É ampla a oferta de atrativos turísticos na Serra do Itaqueri, mas somente em São Pedro é possível ter a vista privilegiada de uma das mais belas paisagens do Estado de São Paulo. A estância é a única entre as 13 cidades da região turística que oferece voos de balonismo, parapente e asa-delta, por isso atrai visitantes também dos outros destinos.
Espaço aéreo livre e o cenário contemplativo do alto, formado por relevos, florestas e lagos, são a combinação perfeita que faz de São Pedro lugar ideal para a prática do balonismo. Aos sábados e domingos, as viagens são feitas pelo empresário Feodor Nenov, que há 18 anos leva passageiros para passeios de balão. Com conforto e segurança, a uma altura de 300 metros, o passageiro assiste a um nascer do sol para ficar na memória, em um percurso de 50 minutos.
“A maioria deles [passageiros] é de primeira viagem. Mas, muitos voltam para voar novamente. Em quase duas décadas, posso garantir que a cada voo é uma emoção diferente. Qualquer pessoa pode voar a partir dos seis anos. Já levei as quatro gerações de uma família em um único voo”, ressalta.
A logística do passeio deixa o passageiro despreocupado. O transporte sai do local de hospedagem logo pela manhã. Às 5h40, o balão decola para que o nascer do sol seja visto em tempo. Por terra, uma equipe de apoio segue até o ponto de aterrissagem, onde o viajante é recepcionado em um piquenique, com direito a brinde com espumante em taça de cristal.
Dirigível
É por São Pedro que sobrevoa também o único dirigível de ar quente do Brasil. A invenção de Feodor chama a atenção de turistas todas as vezes que sobrevoa a estância. Com 16 metros de altura e 32 metros de cumprimento, tem a lona inflada por um motor de quatro cilindros.
A aeronave, que pesa menos que o ar, veio da Inglaterra e estava abandonada, quando foi parar nas mãos do entusiasta, que fez uma restauração detalhada, capaz de deixá-lo como novo sem perder a originalidade. A performance é a mesma do dirigível movido a gás hidrogênio, como era abastecido nos tempos em que eram comuns passeios em aeróstatos, principalmente na Europa.
Voo livre
Recentemente inaugurado, mas referência nacional há muitos anos por sua rampa para a prática de esportes no ar, o Parque Municipal de Voo Livre, a poucos quilômetros da região central de São Pedro, é visitado não só para praticantes de esportes no ar, mas também por turistas que gostam de contemplar os voos de asa-delta e parapente, que fazem do local um ponto turístico movimentado, especialmente das 13h às 18h, período em que as condições climáticas favorecem a atividade.
O voo duplo de instrução é praticado por pessoas a partir dos 16 anos. Leva cerca de 15 minutos e a contemplação do alto fica mais emocionante a cada manobra e curva. “O parapente traz uma sensação indescritível de desafio: de manter no alto uma estrutura de linha e pano, sem motorização, capaz de ir tão longe”, afirma Ronaldo Novoa, piloto de parapente e instrutor do Clube São Pedro de Voo Livre.
Pelo fácil acesso a profissionais, a infraestrutura com rampas de voo e o aparato logístico para pousos, São Pedro é procurada também por turistas vindos de São Paulo, Sorocaba, Campinas, Ribeirão Preto e Limeira que fazem instruções para se tornarem “voadores”, nome dado aos instrutores por quem passa a fazer os voos de parapente sem instrutor. A partir de dois meses, o aluno já começa a voar sozinho e, no oitavo mês, ao atingir o nível intermediário, consegue fazer trajetos de longa distância. Na cidade, o recorde atingido foi de 230 quilômetros.
Decolagem
As atividades de turismo de aventura pelo ar movimentam a economia de São Pedro. Além da lotação em praticamente todos os finais de semana nos voos de balão, semanalmente são feitos cerca de 140 voos de parapente para atender turistas e alunos por cinco instrutores locais.
“Os atrativos turísticos de São Pedro movimentam toda a cadeia de serviços. Logo, temos a rede hoteleira, os empreendimentos gastronômicos e comércio varejista aquecidos. Além da ampla margem de visitantes que vêm a São Pedro para contemplar a natureza, formada por 54% do público, há uma parcela significativa que aproveita para comprar produtos artesanais e visitar a Feira do Produtor Rural”, conclui Clarissa Campos, secretária de Turismo de São Pedro.