Na visita anterior no ano passado os parlamentares constataram que vários equipamentos como aeradores, peneiras e roscas não estavam funcionando, e que havia grande volume de lodo acumulado nas lagoas de tratamento, além de a via de acesso se encontrar em condições precárias de trânsito. Na época, considerando que o índice de eficiência da ETE estava em 65%, sendo que já havia chegado a 85%, foi entregue um requerimento à Prefeitura pedindo informações sobre as providências que seriam adotadas para que o local voltasse a operar com a eficiência desejada e também as medidas previstas para a recuperação da estrada.
O mínimo de eficiência no tratamento de esgoto exigido no estado de São Paulo pela CETESB é de 80%. Em setembro do ano passado, os vereadores aprovaram recursos para a contratação de um estudo geral sobre a eficiência da ETE e também para a compra de equipamentos que precisavam ser renovados. De acordo com Isidoro, ainda esta semana o DAAE conclui um relatório completo sobre as medidas em curso para melhorar a eficiência da ETE. O documento será enviado à Câmara Municipal, à Promotoria do Meio Ambiente e à CETESB.
O estudo ainda não foi concluído, mantendo indefinidas ainda algumas medidas como a troca de peneiras usadas no tratamento primário do esgoto e também a retirada, secagem e destinação final adequada dos 140 mil m3 de lodo acumulados nas lagoas. O estudo deve definir a medida ideal da malha da peneira e a melhor técnica para a retirada, secagem e destinação final do lodo, além de poder recomendar uma mudança na técnica de tratamento, como o uso de carvão ativado, a exemplo do que é feito na Estação de Tratamento de Esgoto de Bueno de Andrada.
O superintendente do DAAE acredita que até meados deste ano a autarquia consiga melhorar o índice de eficiência da ETE, dentro das exigências da CETESB, em conformidade com o previsto no licenciamento de funcionamento emitido pelo órgão estadual.
Isidoro disse que na lagoa 1 todos os 16 aeradores estão em funcionamento e na lagoa 2 outra apenas 6, sendo que os demais aeradores encontram-se em processo de orçamento para manutenção e troca de cabos de sustentação. Ele mostrou aos vereadores as três roscas (usadas para separar as sobras que passam pelas peneiras) que chegaram nessa segunda-feira (26), as quais devem ser instaladas ainda esta semana. Apenas uma rosca estava em funcionamento nessa terça-feira.
Em relação à estrada que dá acesso à ETE ainda não foram feitos nem o abalroamento para melhorar o escoamento da água, nem a colocação de piçarra. De acordo com Isidoro, a motoniveladora da Prefeitura está sendo usada nas obras de recuperação de pontes no Assentamento Monte Alegre.
Sobre o projeto aprovado pelo Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) no valor R$ 1,5 milhão, que estabelece uma contrapartida de R$ 500 mil do DAAE, o superintendente explicou que o projeto original aprovado pela câmara técnica do Comitê da Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré passou por uma revisão de batimetria em análise técnica feita posteriormente pela Cetesb. Inicialmente, o recurso seria para cuidar do lodo de uma das lagoas e, após a revisão técnica, com o mesmo valor será possível retirar, secar e fazer a destinação final do lodo das duas lagoas.
O sistema de tratamento e secagem do lodo proveniente das lagoas de sedimentação deixou de ser usado desde 2015 devido ao elevado custo operacional, principalmente devido ao custo do gás butano, combustível utilizado para a secagem do lodo. Mais recentemente, os equipamentos receberam manutenção e voltaram a operar, mas o estudo técnico da eficiência da ETE deve indicar a viabilidade ou não deste tipo de sistema de secagem do lodo.
Até o momento, embora tenha havido diversos encaminhamentos e medidas estejam sejam aplicadas, continua comprometida a qualidade da água devolvida ao Ribeirão das Cruzes após passar pela ETE. “Vamos continuar acompanhando de perto, pois é imperativo recuperar a eficiência da ETE de Araraquara. É uma questão que vai além do simples cumprimento da legislação vigente, trata-se do comprometimento do nosso município com a qualidade da água e a proteção ao meio ambiente”, defendem Yashuda e Porsani.