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Abertura do Encontro de Tambores Ecos de Ngoma é nesta quinta-feira (15) no Teatro Municipal

Programação segue até domingo (18) com atividades variadas e gratuitas que valorizam as culturas negras e as religiões de matriz africana e ameríndia

O Encontro de Tambores Ecos de Ngoma, em sua 3ª edição, é uma das atrações dos 207 anos de Araraquara e terá sua abertura nesta quinta-feira (15), no Teatro Municipal, às 19h. O Encontro é uma realização da Secretaria Municipal de Cultura e Fundart, com o apoio da Coordenadoria Executiva de Políticas Étnico-Raciais.

A programação gratuita segue até o dia 18 de agosto com atividades variadas que têm o objetivo da valorização das culturas negras, das religiões de matriz africana e ameríndia e de todas as comunidades que, de alguma forma, celebram sua existência, sua identidade e sua ancestralidade através dos tambores.

“Ngoma” é a palavra que denomina o tambor entre os povos bantos da África Central e expressa não apenas o instrumento em si, mas também a dança e o canto que é colocado em ação por meio dele e, por extensão, toda a comunidade que se reúne ao seu redor para uma celebração ritual prazerosa.

Na abertura do evento nesta quinta-feira, um grupo de batuqueiros inicia as atividades com uma apresentação no pátio externo do teatro (19h), seguida pela coreografia de dança contemporânea “Bravum de Elegbara”, com o Núcleo de Formandos e Formandas da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira (19h30), já no palco do teatro com uma prévia do espetáculo que será apresentado pela EMD este ano.

Ainda, o Encontro propõe a roda de conversa “Confluências da Luta Antirracista: Os Tambores de Matriz Africana e o racismo religioso”, com os professores Carlos Fonseca, Dagoberto Fonseca e Maria Nazaré Salvador (19h45). O idealizador do projeto do Encontro de Tambores e membro da comissão organizadora do evento, Carlos Fonseca – que também é diretor artístico da Escola Municipal de Dança conta que a roda de conversa “Confluências da Luta Antirracista” traz uma discussão sobre a discriminação, sobre as religiões de matriz africana, sobre o racismo religioso, entrando pela questão dos tambores. “A proposta trabalha com o termo ‘confluência’, que é um conceito do Nêgo Bispo, o filósofo piauiense que faleceu no ano passado, uma figura de grande importância nesse movimento da contracolonialidade.”

De acordo com Carlos, a ideia da roda de conversa é apontar alguns caminhos para discussão e reflexão do Encontro de Tambores, “no sentido de lidar com as diferenças, inclusive que as próprias religiões de matriz africana se unam, reconhecendo que no contexto contemporâneo é preciso que, para além das particularidades de cada casa, de cada linha religiosa, é importante que todos que sejam das religiões de matriz africana consigam uma integração para ter o seu respeito garantido.”

O show “Nzinga em Nós”, com o Grupo Samborê (21h), encerra a programação com os músicos Daniel Antonio (percussão), Larissa Pedrosa (voz) e Lucia Helena (voz e cavaco). A apresentação busca rememorar os cantos negros que refletem sobre a valorização da religião de matriz africana e sua força para comunidade afro-brasileira, proporcionando ao público a reflexão sobre a resistência, afetividades e conquistas da cultura negra no Brasil.

Mais atividades – Na sexta-feira (16), o Sesc Araraquara é palco do show do grupo Inova Samba, às 20h; enquanto sábado (17) tem Oficina “Kawiza – O Brasil que os caboclos tocaram”, ministrada por Tata Kamuanga da Nzo Kyloatala (Embu-Guaçu/SP), às 9h e 13h, no Palacete das Rosas (inscrições: https://forms.gle/wEHvqPEmPPYMvUe2A); às 15h30 é a vez da Oficina de Capoeira Angola, ministrada por Mestre Pimpim (Alemanha), no Palacete das Rosas (inscrições: https://forms.gle/LyzAHs2y3gVfrDZW7); por fim, uma roda aberta de capoeira, com Mestre Pimpim, encerra a programação de sábado no Paço Municipal, às 17h.

No domingo (18) é a Festa de Encerramento do Encontro de Tambores, a partir das 14 horas, no Centro de Cultura de Religiões de Matriz Africana, com uma Roda de Encontro de Tambores (14h), Afrofeira com comidas, bebidas e artesanatos (14h) e cortejo de encerramento com Maracatu Sementes Crioulas (16h).

Toda a programação é gratuita.

Redação

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