contingente”, afirma.

De acordo com o militar, são quatro etapas de seleção até o jovem ingressar, de fato, no serviço. “O primeiro, é o alistamento. Depois, temos a seleção geral, que é onde é feita a entrevista com os candidatos e o exame médico. Após isso, temos a chamada designação e, por fim, a seleção complementar. Em 2018, só na primeira etapa de seleção, dos 1.500 alistados, apenas 700 ficaram. Ao final de todas as etapas, ficam 100”, explica o tenente, que informa ainda que o período de TG dura 9 meses, de 01 de março à 30 de novembro.

Ao final deste período, o jovem recebe o Certificado de Reservista. “Quem entra no excesso de contingente recebe a chamada Dispensa de Incorporação. São documentos diferentes, porém, ambos têm o mesmo peso”, finaliza. Vale destacar que, no TG de Araraquara, a formação de novos soldados do TG é com a função de atiradores.

Porém, mesmo após as explicações, a visão dos jovens não muda. É o caso do estudante Vitor Dantas, de 17 anos, recém-completados, e que no ano que vem, invariavelmente, vai passar por isso. “Eu tenho receio porque não gostaria de passar por isso. Tenho outros planos para minha vida, como começar a trabalhar para ajudar minha família e fazer uma faculdade”, relata Vitor.

Ele diz que até pensou em simplesmente não se apresentar, mas, depois de saber das consequências, voltou atrás. “É muita dor de cabeça, talvez o melhor mesmo seja se alistar e ver no que dá”, conclui o jovem, ambicionado em ser bem-sucedido.

Consequências

Quais os problemas acarretados por não ter o certificado de reservista ou a dispensa de incorporação?
O jovem não poderá:

Obter passaporte ou prorrogação de sua validade;

Ingressar como funcionário, empregado ou associado em – instituição, empresa ou associação oficial, oficializada ou subvencionada;

Assinar contrato com o Governo Federal, Estadual, dos Territórios ou Municípios;

Prestar exame ou matricular-se em qualquer estabelecimento de ensino;

Obter carteira profissional, registro de diploma de profissões liberais, matrícula ou inscrição para o exercício de qualquer função e licença de indústria e profissão;

Inscrever-se em concurso para provimento de cargo público;

Exercer, a qualquer título, sem distinção de categoria ou forma de pagamento, qualquer função pública ou cargo público, eletivos ou de nomeação;

Receber qualquer prêmio ou favor do Governo Federal, Estadual, dos Territórios ou Municípios.

Redação

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