Equipe do Centro de Controle de Vetores e Fauna Sinantrópica vistoriou o espaço, mas não encontrou nenhum animal peçonhento
Após ter circulado pelas mídias sociais a notícia de que uma adolescente teria sido picada por um escorpião na noite de sexta-feira (9) no Parque Infantil, várias mães do Centro de Educação e Recreação (CER) “Leonor Mendes de Barros” – que funciona no local – procuraram os vereadores. Os parlamentares se dirigiram ao Parque na manhã dessa segunda-feira (12), onde conversaram com funcionários da Secretaria de Saúde e também com membros da escola. Segundo os relatos, nunca houve notícia de escorpião na região.
Há cinco anos cuidando da manutenção da praça, sendo atualmente o único responsável, o senhor Marcelo – funcionário da empresa que presta serviços ao Departamento de Água e Esgotos em Araraquara (Daae) – afirmou que nunca viu um escorpião ali. “Já encontramos muitos bichos, mas escorpião nunca”, pontuou. A mesma afirmação foi compartilhada pela diretora do CER, Eliane Carizia Guimarães “Estou há três anos à frente dessa escola e nunca houve relato semelhante”, confirmou.
Membros do Centro de Controle de Vetores e Fauna Sinantrópica, ligado à Secretaria Municipal de Saúde, vistoriaram o espaço, mas não encontraram sinal de animal peçonhento. “Fizemos uma varredura, mas não achamos nada”, afirmou o herptólogo Edson Maria Torres, que, no entanto, elencou alguns pontos do espaço que merecem atenção do Poder Público.
Estiveram presentes os vereadores Roger Mendes (PP), Juliana Damus (PP), Paulo Landim (PT), Edson Hel (PPS), Lucas Grecco (PSB), Toninho do Mel (PT) e Zé Luiz – Zé Macaco (PPS). Os parlamentares farão indicações ao Executivo para limpeza da área, vedação das caixas de eletrificação e possibilidade de aumento do efetivo dos responsáveis pela limpeza no Parque.
Pontos isolados
Com mais de 40 anos de experiência na área, o herptólogo Edson Maria Torres explicou que os escorpiões estão se adaptando ao espaço urbano, vivendo, inclusive, em galerias de águas pluviais. Daí a necessidade de vedar ralos, grelhas e também manter os espaços limpos, sem acúmulo de entulhos.
Mesmo diante de casos como o ocorrido na creche do bairro Santa Angelina, em que as aulas foram suspensas após o aparecimento de ao menos 15 escorpiões no final de 2017, o especialista descarta a possibilidade de infestação. “Não enxergamos a situação de Araraquara como crítica. São pontos isolados da cidade”, garantiu.
Entenda o caso
De acordo com o depoimento, publicado em rede social pela mãe da adolescente supostamente picada por escorpião, sua filha estaria com amigos na sexta-feira (9) à noite, no Parque Infantil, quando teria sido picada por um escorpião e levada pelos colegas para atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), da região central.
De fato, há três registros de entrada da adolescente na instituição: a primeira no dia 9, às 21h18, com picada na mão esquerda sem menção a qual agente provocador; outra no dia 10, às 22h45; e a última no dia 11, às 8h30, com queixa de dores no peito, reação alérgica e menção ao escorpião. Procurada, a Secretaria de Saúde informou que está acompanhando o caso, e a adolescente, após as idas a UPA e receber atendimento e orientações, não retornou mais.