O Teatro Municipal de Araraquara esteve em festa na noite da última quarta-feira, 08 de maio, data que é celebrado o Dia do Artista Plástico. Para tanto, a Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico, vinculada à Secretaria Municipal da Cultura, e a Fundart realizaram a apresentação do livro “Paulo Mascia – Araraquara, a cidade e sua gente” e a abertura do 21º Território da Arte de Araraquara, promovendo as Artes Visuais no calendário artístico da cidade.
A frente de honra para a abertura do evento foi formada, tendo como convidado o escritor araraquarense Ignácio de Loyola Brandão. Participaram: a secretária municipal da Cultura, Teresa Telarolli; a secretária da Saúde, representando o prefeito Edinho Silva, Eliana Honain; a secretária da Educação, Clélia Mara Santos; o diretor da Fundart, Weber Fonseca; a coordenadora de Acervos e Patrimônio Histórico, Adriana Medina; a curadora do Território da Arte e organizadora do livro, Rita Michelutti; a vereadora Fabi Virgílio, representando a Câmara Municipal; Regina e Caetano Mascia, representando os familiares de Paulo Mascia.
Também estiveram presentes: a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Pereira Barbosa; o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Marcelo Mazeta; o vereador Alcindo Sabino; o amigo de Paulo Mascia, o desenhista Kiko Lopes; Bernadete Passos, organizadora da FliSol; Fernando Passos, presidente da Academia Araraquarense de Letras – entre outros.
Família – Caetano Mascia, representado a família de Paulo Mascia, agradeceu todos os envolvidos na produção do livro e disse que a obra é a materialização de um sonho do seu avô: levar aos munícipes o contato com sua produção de conteúdo histórico e artístico, que retrata uma época da cidade, por meio de crônicas e telas.
“Meu avô foi um exemplo de homem pra mim, antes de artista plástico. Me ensinou valores extremamente importantes da vida e eu devo tudo a ele. Era um homem sensível e desde pequeno eu o via pintando os quadros, assim como o seu processo de criação. Ele procurava as cores mais precisas, o desenho mais exato, o ângulo que retratasse melhor. Procurando – nos personagens desta cidade, nas paisagens e nos prédios históricos, nas casas e até nas famílias – contar um pouco da história de Araraquara”, apontou o neto de Paulo Mascia. “Alcançou seu objetivo: perpetuar sua obra”, finalizou Caetano.
A obra “Paulo Mascia -Araraquara, a cidade e sua gente”, com 200 páginas, reúne a visão que o artista Paulo Mascia (1919-1991) tinha sobre Araraquara, e é explorada por meio de telas com apresentação da cidade e de crônicas que foram publicadas no jornal “O Imparcial”, além de depoimentos e biografia.
Ao morrer, em 29 de maio de 1991, aos 72 anos, Paulo Mascia deixou como legado um numeroso e rico acervo com mais de duas centenas de obras em óleo sobre tela. 208 obras foram adquiridas pela Prefeitura de Araraquara, passaram a integrar, em 1999, o acervo da Pinacoteca Municipal Mário Ybarra de Almeida.
Livro – A secretária da Cultura, Teresa Telarolli, agradeceu a cada um dos envolvidos na produção do livro e também a Caetano, em nome da família de Paulo Mascia “porque é um privilégio para gente poder vivenciar esse momento e participar da consolidação de uma obra tão fecunda, duradoura e importante para a cidade”. Teresa também agradeceu a Ignácio pela sua presença, “é um privilégio tê-lo por perto, sempre abraçando e engrandecendo nossos projetos.”
Ignácio foi quem escreveu o prefácio do livro de Paulo Mascia. Na apresentação da obra, Ignácio destacou: “essa noite é muito importante, porque nesse momento se fala de uma esfinge: Paulo Mascia, mas quem foi Paulo Mascia?”, provocou o imortal da Academia Brasileira de Letras. “Tenho a sensação de que, se eu tiver tempo, quero fazer esse livro; gosto de biografias”, disse referindo-se a produzir uma biografia de Paulo Mascia. “Quem foi Paulo Mascia? Quem era o homem Paulo Mascia? O que ele lia?”, indagou.
Ignácio elogiou o livro de crônicas e telas de Paulo Mascia e lembrou que já escreveu mais de 9 mil crônicas. “A crônica dele (do Paulo Mascia) era crônica do momento e eu sempre defini crônica como ‘um instante’. O tempo inteiro o cronista está olhando em volta dele e, em algum momento, sempre captura alguma coisa e transporta para o jornal. Eu definiria crônica como ‘Instagram’, para usar um termo digital”, brincou.
“Paulo Mascia -Araraquara, a cidade e sua gente” é uma proposta da artista Rita Michelutti, curadora desta edição do Território da Arte, e foi produzido por meio de uma emenda do então deputado federal, hoje Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, articulada pelo mandato da vereadora Fabi Virgílio.
A secretária da Educação, Clélia Mara Santos, e a vereadora Fabi Virgilio também destacaram a importância do livro, ressaltando a importância da interação e parceria entre arte, cultura e educação.
Território – Após o lançamento do livro, foi realizada a abertura do Território da Arte de Araraquara. Eliana Honain, representando o prefeito Edinho Silva, lembrou que tema dessa 21ª edição do Território é “cada instante, é sempre”, “o que ressalta a importância da memória e da recordação, e nada mais belo do que estarmos apresentando um livro que recorda, mas principalmente, coloca à disposição da população, as obras do nosso Paulo Mascia – não só das suas telas maravilhosas, mas também de suas crônicas.”
Eliana, em nome do prefeito, agradeceu a Regina, Caetano e familiares de Paulo Mascia. “Obrigado por terem permitido que a gente pudesse entregar esse livro à nossa população, principalmente por estar disponível para nossas crianças e adolescentes das nossas escolas, é muito importante e se relaciona com o tema do Território da Arte, da importância da memória e da recordação, com a memória de Araraquara sendo preservada”.
Após a cerimônia, o Coral das Oficinas Culturais Municipais, sob regência do Maestro Guilherme Bridarolli, realizou um flash mob apresentando a música “Oração ao Tempo”, de Caetano Veloso. O Coral das Oficinas Culturais Municipais é formado por alunos da Banda Chiquinha Gonzaga e da Família Afroson.
Vale lembrar que o público pode prestigiar as obras dos artistas selecionados no Território da Arte, em exposição no teatro, até o dia 08 de junho, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17 horas. Entre as obras, 4 delas foram premiadas no Território, sendo o “Prêmio Destaque” para Luiza Poeiras Amorim, Marcos Shigueo Akasaki e Marina Ceglie da Silva; enquanto o “Prêmio Referência” ficou com Thiago Nevs.
A programação é gratuita. O Teatro Municipal de Araraquara está localizado na Av. Bento de Abreu, s/nº, na Praça Lívio Abramo, localizada no Jardim Primavera.