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Trump e Kim Jong-un: a decisão de um acordo histórico

O mundo acompanhou na última terça-feira (11/6) um acordo histórico. Donald Trump e Kim Jong-un selaram, ao vivo, um pacto de intenções, cujo principal objetivo é a desnuclearização da Coreia do Norte. O acerto entre as duas partes está sendo considerado como um dos mais importantes das últimas décadas, uma vez que afasta a possibilidade iminente de guerra entre as duas nações. Mas o que levou os dois líderes a essa decisão? Qual foi o segredo de Trump para, ao contrário de todas as previsões, encontrar um caminho por meio do diálogo? Respondo: habilidade em negociar.

Logo que venceu as eleições, algo considerado improvável desde o princípio da corrida para a Casa Branca, o mundo passou a acompanhar com apreensão cada discurso de Trump. Muitos deles, é claro, bastante polêmicos como a tal construção do muro para dividir os Estados Unidos do México, as políticas protecionistas, a perigosa aproximação com a Rússia e, é claro, a animosidade crescente em relação a Kim Jong-un.

Pelo Twitter, Trump aproveitou por diversas vezes a audiência da rede social para acirrar os ânimos entre as duas partes. No fim do ano passado, por exemplo, publicou: “Por que Kim Jong-un me insultaria me chamando de ‘velho’, quando eu NUNCA o chamaria de ‘pequeno e gordo’? Bem, eu tento tanto ser amigo dele – e talvez um dia isso aconteça!”. Não soubéssemos a autoria do post, poderíamos dizer que o conteúdo se tratava de uma briga entre garotos do ensino fundamental. Mas não é esse o caso.

Acredito que ao mesmo tempo em que a tensão entre os dois líderes aumentava através da troca pública de farpas, a negociação nos bastidores também foi intensificada. As cartas foram colocadas na mesa e ambos os lados começaram a jogar. Como você deve ter acompanhado neste blog, já comentei sobre o que difere as decisões fáceis das difíceis. Esta, sem dúvida, está no grupo das mais complexas.

Assisti a transmissão do encontro pelas redes americanas de TV. Ficou clara a tensão no ar. De ambos os lados. Isso acontece porque as decisões difíceis nos paralisam. Elas geram momentos de nervosismo, pois a incerteza assusta. Acende a manifestação do nosso inimigo: o medo. As possíveis vantagens, ou ganhos, desvantagens, rupturas aparecem aos montes e nós, simplesmente, não sabemos por onde seguir. Além disso, o efeito desta negociação está no longo prazo (o que também gera o medo) e pode ser positivo ou negativo, dependendo do comprometimento das partes envolvidas e do grau da confiança estabelecida.

A decisão assinada nesta semana prevê uma série de etapas que foram fruto de uma sofisticada negociação entre ambas as nações. No lado americano, fica o compromisso de reduzir as barreiras comerciais impostas em relação ao país de Kim Jong-un. Já a Coreia terá de cumprir o plano de desnuclearização que, segundo especialistas, pode levar pelo menos 10 anos.

Como você pode ter percebido, caro leitor, essa histórica tomada de decisão deve ainda revelar ao mundo uma série de consequências. Torçamos todos que elas sejam, sempre, positivas e que permitam ao mundo aproveitar de uma convivência mais harmônica e pacífica entre todas as nações.

*Uranio Bonoldi é consultor, palestrante e oferece coaching personalizado para empresários e executivos. http://www.uraniobonoldi.com.br/

Redação

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