De acordo com os últimos dados da Vigilância Epidemiológica divulgados na segunda-feira (18), Araraquara registra 3.824 casos de dengue e quatro mortes confirmadas em decorrência da doença. A cidade é a terceira do Estado com o maior número de casos, ficando atrás de Bauru e São José do Rio Preto. “Apesar de todos os nossos esforços, não conseguimos acabar com os mosquitos”, lamentou a secretária municipal da Saúde, Eliana Honain, em reunião com os vereadores, realizada na quinta-feira (21), na Câmara Municipal, convocada pelo presidente da Comissão de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, Gerson da Farmácia (MDB).
Segundo a secretária, apenas a Vila Xavier acumula cerca de 50% dos casos, o que justifica a intensificação das ações de visita às casas, mutirões e nebulização de inseticida na região, lembrando que o veneno elimina apenas o mosquito adulto, não afetando as larvas. “Para isso, precisamos acabar com os criadouros, exterminando qualquer vestígio de água parada, já que 80% dos focos estão dentro das residências”, enfatizou.
Questionada sobre a existência de um plano de prevenção à doença, Eliana informou que o planejamento da pasta é para três anos e que, mesmo após a expectativa de diminuição dos casos com a chegada do outono, as atividades continuarão. Inclusive, a partir de abril, mais 250 pessoas devem se unir à equipe, graças à aprovação, pelos parlamentares, do projeto de lei que permite a contratação de até 500 apoiadores para limpeza e remoção de materiais.
Eficiência
“Com um número de funcionários mais do que suficiente para a demanda”, a secretária estuda meios de avaliar a eficiência e a eficácia dos agentes de endemias e dos fiscais. Um deles é a gratificação de desempenho por cumprimento de meta, iniciativa também aprovada pela Câmara Municipal. Outra proposta é a setorização do trabalho, para que cada grupo fique responsável por determinada região, viabilizando o controle dos resultados.
Eliana também rebateu as informações de que a Prefeitura estaria omitindo casos e de que faltariam médicos nos dois polos de atendimento montados na cidade. Segundo ela, um mutirão foi criado para alimentar o sistema de notificação e, quanto ao número de profissionais de saúde, cada unidade conta com dois a quatro médicos, totalizando um investimento mensal de aproximadamente R$ 600 mil para manter as estruturas.
Sobre o suporte às crianças menores de 11 anos, a secretária informou que o atendimento deve ser feito nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) Central ou do Valle Verde, que contam com médico pediatra. E, caso o acompanhante do menor também esteja com suspeita da doença, será assistido no mesmo local.