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Servidores técnico-administrativos da Unesp entram em greve

Reivindicação central dos servidores é equiparação com a USP

O Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp) informou que os servidores e as servidoras técnico-administrativo/as da Unesp entraram em greve por tempo indeterminado, nessa terça-feira (8), em boa parte das unidades do estado. A decisão pela greve – que acontece após uma sequência de atividades de mobilização, com paralisações de um dia, manifestações e atos públicos – já foi aprovada em nove assembleias de base realizadas recentemente. Aprovaram a adesão os campi de Araçatuba (FOA), Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca, Jaboticabal, São José do Rio Preto, São Paulo (IA). Várias outros ainda têm assembleias agendadas.

A principal reivindicação é o início da equiparação salarial da categoria com os colegas da USP. Embora realizem o mesmo trabalho, os da Unesp chegam a receber até 40% menos que os da USP.

O Sintunesp explica que a isonomia salarial é garantida para a categoria docente, o que a entidade considera justo, mas o mesmo não acontece com o segmento técnico-administrativo. Em 2022, o reitor Pasqual Barretti montou uma comissão entre reitoria e sindicato, para estudar e construir propostas com vistas à equiparação salarial dos técnico-administrativos da Unesp com os das universidades irmãs. No entanto, apesar das expectativas criadas para o início da efetivação da isonomia, a reitoria suspendeu a negociação e limitou-se a informar a intenção de aguardar o desenrolar do cenário econômico no segundo semestre deste ano.

A luta dos servidores técnico-administrativos da Unesp pela equiparação remonta a 2010, ainda durante a gestão do reitor Herman Voorwald, que se dispôs a negociá-la após uma forte greve liderada pelo Sintunesp. Naquele ano, o Conselho de Administração e Desenvolvimento (CADE) iniciou os estudos necessários, que culminaram no chamado ‘Plano Retribuitório da Carreira’, visando à equiparação dos salários da Unesp aos da USP. Quando este plano foi aprovado no Conselho Universitário (CO), em 30/6/2011, no entanto, a USP havia acabado de mexer novamente nos seus pisos e, com isso, a Unesp voltou a ficar defasada.

Em 2013, após outra greve forte da categoria, já durante a gestão do reitor Julio Cezar Durigan, a reivindicação retornou à mesa e, numa histórica sessão do CO, em 15/8 daquele ano, um novo processo de equiparação foi aprovado, prevendo seis etapas. As duas primeiras etapas ocorreram (aplicação de uma referência de 5% em 2013 e outra em 2014, para todos) e as demais deveriam voltar à análise no CO. No entanto, a chegada da crise financeira em 2014 congelou a discussão. A retomada das negociações em 2022, sob a gestão atual, foi vista com grande esperança pela categoria, mas o temor é que não resulte em avanço.

O Sintunesp reivindica que a comissão conjunta volte a se reunir, que se defina o início da equiparação e que se construa um plano para conclui-la. A entidade sindical afirma que a Universidade tem folga financeira para tanto, inclusive por haver construído sólidas reservas a partir, também, das perdas salariais de seus servidores técnico-administrativos e docentes dos últimos anos, da ausência de contratações, da defasagem com os/as técnico-administrativos/as da USP.

Além da greve por tempo indeterminado, também está agendada manifestação durante a sessão do Conselho Universitário da Unesp em Assis, no próximo dia 24 de agosto.

Redação

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