Início Araraquara Vereador de Araraquara vai colaborar com equipe de transição do governo Lula

Vereador de Araraquara vai colaborar com equipe de transição do governo Lula

Guilherme Bianco (PCdoB) vai atuar na área das Políticas Públicas para a Juventude

Além do prefeito Edinho Silva (PT) que está atuando na área do Esporte, outro araraquarense vai colaborar com a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vereador Guilherme Bianco (PCdoB) foi convidado para integrar o Conselho Consultivo do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas para a Juventude no governo de transição.

A participação do vereador é voluntária, e as reuniões começaram essa semana. O trabalho se iniciou com os levantamentos sobre a atuação da Secretaria Nacional de Juventude durante os quatro anos do atual governo federal, que se notabilizou pelos cortes orçamentários e pela ausência de diálogo com setores da base da sociedade.

Cientista Social formado pela UNESP de Araraquara, Guilherme leva para a transição muita experiência nas áreas de Educação e Juventude. O vereador já foi membro da Direção Executiva Nacional da UNE, no cargo de Diretor de Universidades Públicas. Também foi docente e Coordenador Administrativo do CUCA e, atualmente, é presidente da Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Araraquara.

O vereador falou com exclusividade à reportagem de O Imparcial sobre a sua participação na equipe de transição.

Veja a entrevista na íntegra:

O Imparcial: Qual é o sentimento de ser convidado para fazer parte da equipe de transição?

Guilherme: “O sentimento que me toma pelo convite é de muita gratidão, de muita honra de poder fazer parte desse processo histórico e tão importante de reconstrução do Brasil, além de uma felicidade imensa também do reconhecimento do nosso trabalho aqui na Câmara e do nosso histórico de luta no movimento estudantil. Estou muito feliz e sei que a responsabilidade é imensa de estar representando tanta gente, estar representando Araraquara e região em um grupo de trabalho, em um conselho consultivo tão importante que é esse da juventude”.

O Imparcial: Quais foram os motivos que você acredita que levaram a seu convite?

Guilherme: “Eu penso que o que me ajudou a compor esse conselho da juventude foram algumas coisas, primeiro a minha militância no movimento estudantil e no movimento da juventude, estou nesses movimentos há mais de uma década, mas penso também que a forma como nós temos tocado o nosso mandato tenha sido fundamental para que isso venha a acontecer comigo, pois a gente tem buscado aperfeiçoar as políticas públicas na cidade, propor novas políticas públicas e votar leis que tenham realmente impacto na vida do araraquarense. Acho que que isso tem sido reconhecido pelas direções nacionais, tanto do PCdoB como da própria coordenação do Lula. Então a gente fica feliz porque a gente ajudou a coordenar a campanha do presidente Lula, do Fernando Haddad aqui na cidade, onde o PT conseguiu ganhar as eleições, por isso, acho que é uma somatória de fatos, além dessa nossa desenvoltura política de conseguir defender as pautas nacionais aqui na nossa região”.

O Imparcial:  Como você pode ajudar nessa área para a qual foi convidado para atuar?

Guilherme: “A gente tem uma tarefa que é muito importante que é apresentar um raio-X de tudo o que foi feito pela Secretaria Nacional da Juventude nos últimos quatro anos. Então, a gente tem que apresentar para o presidente Lula, para os futuros ministros e para quem vai ocupar a vaga na Secretaria e há alguns eixos específicos como a questão orçamentária mostrando o que foi programado, o que foi gasto, a gente já tem um primeiro recorte e sabe que foi pouquíssima coisa que foi usada dos recursos, sendo que grande parte foi transferida para as Forças Armadas e não foi gasta com políticas públicas para a juventude. Então esse é um primeiro diagnóstico que a gente pode dar, apesar das dificuldades, porque a atual Secretaria da Juventude não tem passado nenhum documento para nós, temos que trabalhar em cima do portal da transparência, enfim, essa é uma questão importante, a questão orçamentária. Outra questão que estamos debatendo muito é sobre qual vai ser a organização da Secretaria, qual será o organograma funcional da instituição, saber como a gente quer que ela funcione. Uma coisa que a gente pode apontar é que a gente quer que essa secretaria seja interministerial, pois as políticas públicas para a juventude estão ligadas a uma série de áreas, entre elas, o emprego e renda, o combate a evasão escolar, a questão da saúde, a gente tem que pensar na questão da segurança pública, da cultura, dos direitos humanos, então a pasta da juventude está ligada a essas áreas, por isso, estamos tentando construir uma proposta de uma Secretaria que consiga conversar com os mais diversos ministérios. Além disso, a gente tem que apontar as questões urgentes, como por exemplo, a questão que não está prevista pelo governo federal para o ano que vem como a realização do ENEM, então isso é um ponto emergencial que a gente tem que colocar e, assim que o Lula assumir o governo, temos que apontar essas questões para que medidas sejam tomadas para sua solução rápida. Penso eu que vou trabalhar muito para poder escrever o melhor relatório possível junto com os companheiros que estão no conselho com a gente, para que possamos construir o melhor relatório e apontar as melhores soluções possíveis para a Secretaria”.

O Imparcial: O que você espera do futuro governo federal?

Guilherme: “Penso que o governo Lula será um governo de reconstrução e de repactuação nacional. O governo Bolsonaro foi o pior governo da história do Brasil, não há nada nem parecido no ponto de vista da destruição das instituições, de ataques à democracia, de ataques aos direitos, de retirada de direitos dos trabalhadores, de ataques ao SUS, à ciência, não existe nada parecido na história do Brasil com o que fez Jair Bolsonaro em todos os aspectos negativos. Essa forte polarização e, agora eles insistindo, indo ao STF onde o PL acabou sendo multado por pedir a anulação parcial das urnas, uma coisa golpista, baixa, vil. Por isso, penso que o governo Lula vai pegar o país ainda muito polarizado e com um congresso nacional novo e bastante complexo, e que a nossa tarefa é reconstruir o Brasil. Acho que a tarefa do Lula nos primeiro dias vai ser debater de forma muito séria e sincera o combate à fome, o combate ao desemprego, a geração de oportunidades de emprego e renda para cada um e cada uma, para que a gente consiga sair de novo do mapa da fome e que a gente consiga reconstruir o Brasil com todas as forças políticas que sejam democráticas e com todos que estejam a fim de discutir um projeto de país a longo prazo, que não estejam mais a fim de ficar nesse debate do nós contra eles, dos vermelhos contra os verde-amarelos, a eleição acabou. Está na hora de governar para o Brasil, olhar para esse povo maravilhoso que tem passado por grandes apuros, por que a gente tem até 31 de dezembro de 2022, um governo totalmente desastroso. A gente tem que ter uma política econômica diferente desse debate que está sendo feito sobre a responsabilidade fiscal contra a responsabilidade social, como se as coisas fossem feitas dessa maneira. A reação do mercado contra as políticas que o governo está propondo de combate à fome e à miséria, essa dicotomia que existe no Brasil, a gente vai ter que enfrentar com muita serenidade e muita unidade. Não é hora de abandonar ninguém, muito pelo contrário, nós temos que chamar todos os partidos para construir, para conversar. O nosso programa tem que ser a democracia, quem quiser reconstruir a democracia, reconstruir o país, as instituições, ter um plano de desenvolvimento, ter um plano de reindustrialização do país, conseguir efetivamente capitalizar os sentimentos e as demandas da sociedade e transformar isso em uma ação política unitária, onde todas as forças têm que ser bem vindas”, finalizou. 

Redação

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