Em março, o Brasil completa dois anos de combate ao coronavírus. Neste período, o custo de vida foi diretamente impactado em todas as cidades do mundo. Para avaliar a percepção do araraquarense em relação aos aumentos e os efeitos financeiros provocados pela crise sanitária, o Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara realizou a pesquisa “Custo de Vida em Meio à Pandemia”.
Os principais gastos considerados foram: alimentação e necessidades básicas, transporte, habitação, saúde, vestuário, educação, entretenimento, seguro, tributos e serviços essenciais. E todas as 11 categorias de bens e serviços apresentaram maior percepção de aumento do que estabilidade ou redução de preços, sendo que para quatro delas a percepção de alta superou 70% das respostas.
Para 90% dos participantes, as despesas com alimentação e utilidades domésticas alavancaram a alta no custo de vida durante a pandemia; 8% consideram a alta moderada e 2% não sentiram alteração significativa nos preços.
João Delarissa, economista do Sincomercio Araraquara, analisa os resultados. “Verificamos que a alimentação segue sendo a maior vilã no orçamento familiar, liderando as indicações sobre as despesas que encareceram o custo de vida em Araraquara. É um resultado esperado, já que nos vinte e quatro meses que compreendem o período de março de 2020 até hoje, foram constatadas dezessete elevações no custo médio da cesta básica em Araraquara”.
Na sequência, os gastos com transporte foram lembrados pela maioria dos entrevistados como um dos grupos que mais cresceram: para 85% esses gastos aumentaram muito e para 10% os preços aumentaram pouco; 3% não tiveram alterações e 2% ainda relataram que reduziram os gastos com transporte.
Já o custo com serviços essenciais – água e esgoto, energia elétrica, gás, internet e telefone, entre outros – foi maior para parcela significativa dos participantes: 74% afirmaram ter gastado muito mais com serviços essenciais, 21% pouco mais e 5% disseram que os gastos com esses serviços se mantiveram estáveis.
Impostos e outras tarifas foram indicados como taxas que sofreram um aumento considerável para 70% dos entrevistados, enquanto 20% relataram aumento moderado e 10% não sentiram alterações.
Principais motivos
A pesquisa também analisou os principais motivos para a variação do custo de vida observado pelos entrevistados.
43% dos araraquarenses indicaram os aumentos dos preços dos bens e serviços como a principal causa da elevação do custo total. Já para 22%, os custos adicionais foram causados por estarem mais tempo em casa.
Em seguida, 15% dos entrevistados alegaram que a perda parcial ou total de renda contribuiu para pressionar seu custo de vida durante a pandemia e somente 13% da amostra analisada afirmou que a aquisição de mais ou melhores produtos e serviços corroborou para o encarecimento do custo de vida.
O levantamento foi realizado por amostragem, entre os dias 15 e 21 de março de 2022, por meio de questionário online e entrevista presencial e contou com 115 participantes, todos maiores de 18 anos. A margem de erro para a amostra obtida é de 7% para um grau de confiança de 85%.