A estudante do quinto ano do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Araraquara – Uniara, Merielen Silva Albuquerque, é cofundadora do grupo de estudos Afrovet, do qual é diretora geral. A iniciativa, de acordo com ela, “surgiu a partir da ausência de profissionais pretos em diversos eventos e meios da medicina veterinária”.
“A proposta é dar maior visibilidade a esses profissionais, divulgando o trabalho, a experiência e a especialidade de cada um, o que serve de inspiração para os graduandos”, explica Albuquerque.
Ela conta que o grupo realiza palestras e rodas de conversa sobre diversos temas, “entre eles, animais silvestres, grandes e pequenos animais, e também sobre temáticas raciais e sociais”. “No dia 14 de maio, tivemos nosso primeiro encontro presencial dos profissionais e graduandos do estado de São Paulo. Foi um dia memorável, com troca de experiências e muito aprendizado”, relata.
As reuniões são realizadas presencialmente por regiões, de acordo com a estudante. “É um grupo nacional, que já realizou um encontro no Rio de Janeiro e, nos próximos dias, serão novos encontros em Belo Horizonte e na Bahia. Também promovemos eventos online, como a semana acadêmica”, acrescenta a aluna.
O Afrovet é aberto a quaisquer interessados, “principalmente a profissionais e graduandos pretos, que muitas vezes são invisibilizados dentro da área”. “Para fazer parte, basta entrar em contato pelo perfil no Instagram – @afrovet – ou pelo e-mail contatoafrovet@gmail.com. Também estamos no LinkedIn, Facebook e YouTube”, detalha Albuquerque.
E foi a partir do Afrovet, de acordo com ela, que surgiu a Liga Afrocêntrica de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária – LACAV, “com reuniões todas as terças-feiras, às 20h, via Google Meet”. “O foco principal é o desenvolvimento de graduandos para apresentações e discussão de casos com foco em cirurgia e anestesiologia, assim como a promoção de eventos online”, informa a graduanda.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária da Uniara, campus de Araraquara, Douglas Augusto Franciscato, declara: “Para nós, é um grande orgulho termos uma pessoa que pertence ao nosso corpo discente, como criadora de um grupo como o Afrovet. A Merielen sempre foi uma aluna dedicada durante as aulas e já desenvolveu projetos de iniciação científica, assim como também participa da diretoria do Grupo de Estudos e Imersão de Pequenos Animais da própria graduação”.
Tê-la como uma das idealizadoras do Afrovet “nos enche de orgulho e reforça ainda mais nossa certeza de sua competência e capacidade, pois além de ser um grupo que propaga conhecimento técnico, tem também um importante cunho social, mostrando que nós, como médicos veterinários e graduandos da área, também podemos influenciar de forma positiva em relação ao respeito e à igualdade entre todos os membros da sociedade”.
Os elogios de Franciscato à estudante não param. “Tendo exemplos de alunos como a Merielen, temos a certeza de que estamos no caminho certo no desenvolvimento de profissionais competentes na área, e também estamos participando da formação de cidadãos que podem realmente fazer a diferença na sociedade atual”, diz o coordenador.
Albuquerque, por sua vez, finaliza: “cada vez mais temos que nos unir, pois somos potência. Uma frase que é o lema do Afrovet é: ‘O nosso legado fará diferença para as próximas gerações’. Então, estamos aqui para servir de exemplo e buscar cada vez mais representatividade dentro da medicina veterinária”.