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Todo dia é dia de rock!

Texto e fotos: Ariane Padovani

 

Neste dia 13 de julho é comemorado o Dia Mundial do Rock em homenagem ao estilo musical do rock n’roll, que revolucionou a música e o comportamento social da juventude na segunda metade do século XX.

O casal de aposentados Valdir Ramos e Luiza Ramos, de 68 e 64 anos, é apaixonado pelo rock e mais ainda pelos lendários Jimi Hendrix e Raul Seixas. O amor pelos ídolos nasceu na adolescência, quando ainda nem se conheciam. “A minha história com o rock começou no final dos anos 60. Eu comprei uma vitrola e ia para as lojas comprar discos toda semana. E um disco que eu me lembro de ouvir muito é o ‘Sgt. Pepper’s’, dos Beatles. Um dia eu cheguei à loja e perguntei se tinham alguma coisa diferente e me apresentaram um disco do Jimi Hendrix, o ‘Electric Ladyland’. Eu levei para casa, comecei a ouvir todo dia e ele expandiu meus horizontes. E quando o rock n’roll entra na veia, não sai mais”, contou Valdir.

Luiza, que já tinha o Raul Seixas como ídolo, começou a gostar de Jimi Hendrix quando conheceu Valdir em 1985, durante um ‘Show do Bixo’ da UNESP, faculdade onde haviam acabado de ingressar para cursar Letras e Pedagogia. Presença garantida em shows e apresentações de rock da cidade, o casal gosta de acompanhar as bandas locais e deixa muitos jovens no chinelo no quesito diversão. Valdir, inclusive, usa a esposa para simular que está tocando guitarra. “A gente é bastante curioso e interessado. E é aquele papo, ou você vive ou se enterra. A maioria do pessoal pergunta qual é o nosso segredo para ter esse pique. O segredo é viver, curtir e ser feliz. Porque se fosse para não detonar, eu ficava no meu confortável sofá”, ressaltou Luiza.

 

Coleções valiosas

Valdir e Luiza possuem hoje, após 35 anos de casamento, uma das maiores coleções de itens do Jimi Hendrix. São 200 discos de vinil (eles têm quase cinco mil discos no total), mais de 200 camisetas do artista, diversos livros e quadros ocupando quase todos os espaços da casa do casal. Entre tantos objetos, vários bastante raros, Valdir se orgulha de ter conseguido alguns que considera especiais, como a edição comemorativa dos 30 anos da morte do ídolo, lançada em 2.000. “É em veludo azul, com 8 LPs dentro. Eu tenho também uma caixa italiana de vinil, que só tem 500 no mundo, a minha é a de número 323. Eu consegui através de um colecionador de Belo Horizonte”, confessou Valdir.

Em uma prateleira no corredor da casa, estão expostas 60 guitarras em miniaturas que o casal coleciona. Uma compilação de máscaras também ocupa a parede da sala. Rock e arte em cada cômodo do lar.

 

Vinil x CD

Para Valdir, a diferença entre o disco de vinil e o CD é gritante quando se tem um bom aparelho. “O som digital comprime e encurta as ondas sonoras. No vinil tem os sons médios, graves e agudos, já a tecnologia digital perde a frequência média, compacta tudo. Por isso o vinil voltou. A maioria dos cantores está lançando suas músicas em vinil. O vinil e o rock n’roll se reencontraram”, opinou o escrevente aposentado.

 

Homenagem

Valdir e Luiza receberam uma homenagem da Casa da Cultura durante a comemoração dos 200 anos de Araraquara, em 2017, na Praça das Bandeiras. “Como a gente sempre acompanhou muitas bandas aqui na cidade e vamos lá na frente do palco agitar, eles fizeram uma homenagem para a gente. Exibiram um documentário sobre a história do rock e nos deram um banner de mais de dois metros de altura com uma foto nossa do Daniel Barreto e arte do Roberto Schiavon, que penduramos na parede”, relembrou Valdir.

 

Fatherzine

Valdir também produz em sua casa o fanzine Fatherzine, que é uma revista não oficial com conteúdo de rock. “Eu já tenho 17 edições e agora estou preparando a próxima. Eu fazia uma por ano, agora faço a cada dois anos. A primeira parte é só sobre o Jimi Hendrix. Apareceu o nome dele, eu coloco aqui”, observou.

Redação

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